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Arte - 03/06/2025, 14:00 - Carlos Augusto*

King Kong Fran: peça provoca e desconstrói estereótipos femininos

Espetáculo estará em cartaz em Salvador na próxima quinta-feira (5), no Teatro Jorge Amado, na Pituba

Espetáculo King Kong Fran
Espetáculo King Kong Fran |  Foto: Divulgação

Com raízes na palhaçaria e um forte discurso contra a objetificação feminina, King Kong Fran não é apenas uma peça de teatro, mas uma experiência que leva o público ao desconforto e à reflexão. Utilizando o humor e a linguagem circense para desafiar padrões e estereótipos impostos à mulher na sociedade, o espetáculo é uma obra audaciosa que faz rir e pensar. O Espetáculo estará em cartaz em Salvador na próxima quinta-feira (5), no Teatro Jorge Amado, na Pituba.

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Vestida de gorila, a atriz e diretora Rafaela Azevedo criou Fran, uma personagem que nasceu de suas pesquisas sobre o circo e inspirações em Monga, a mulher gorila, e no clássico King Kong. A intenção é clara: aterrorizar o patriarcado.

"Eu estava estudando a história do circo e percebi que as mulheres eram conectadas à perfeição, né? A modelo que fica na frente do alvo enquanto o atirador joga as facas, a contorcionista que vão cortar no meio, ou a assistente de palco, todas lindas, perfeitas e correndo risco de vida. Ou era isso, ou elas eram aberrações, mulher barbada e mulher gorila. Enquanto os homens tinham total liberdade para serem palhaços dentro do circo e até outras funções", relata Rafaela.

Espetáculo King Kong Fran
Espetáculo King Kong Fran | Foto: Divulgação

Ao aprofundar suas pesquisas, a artista percebeu que os preconceitos estavam enraizados de maneira ainda mais profunda, e decidiu transformar sua indignação em arte.

"Todos os símbolos, tanto da igreja quanto das representações, do circo, da TV, do entretenimento, reforçam esses estereótipos de gênero. Em que a mulher é submissa, passiva e objetificada, e o homem é viril, um indivíduo que sente prazer e tem desejos. As pessoas não percebem isso", descreveu em entrevista ao MASSA!.

Fran: a aberração que expõe a misoginia

O espetáculo surgiu da necessidade de escancarar e questionar a naturalização da violência de gênero. Rafaela criou Fran como uma aberração para gerar choque e reflexão.

"King Kong Fran surge a partir das feridas da misoginia, da objetificação e dos estereótipos que inferiorizam as mulheres. Como espetáculo, ele é sobre a Monga, a mulher gorila que vem aterrorizar o patriarcado. Escolhi o nome King Kong Fran porque me inspirei no livro Teoria King Kong, um livro feminista. Quando eu li esse livro e já estava desenvolvendo o espetáculo, falei: óbvio que a minha Monga vai se chamar King Kong Fran! Ela é uma aberração feminista", revelou.

Espetáculo King Kong Fran
Espetáculo King Kong Fran | Foto: Divulgação

O humor como estratégia de conscientização

O espetáculo aposta no humor para furar bolhas e atingir diferentes públicos. Cada risada carrega uma mensagem crítica e instigante.

"Humor é a forma de comunicação mais inteligente que existe. Porque, com humor, a gente primeiro desarma a pessoa, ela ri daquilo. E aí, pronto, a ideia já chegou nela. Depois, ela reflete. O humor consegue alcançar diversos públicos de maneira mais eficiente", opinou a atriz.

Espetáculo King Kong Fran
Espetáculo King Kong Fran | Foto: Divulgação

O que esperar de King Kong Fran?

Assistir a King Kong Fran no teatro é ser convidado a mergulhar em uma experiência provocadora e libertadora. O espetáculo transita entre o absurdo e o real, levando o público a momentos de desconforto e, logo depois, ao deboche inteligente que se desenrola no palco.

"King Kong Fran é uma experiência de conscientização para libertação. A partir de um jogo de inversão de papéis, percebemos como naturalizamos a violência contra a mulher. E dali podemos sair inspirados para mudanças efetivas. Pode ser terminar um relacionamento abusivo, se posicionar no trabalho, decidir estudar sobre feminismo, ingressar na universidade, na política, ou simplesmente parar de corroborar com o machismo, não rir de piadas sexistas. A arte serve para inspirar e motivar mudanças. Ela excede mudanças políticas", afirma Rafaela.

Para quem ainda não assistiu, a promessa é clara: King Kong Fran não é só um espetáculo de humor, mas uma experiência que diverte, provoca e, acima de tudo, faz pensar.

Serviço

O quê: Espetáculo ‘King Kong Fran’;
Quando: quinta-feira (5), às 19h;
Onde: Teatro Jorge Amado, na Pituba;
Ingressos: Na plataforma Sympla.

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