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É o Esquadrão! - 27/12/2024, 06:30 - Theo Fernandes*

Retrô 2024: Bahia atravessa caminho tortuoso e fecha ano aliviado

Tricolor inicia temporada empolgado e passa por frustrações, mas no final comemora

Jogadores do Bahia festejaram ao fim do ano com vaga na Libertadores
Jogadores do Bahia festejaram ao fim do ano com vaga na Libertadores |  Foto: EC Bahia / Divulgação

O torcedor do Bahia viveu um ano de emoções bem tortuosas em 2024. Empolgação, frustrações e alívio são os sentimentos que podem definir a temporada do Esquadrão, que já começou com expectativas imensuráveis e desejos incontáveis. Contratações como Everton Ribeiro, Jean Lucas e Caio Alexandre mostraram as caras do maior orçamento da história tricolor e elevaram o patamar da equipe.

Quando as novas peças entraram em ação no Campeonato Baiano, distribuíram goleadas e chegaram a fazer do Esquadrão o melhor ataque do Brasil. O final dessa história, no entanto, foi triste, já que na decisão, contra o Vitória, depois de abrir 2 a 0, sofreu a virada no último minuto e saiu do Barradão com a derrota por 3 a 2. O resultado acabaria sendo decisivo para o jogo da volta e a perda do título estadual. Na Arena Fonte Nova, quando o placar marcava 1 a 1, o volante Rezende foi expulso ainda no primeiro tempo de jogo e dificultou a missão, perdendo assim o primeiro título do ano.

Na Copa do Nordeste, o roteiro foi semelhante. O Tricolor fez a melhor campanha da primeira fase geral, mas caiu para o CRB, nos pênaltis, na semifinal, em plena Arena Fonte Nova.

Já na Copa do Brasil, depois de classificação heroica contra o Botafogo, foi facilmente superado pelo Flamengo e deu continuidade à maldição das quartas de final: foi a nona desclassificação nesta fase que nunca superou.

Neste período, entretanto, performava como um dos melhores times do país no Campeonato Brasileiro, sendo bastante elogiado pela mídia nacional. E foi na Série A onde o treinador Rogério Ceni potencializou as melhores peças e colocou a equipe em um alto nível competitivo. As boas performances e resultados levaram o clube a sua melhor campanha da era dos pontos corridos no primeiro turno da competição. “Tem duas maneiras de ver o futebol. Ou se adapta ao adversário a cada jogo ou repete muito aquilo que você faz e faz com que os outros se adaptem a você. É possível fazer trocas, alterar sistemas, mas quando você tem confiança no trabalho é interessante fazer que o adversário se molde a você. Você vê alguns times que jogam e outros se adaptam”, descreveu o comandante do Esquadrão à época sobre o seu time.

As flores, contudo, acabaram na primeira parte da elite nacional, quando o Bahia chegou a brigar pela liderança e acabou em 6º lugar, com 31 pontos. Na segunda metade do Brasileirão, o desempenho derreteu totalmente. Seja por falta de material humano no elenco ou de repertório tático de Ceni, o time passou longe do futebol que havia praticado outrora. As dúvidas em relação à classificação para a Libertadores, objetivo central da temporada, aumentaram progressivamente. Mas, no fim do ano, depois de um caminho cheio de tropeços, o Bahia terminou em 8º lugar e garantiu presença na ‘Liberta’ após 35 anos, fechando a tortuosa temporada com chave de ouro.

Experiente meia foi o grande reforço de 2024 no Esquadrão
Experiente meia foi o grande reforço de 2024 no Esquadrão | Foto: EC Bahia / Divulgação

Reforços a peso de ouro

O 2024 do Bahia começou com transferências que mudaram o patamar do time, sobretudo no meio de campo. Everton Ribeiro assinou com o Esquadrão sem custos depois de encerrar vínculo no Flamengo. Caio Alexandre e Jean Lucas se tornaram as transferências mais caras da história do Nordeste. O recorde, porém, durou até “Lucho” Rodríguez, atacante uruguaio que foi comprado por R$ 61 milhões.

Decepções no Estadual e Nordestão

Depois da melhor campanha da primeira fase do Baianão, o Bahia encarou na final o Vitória. Na ida, no Barradão, sofreu virada inacreditável depois de abrir 2 a 0 e saiu derrotado por 3 a 2. Em seguida, o 1 a 1 na Fonte Nova definiria a perda do título e o começo turbulento de 2024. Já na Copa do Nordeste, voltou a fazer a melhor campanha, mas caiu nas quartas de final, na disputa de pênaltis, para o CRB.

Base fatura títulos locais

Os Meninos de Aço atingiram o topo do cenário estadual neste ano, mas ficaram no ‘quase’ nos torneios nacionais. Tanto no sub-20 quanto no sub-17, os tricolores venceram o Baianão. Já nas competições pelo Brasil, o sucesso não foi o mesmo. A equipe sub-20 caiu na semifinal da Copa do Brasil pelo segundo ano seguido, e no Brasileirão, assim como o sub-17, não se classificou ao mata-mata.

Time feminino teve resultados históricos nesta temporada
Time feminino teve resultados históricos nesta temporada | Foto: EC Bahia / Divulgação

Mulheres de Aço brocam

O ano de 2024 foi histórico para as Mulheres de Aço. A equipe feminina do Bahia conquistou seu primeiro título nacional, a Série A2 do Campeonato Brasileiro, com direito ao acesso à primeira divisão. Além disso, manteve a hegemonia estadual e conquistou, em cima do Vitória, o quinto Baianão consecutivo. Por fim, a nível internacional, ficou com o vice-campeonato da Brasil Ladies Cup.

Ceni fecha temporada

Depois de salvar o time do rebaixamento em 2023, o treinador Rogério Ceni foi mantido no cargo e fechou a temporada como treinador, fato que não acontecia no clube desde 2007. Ele teve a missão de elevar o nível da equipe, com a chegada de novas peças e o amadurecimento do trabalho. Até conseguiu em certo momento, mas fechou o ano sem títulos e com a vaga na pré-Libertadores.

Torcida dá show de novo

O ano de 2024 foi de arquibancadas lotadas na Arena Fonte Nova. Nesta temporada, o Bahia atingiu 75 mil sócios-torcedores, recorde histórico no clube. Além disso, levou mais de um milhão de torcedores ao estádio: 1.198.267 foi a soma do público nos 35 jogos na capital baiana, uma média de 34.236 por partida. Na Série A, o Bahia foi o time com o quarto maior público: 684.409 torcedores.

*Sob a supervisão do editor Léo Santana

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