27º Salvador, Bahia
previsao diaria
Facebook Instagram
WHATSAPP
Receba notícias no WhatsApp Entre no grupo do MASSA!
Home / Esporte

ambicioso - 21/06/2024, 16:42 - Clara Oliveira - Atualizado em 21/06/2024, 23:33

Superação e medalhas: Isaquias Queiroz é o nome da canoagem

MASSA! reúne a trajetória do baiano que irá disputar o terceiro Jogos Olímpicos

Isaquias nasceu em Ubaitaba, no sul da Bahia
Isaquias nasceu em Ubaitaba, no sul da Bahia |  Foto: Luis Acosta/AFP

A junção de Jogos Olímpicos e canoagem de velocidade remete ligeiramente ao nome do baiano Isaquias Queiroz. O queridinho das águas teve o seu destino traçado com a modalidade olímpica quando ainda era criança, em um projeto social na sua cidade natal, em Ubaitaba, no sul da Bahia.

O canoísta ‘arretado’, que fez história na Olimpíada Rio 2016 ao se tornar o primeiro atleta brasileiro a conquistar três medalhas olímpicas na mesma edição, tem um passado de superação. Nada chegou fácil para Isaquias, que viveu uma série de momentos difíceis e até mesmo o quase abandono do esporte.

Para entender melhor a linda trajetória do fenômeno baiano, o Portal MASSA! reuniu momentos da história de Isaquias que o fizeram chegar até a classificação para a Olimpíada de Paris 2024, que será disputada a partir do dia 26 de julho.

Superação e quase abandono do esporte

Nascido em 1993, Isaquias tinha apenas três anos de idade quando os médicos cogitaram sua morte, após o baiano ficar um mês no hospital em decorrência de queimaduras. As lesões foram acarretadas depois do baiano, derramar uma panela quente de chá sobre seu corpo.

Mas essa foi apenas uma das idas de Isaquias ao hospital. Aos 10 anos, o canoísta perdeu um rim e precisou ficar internado na UTI, depois de cair em cima de uma pedra.

Isaquias tem história de superação
Isaquias tem história de superação | Foto: Jonne Roriz/COB

Mas a paixão pela canoagem de velocidade foi descoberta e o destaque na modalidade tomou conta da trajetória do baiano. Todo o percurso no esporte na vida de Isaquias começou a tomar um novo rumo quando a Confederação Olímpica Brasileira (COB) contratou o espanhol Jesús Morlán, que levou a equipe de canoagem velocidade para treinar e morar em Lagoa Santa, em Minas Gerais.

Com a virada de chave, o baiano, aos 19 anos, conquistou o ouro inédito no Mundial de Canoagem na categoria C1 500m, na Alemanha, em setembro de 2013. Apesar da medalha de expressão, nem tudo eram flores naquele momento. Na época, ele precisou usar as redes sociais para desabafar sobre o desejo de se aposentar devido a falta de apoio.

"Já vai fazer um mês do meu inédito título na Alemanha e mais uma vez a Confederação nada me deu e nada me dará", escreveu o canoísta em sua conta no Facebook.

A 'bronca' pública surtiu efeito e o apoio começou a chegar até Isaquias. Alguns meses após a postagem, o canoísta passou a receber R$ 15 mil mensais da Bolsa Pódio, valor máximo do apoio destinado aos atletas com chances de medalha em 2016. Além disso, na época o patrocinador da CBCa, o BNDES, contribuiu com os mesmos R$ 15 mil.

Resultado de esforços

As batalhas impostas pela vida fizeram Isaquias chegar ao mais alto nível ao ponto de ser destaque no Brasil na canoagem de velocidade. Na Olimpíada Rio 2016, o baiano conquistou incríveis três medalhas, sendo duas de prata e uma de bronze. Quatro anos depois, na Olimpíada de Tóquio em 2020, o atleta alcançou o tão sonhado ouro na categoria C1 - 1.000M.

No Campeonato Mundial de Canoagem em Águas Tranquilas, Isaquias soma oito ouros, duas pratas e seis bronzes, nas sete edições que disputou.

A vaga para Paris-2024

Para embarcar rumo à Paris em busca de mais uma medalha olímpica para a coleção, Isaquias dependia da classificação no Mundial de Canoagem, em Duisburg, na Alemanha, em agosto de 2023. Apesar de ter desempenhado uma atuação abaixo do esperado ao ficar na sexta colocação da C1 1.000m, uma posição abaixo da zona de classificação para Paris, o baiano conseguiu carimbar o passaporte para a Olimpíada 2024 após uma realocação de vagas.

Como isso ocorreu? Isaquias garantiu a vaga realocada depois do tcheco Martin Fuksa, que já tinha se classificado na categoria C1 1.000m, garantir vaga também na categoria C2 500m. Como um atleta só pode conquistar uma vaga para as Olimpíadas, o lugar em Paris na C1 1.000m foi herdado pelo baiano.

Isaquias tem quatro medalhas olímpicas
Isaquias tem quatro medalhas olímpicas | Foto: Miriam Jeske/COB

Ambicioso, o baiano deixou claro o desejo de sair de Paris com duas medalhas no pescoço. "Agora faltam 43 dias para começar os Jogos Olímpicos de Paris. Agora sim, tô um pouco mais ansioso, vamos dizer assim, com ansiedade de começar logo, mas também para acabar logo. A gente ainda tá vendo qual vai ser a formação do C2, se vai ser eu e o Jacky, se vai ser o Filipe e o Jacky, até lá ainda tem mais tempo ainda pra treinar, o Lauro vai decidir. Mas espero poder sair de lá com duas medalhas, quero remar o C1 e o C2 também", afirmou Isaquias em entrevista ao Olimpíada Todo Dia.

exclamção leia também