A torcida colossal com certeza irá guardar 2024 com muito carinho na memória, um ano de muita resiliência e quebra de jejuns para o Vitória. Mesmo com um investimento bem menor em relação ao Bahia, o Leão teve mais garra e voltou a ser campeão baiano depois de seis anos. Já no seu retorno à elite do Brasileirão, o time foi lanterna até a 9ª rodada e figura presente no Z-4 até a 29ª, mas deu a volta por cima e terminou o certame na 11ª posição, com 47 pontos, classificando-se para a Copa-Sul-Americana, competição que não disputava desde 2016.
Após a conquista da Série B em 2023, a torcida rubro-negra começou o ano com boas expectativas, mas ainda assim, por conta do alto investimento do rival, o título do Baianão era visto como improvável. Apesar disso, o Leão terminou a primeira fase do Estadual com os mesmos 19 pontos do Bahia, ficando na 2ª colocação pelos critérios de desempate, e avançando ao mata-mata depois de cinco anos.
Na semifinal, o Rubro-Negro passou pelo Barcelona de Ilhéus sem grandes dificuldades, goleando por 6 a 1 no placar agregado. Já no primeiro jogo da final, venceu o Esquadrão por 3 a 2 no Barradão, de forma emocionante, após estar perdendo por 2 a 0 até os 23 minutos do segundo tempo e marcar o terceiro gol já nos acréscimos. No duelo de volta, empatou em 1 a 1, na Arena Fonte Nova, sagrando-se campeão baiano pela 30ª vez.
Passada a euforia do título estadual, o Leão teve um choque de realidade no começo da Série A, competição que não disputava desde 2018. O time conquistou apenas um ponto nas seis primeiras rodadas, o que culminou na demissão do técnico Léo Condé, e só foi vencer a primeira partida na 9ª rodada, no quarto jogo sob o comando de Thiago Carpini. Assim, a equipe terminou a metade inicial do campeonato na 19ª colocação, com apenas 15 pontos conquistados e um aproveitamento de 26% (4D, 3E e 12D).
Porém, o Vitória mudou da ‘água para o vinho’ e teve a sétima melhor campanha do returno, conquistando 32 pontos e obtendo 56% de aproveitamento (9V, 5E e 5D) na metade final do certame. A arrancada foi tão avassaladora que o time garantiu a permanência na 36ª rodada e, no jogo seguinte, também em Salvador, selou a classificação para a Sul-Americana.
“Há dois anos estávamos na Série C e ano que vem estaremos na Sul-Americana. É um crescimento muito rápido, o Vitória está ajustando as coisas, melhorando em todos os departamentos. Mas não podemos ser irresponsáveis, nosso foco é o Brasileirão. É importante o Vitória voltar a viver essa competição, mas não pode ser a prioridade. Precisamos remar a cada dia na elite do futebol para melhorar departamentos, processos e mentalidade, mas vamos entregar competitividade”, analisou o técnico Thiago Carpini já projetando o 2025 do Vitória.
Competições para esquecer
Apesar do ano especial em campo, os resultados do Leão na Copa do Nordeste e na Copa do Brasil deixaram a desejar. No Nordestão, a equipe caiu em um grupo difícil e, mesmo somando 14 pontos, foi eliminada na fase inicial. Já na Copa do Brasil, o clube entrou direto na 3ª fase, graças ao título da Série B em 2023, mas foi eliminado logo de cara pelo Botafogo, levando 3 a 1 no placar agregado dos jogos.
Carpinismo necessário
Após vencer o Baianão deste ano, o carinho da torcida por Léo Condé, que já era grande pelo título da Série B em 2023, só cresceu. Contudo, com um mau início na Série A, ele foi demitido e a diretoria apostou na contratação de Thiago Carpini, que não foi abraçado pela torcida. Porém, ao garantir vaga na ‘Sula’, ele conquistou os corações rubro-negros e foi apelidado “Max Stell do Barradão”.
Investimento na sua Toca
Em 2024, o Vitória investiu pesado na infraestrutura da Toca do Leão. O clube fez melhorias no CT Manoel Pontes Tanajura, inaugurou a Academia de Futebol do Leão e começou a construir um novo Centro de Treinamento para o time feminino e a base, além de um estacionamento. Paralelamente, o Governo realizou a ampliação da Rua Artêmio Castro Valente, que dá o acesso ao Barradão.
As 'crias' não empolgaram
A tradicional Fábrica de Talentos do Vitória teve um ano bem abaixo. As ‘Crias da Toca’ perderam para o Bahia na final e ficaram sem o título do Baianão nas categorias sub-20 e 15. No sub-17, a eliminação veio na semifinal para o Estrela de Março. Já na Copinha, a base rubro-negra teve um desempenho mediano, chegando à segunda fase do mata-mata, onde caiu nos pênaltis para o Ibrachina.
Leoas vão à Segundona
O ano das Leoas da Barra foi de altos e baixos. No Brasileirão Feminino Série A3, a equipe chegou até a semifinal e foi eliminada nos pênaltis pelo Paysandu, mas garantiu o acesso para a Série A2 de 2025. Já no Campeonato Baiano, fez uma campanha irretocável até chegar à final, onde perdeu para o Bahia por 5 a 0 no agregado, aumentando o jejum de títulos estaduais para seis anos.
Torcida é colossal
Como já é de costume, a torcida colossal deu um show dentro e fora das arquibancadas do Barradão em 2024. O Vitória superou a casa dos 40 mil sócios (recorde do clube) e ao longo do Campeonato Brasileiro teve uma média de público de 23.289, alcançando uma taxa de ocupação de 75%. Além disso, a torcida realizou vários “AeroNegôs” para apoiar a equipe antes de jogos longe de Salvador.
*Sob a supervisão do editor Léo Santana
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