O que não falta é entretenimento para o público presente na 34º edição da Fenagro, no Parque de Exposições de Salvador. Um dos eventos que mais têm atraído visitantes nos últimos dias é o julgamento de animais, especialmente de cavalos.
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O Portal MASSA! foi então entender como funciona esse esporte e o que separa um cavalo de elite de um que não apresenta o mesmo desempenho. Para isso, conversamos com Roberto Bacelar, proprietário da VetGen, empresa organizadora do julgamento da raça campolina marchador.
O empresário explicou que o julgamento avalia diversas etapas, principalmente, ações cotidianas que esses cavalos devem executar. Além disso, um dos principais testes realizados é o da marcha, característica que valoriza bastante o preço desses animais.
“Aqui avaliamos não só a morfologia, que define a caracterização e a expressão da raça, que enquadra o animal no padrão de uma raça para dizer se ele é campolina. E também, o cavalo é um animal de função, com aptidões — aptidão para o lazer, para o trabalho, para a lida. E a gente avalia aqui, tentando simular. Há pouco, nós assistimos à prova funcional, onde a gente simula essa aptidão para o trabalho: abrir uma porteira, saltar um fardo de feno, fazer a prova do tambor, recuar. Porque isso mostra que o cavalo está no controle e tem funções e aptidões para nossas atividades diárias. Mas também avaliamos a marcha, que é o produto nobre de uma raça marchadora”, explicou Bacelar.
Naturalmente, os animais não aprendem sozinhos esses processos. Bacelar detalhou como funciona o treinamento desses cavalos de alto rendimento.
“Quem está aqui assistindo o julgamento não tem ideia do processo de doma, que começa antes dos 36 meses, quando ele se torna um animal adulto. Então, o processo de doma é uma convivência de no mínimo seis meses, uma preparação de seis meses, porque aqui nós temos um animal atleta. Ele passa primeiro por um processo de doma, depois vai se acostumando a um mundo diferente do que vivia em liberdade, mas agora ele tem uma embocadura dentro da boca para controlar, para receber os comandos do cavaleiro. Ele tem uma sela, ele tem um cavaleiro, que agora, conectado a ele, forma um conjunto. Isso é, no mínimo, seis meses de treinamento diário: passo, galope, caminhadas. Muitos animais aqui praticam natação para ganhar condicionamento físico e reforçar a musculatura”, detalhou.
Importância do cavaleiro
Com tantos treinos, o cavaleiro se torna peça fundamental na evolução dos animais até uma vitória nos torneios. É o que explica o jurado Matheus Ramos Cordeiro, que veio da cidade de Vassouras, no Rio de Janeiro, para julgar os cavalos na Fenagro, demonstrando todo seu amor pelos animais e pela competição.
“Olha, a gente sempre fala que é 60 e 40: o cavalo é a estrela, mas tem que ter o apresentador no dia a dia, conduzindo, ajustando ele. O apresentador tem muita importância, mas hoje a estrela principal do evento não é o jurado, não é o criador, não é o apresentador. É o cavalo em si. Estamos aqui por ele, vivemos dele, tudo em função dele, pelo amor e pela paixão que a gente tem pelo cavalo”, afirmou.
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