Aberto a todo o público, o bloco Quero Ver o Momo realizou, nesta quinta-feira (23), no Shopping Piedade, em Salvador, um encontro para discutir a inserção da mulher no empreendedorismo do Carnaval. Com o tema “Legado: Empoderamento Feminino no Carnaval”, o evento, além de ter reunido integrantes do Grupo Eterna Juventude - que promove carnaval de rua, também despertou a atenção de quem passava pelo local.
Durante o debate, três palestrantes falaram das suas histórias e relação com o Carnaval, assim como as dificuldades que encontraram para se manterem nesse segmento, diante de tantos preconceitos e falta de espaços para o público feminino.
"O bloco Quero Ver o Momo é voltado, especialmente, para as pessoas idosas e para a inclusão sociocultural. Então, nesse ano, esse bloco está trabalhando o empoderamento feminino. E, hoje, a gente traz três mulheres que são gestoras de blocos e fazem um trabalho valiosíssimo. Sem elas, esse nosso bloco não sai na rua" disse a produtora cultural e mediadora do bate-papo, Mazé.
Conhecido por ser um bloco cultural, tranquilo e com um espírito familiar, o Quero ver o Momo, existente há 38 anos, atua com a missão de salvaguardar os antigos carnavais.
"É um bloco que sai só no no circuito Batatinha, no Centro Histórico, no domingo de Carnaval, por volta das 16h. É muito bacana, é uma programação mais calma, com umas bandinhas", completou Mazé.
"Eu sempre gostei muito de samba, de carnaval. Chegar até aqui foi desafiador, mas o recado que deixo para outras mulheres que têm vontade de empreender, mas ainda se sentem inseguras é que temos que ir para cima. Seguir em frente é tudo que a gente tem que fazer", aconselhou Valsemira Sousa, diretora do Bloco Samba Popular.
Ainda em continuação ao evento de ontem, na próxima quinta-feira (30), o Bloco Quero Ver o Momo vai realizar uma oficina de acessórios étnicos, às 16h30, Shopping Piedade, Piso L4.
Alaíde França, gestora do Bloco Alvorada, foi uma das palestrantes. Em um trecho da sua fala, ela destacou a luta enfrentada durante os 50 anos que faz parte do Alvorada, mas também evidenciou o orgulho das conquistas e de ter chegado onde muitas pessoas duvidaram. “O trabalho vale a pena, assim como muitas coisas na vida dão trabalho, mas quando você consegue a realização, o seu ego vai lá pra cima. E é aqui que você percebe mais ainda que você é capaz. Se a gente faz parte disso é porque sabemos onde queremos chegar”, declarou.
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