O ex-jogador Robinho revelou a um amigo sua participação na violência sexual contra uma mulher em uma boate na Itália. Na ocasião, ele ainda contou que teria 'broxado' durante o ato. Os novos áudios foram divulgados em meio ao podcast "Os grampos de Robinho", através do site Uol, nesta terça-feira (20).
Robinho foi condenado a 9 anos de prisão pela Corte de Cassação da Itália, pelo crime de violência sexual em grupo contra uma mulher de origem albanesa, numa boate de Milão, em 2013. Ele está em liberdade e não foi preso porque o Brasil não extradita seus cidadãos.
No áudio, obtido com exclusividade pelo UOL, por meio da Justiça italiana e através de autorização judicial, Robinho ri ao detalhar alguns dos momentos na boate. "Mas peraí, eu vi que você pôs o pau na boca dela", diz Jairo, amigo dele e dono da festa promovida no dia 22 de janeiro de 2013.
“Isso aí não é transar, isso aí não é transar”, rebate o jogador, aos risos.
O diálogo com Jairo, amigo que organizou a festa no dia do crime, foi na véspera do aniversário de 30 anos de Robinho.
"Tu comeu a nega também, eu te tirei", relata Jairo.
Na resposta, Robinho deixa claro que tentou o ato sexual, contudo não realizou por não ter conseguir ter uma ereção. "Eu não, pô, eu tentei, eu tentei. Eu só fiz a tentativa. Eu só tentei...", afirmou.
Durante as investigações feitas pela polícia italiana, a vítima reconheceu através de fotos os amigos de Robinho que estavam na festa: Claytinho, Rudney, Fabio e relatou que uma das pessoas, o personal trainer Alex, como o primeiro a forçar a aproximação.
Em outro momento, Alex, amigo do jogador que também foi identificado pela vítima no caso, demonstra preocupação em uma possível gravidez da moça. Mais uma vez, Robinho indica a disfunção erétil.
“Alex, você tá perguntando muito se a mina tá grávida, porque eu e o [Fabio] Galan [outro envolvido no caso], nós nem rangamos a mina, porque eu lembro que o Galan falava: ‘Não tem como rangar, eu tô mole, eu broxei’. Então, eu sei”, afirmou Robinho.
A primeira notícia divulgada pela imprensa italiana sobre a acusação contra Robinho foi em outubro de 2014, quando o atacante voltou para o Brasil para jogar no Santos. A Justiça italiana não considerou os argumentos da defesa relevantes o suficiente e confirmou a condenação de Robinho e Falco por estupro coletivo.
Robinho foi grampeado em janeiro de 2014, um ano após o crime, até abril do mesmo ano. As gravações mostram como os seis brasileiros envolvidos no caso mudaram suas versões ao longo de meses. Aos amigos, de acordo com a gravação, Robinho admitiu ter mantido relações sexuais com a vítima, o que negou durante as investigações.
Em 2020, Robinho manteve a sua versão oficial de que não fez sexo com penetração com a mulher que encontrou na boate de Milão e que todo o contato foi consensual.
Robinho e Falco foram condenados por estupro de grupo porque a Justiça considerou que a vítima estava inconsciente no momento do ato sexual. Ou seja, ela não tinha condições de consentir ou de se defender dos brasileiros. Os outros quatro amigos escaparam do julgamento porque deixaram a Itália logo depois do crime.
Fabio Cassis Galan, Clayton Florêncio dos Santos, Alexsandro da Silva e Rudney Gomes da Silva foram denunciados, mas nunca foram encontrados pela Justiça, e o processo deles não andou. Hoje todos vivem no Brasil.