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ESPORTE - 25/03/2024, 07:00 - Pedro Carreiro

Revelação nas areias: Paulo Kiemby é a joia do beach tennis baiano

Com apenas 20 anos, o jovem Paulo Kiemby, que é ‘cria’ da Boca do Rio, se destaca no esporte com conquistas

Paulo Kiemby é cria da Boca do Rio
Paulo Kiemby é cria da Boca do Rio |  Foto: Divulgação

Apesar de só ter 20 anos, o jovem jogador de Beach Tennis Paulo Kiemby já teve que superar muitas adversidades para hoje ser professor da modalidade e também um dos principais nomes do esporte no estado. Filho de uma dona de casa e um professor de matemática e física, Paulinho nasceu em São Paulo e veio para Salvador aos três anos. ‘Cria’ da Boca do Rio, entrou no mundo dos esportes aos sete anos, por meio de um projeto social nas quadras públicas do bairro.

“Pratiquei todos os esportes do projeto, mas fiquei fascinado pelo tênis. Aos 11 anos já tinha ganho alguns campeonatos e vinha me destacando. Entrei em um projeto do governo que tinha vínculo com o Costa Verde Tênis Clube e recebia bolsa por ser atleta juvenil. Mas, o tênis é um esporte de alto custo, tudo precisa ser específico para o esporte, como raquete, mochila e tênis. Então, o custo não compensava em relação ao ganho, por isso eu desisti do tênis e conheci o beach tennis”, detalhou ao MASSA!.

Com talento de sobra, Paulinho continuou brilhando na areia da praia e alcançou grandes feitos na categoria infanto juvenil (sub-18), onde chegou a ser Top 30 do mundo, Top 10 do Brasil e segundo melhor do Nordeste, além de segundo melhor do país na categoria simples. “Menos que o tênis, o beach tennis também é um esporte com custos elevados. E meus pais não tinham lá uma condição absurda para me bancar no esporte. O que me ajudou, foi o fato do beach tennis ser um esporte bem inclusivo do ponto de vista social. Tive acesso a muitas pessoas generosas que puderam me ajudar, algumas vezes pagando ou me ajudando a organizar uma rifa para custear os meus gastos em competições”, explicou.

Depois de batalhar muito, hoje ele consegue ajudar no sustento de casa dando aula da modalidade, além de atualmente ocupar a 329ª posição do ranking da Federação Internacional de Tênis. “Estou no beach tennis há sete anos e já tenho uma história bem legal no esporte. Hoje sou professor de beach tennis. Como atleta profissional, atualmente sou o 4ª do ranking baiano, mas já fui campeão do estado 5 vezes e ocupei a 1ª posição algumas vezes. Também já ganhei duas etapas do circuito nacional e ano passado fui campeão mundial por equipes defendendo a Seleção Brasileira”, descreveu o jovem.

Imagem ilustrativa da imagem Revelação nas areias: Paulo Kiemby é a joia do beach tennis baiano
Foto: Divulgação

Esporte feito para elite?

Embora ame a modalidade e ganhe o pão de cada dia com ela, Paulinho também tem suas críticas ao beach tennis. Para ele, o esporte é muito elitista e acaba fazendo com que pessoas que não têm uma condição financeira tão favorável, não possam praticá-lo.

“A questão do beach tennis é que é um esporte que chegou à elite do país. Por isso, as empresas botam os preços dos materiais lá em cima e a galera acaba comprando. Ficou um esporte muito elitista, aumentou preço de raquete, rede, inscrição em torneio, aulas, tudo é muito caro. Uma raquete custa de R$ 500 a R$ 2500. É inviável para uma pessoa que vive com um salário mínimo pagar isso tudo”, afirmou.

Toda essa bronca de Paulinho com a elitização do beach tennis vem por acreditar que é um esporte que poderia promover a socialização. “Qualquer um pode jogar beach tennis. É um esporte socialmente inclusivo, que tio, tia, vovô, vovó, pai, mãe, criança, adolescente, todo mundo consegue jogar. E é um esporte que promove socialização, quase sempre é jogado em dupla”, frisou.

Imagem ilustrativa da imagem Revelação nas areias: Paulo Kiemby é a joia do beach tennis baiano
Foto: Divulgação

Projeto social é objetivo pro futuro

Para retribuir tudo o que o Beach Tennis lhe deu e também ajudar na popularização do esporte, Paulinho tem como planos para o futuro criar um projeto social. “No futuro, quero fazer projetos sociais envolvendo esportes de areia, com foco no beach tennis”, prometeu.

“Quero levar esportes de areia para pessoas que possuem a mesma realidade que eu. Por meio de um projeto social tive a oportunidade de descobrir o esporte e me destacar nele. E como profissional, a minha meta é ser um dos melhores jogadores”, completou o tenista.

*Sob a supervisão do editor Léo Santana

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