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EMOÇÃO - 09/02/2025, 07:31 - Bianca Carneiro - Atualizado em 09/02/2025, 08:06

“Te amamos”, afirmam Caetano & Bethânia em declaração à Bahia

Apresentação da dupla foi a última na capital baiana

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O tempo parecia ter parado na noite deste sábado (8), em Salvador. Não havia pressa, não havia fim. Mas havia a certeza de que aquele palco, diante de milhares de vozes embargadas, se tornaria um marco na história da música brasileira. Caetano Veloso e Maria Bethânia, irmãos, parceiros, dois dos maiores nomes da cultura nacional, entregaram ao público um adeus que não era despedida — era rito, celebração, uma carta de amor cantada em versos eternos.

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O show, realizado na Arena Fonte Nova, foi o último da turnê dos irmãos na capital baiana, no estado da sua terra natal. A data, na verdade, foi um extra, já que a primeira apresentação, em novembro, teve os ingressos esgotados. Antes do fim derradeiro, eles têm ainda mais dois encontros com os fãs: 15 de março no Rio de Janeiro, e o encerramento oficial no dia 22 do mesmo mês em Porto Alegre.

Um palco, um altar

Desde os primeiros acordes, o show não era apenas musical, e sim uma mistura de poesia, fé e pertencimento. A plateia, em reverência, oscilava entre o silêncio absoluto e os coros apaixonados, como se cada canção fosse uma oração.

O repertório, mesmo da primeira apresentação em Salvador, costurava décadas de história através de hits como "Alegria, Alegria", "Tropicália",”Leãozinho", "Reconvexo" e "O Quereres". Não faltaram os solos de “Sozinho” e “Você é Linda”, de Caetano, além de “As canções que você fez pra mim” e “A Menina de Oyá”, de Bethânia.

Em meio ao público que lotava o estádio, um fã ilustre: o ator Evaldo Macarrão. O baiano, que esteve recentemente na Lavagem de Santo Amaro, celebrou os irmãos, dizendo que eles são os “ancestrais encarnados” da Bahia.

“Eu estou muito feliz de poder estar aqui, enaltecendo e reverenciando eles em vida. Acho que é muito importante isso. Eu estive em Santa Amaro agora, e fiquei encantadíssimo com a lavagem e a presença deles ali, sabe, de Dona Canô. Existe uma presença muito forte desse ideal de valorização da cidade, que a gente tenta fazer aqui na cidade de Salvador. Isso é muito forte em Santo Amaro”.



Ator não perdeu tempo e curtiu show dos ídolos
Ator não perdeu tempo e curtiu show dos ídolos | Foto: Denisse Salazar/ AG. A TARDE

E a esperada música surpresa? Em uma declaração de amor à baianidade, deu Dorival Caymmi de novo. Se no primeiro show a escolhida foi “Você Já Foi à Bahia?”, neste segundo, a dupla se voltou para a capital baiana com “São Salvador”. “Minha Bahia, minha Salvador, te amamos”, confessaram os artistas.

Legado eterno

Caetano e Bethânia. De um lado, a afinação divertida, mas também serena. Do outro, a potência vocal e os gestos firmes. Dos dois, interpretações quase que teatrais. Mas não só isso, os irmãos protagonizaram momentos de pura conexão, contemplando um ao outro com olhares que traduzem décadas de cumplicidade artística.

Quando os últimos versos de “Odara” ecoaram pelo espaço, o público já sabia: era o fim, mas também o começo. Caetano e Bethânia saíram de cena como chegaram — de mãos dadas, olhando para frente, como quem diz que a música nunca se cala, apenas se transforma.

E assim, enquanto os refletores se apagavam, para o público em Salvador ficava a certeza de que, mesmo após o último ato juntos, Caetano e Bethânia continuarão cantando como dupla em cada fone de ouvido, em cada saudade, em cada novo começo. Porque certas parcerias não dizem adeus. Apenas viram eternidade.

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