O torcedor do Bahia viveu um ano de emoções bem tortuosas em 2024. Empolgação, frustrações e alívio são os sentimentos que podem definir a temporada do Esquadrão, que já começou com expectativas imensuráveis e desejos incontáveis. Contratações como Everton Ribeiro, Jean Lucas e Caio Alexandre mostraram as caras do maior orçamento da história tricolor e elevaram o patamar da equipe.
Quando as novas peças entraram em ação no Campeonato Baiano, distribuíram goleadas e chegaram a fazer do Esquadrão o melhor ataque do Brasil. O final dessa história, no entanto, foi triste, já que na decisão, contra o Vitória, depois de abrir 2 a 0, sofreu a virada no último minuto e saiu do Barradão com a derrota por 3 a 2. O resultado acabaria sendo decisivo para o jogo da volta e a perda do título estadual. Na Arena Fonte Nova, quando o placar marcava 1 a 1, o volante Rezende foi expulso ainda no primeiro tempo de jogo e dificultou a missão, perdendo assim o primeiro título do ano.
Na Copa do Nordeste, o roteiro foi semelhante. O Tricolor fez a melhor campanha da primeira fase geral, mas caiu para o CRB, nos pênaltis, na semifinal, em plena Arena Fonte Nova.
Já na Copa do Brasil, depois de classificação heroica contra o Botafogo, foi facilmente superado pelo Flamengo e deu continuidade à maldição das quartas de final: foi a nona desclassificação nesta fase que nunca superou.
Neste período, entretanto, performava como um dos melhores times do país no Campeonato Brasileiro, sendo bastante elogiado pela mídia nacional. E foi na Série A onde o treinador Rogério Ceni potencializou as melhores peças e colocou a equipe em um alto nível competitivo. As boas performances e resultados levaram o clube a sua melhor campanha da era dos pontos corridos no primeiro turno da competição. “Tem duas maneiras de ver o futebol. Ou se adapta ao adversário a cada jogo ou repete muito aquilo que você faz e faz com que os outros se adaptem a você. É possível fazer trocas, alterar sistemas, mas quando você tem confiança no trabalho é interessante fazer que o adversário se molde a você. Você vê alguns times que jogam e outros se adaptam”, descreveu o comandante do Esquadrão à época sobre o seu time.
As flores, contudo, acabaram na primeira parte da elite nacional, quando o Bahia chegou a brigar pela liderança e acabou em 6º lugar, com 31 pontos. Na segunda metade do Brasileirão, o desempenho derreteu totalmente. Seja por falta de material humano no elenco ou de repertório tático de Ceni, o time passou longe do futebol que havia praticado outrora. As dúvidas em relação à classificação para a Libertadores, objetivo central da temporada, aumentaram progressivamente. Mas, no fim do ano, depois de um caminho cheio de tropeços, o Bahia terminou em 8º lugar e garantiu presença na ‘Liberta’ após 35 anos, fechando a tortuosa temporada com chave de ouro.
Reforços a peso de ouro
O 2024 do Bahia começou com transferências que mudaram o patamar do time, sobretudo no meio de campo. Everton Ribeiro assinou com o Esquadrão sem custos depois de encerrar vínculo no Flamengo. Caio Alexandre e Jean Lucas se tornaram as transferências mais caras da história do Nordeste. O recorde, porém, durou até “Lucho” Rodríguez, atacante uruguaio que foi comprado por R$ 61 milhões.
Decepções no Estadual e Nordestão
Depois da melhor campanha da primeira fase do Baianão, o Bahia encarou na final o Vitória. Na ida, no Barradão, sofreu virada inacreditável depois de abrir 2 a 0 e saiu derrotado por 3 a 2. Em seguida, o 1 a 1 na Fonte Nova definiria a perda do título e o começo turbulento de 2024. Já na Copa do Nordeste, voltou a fazer a melhor campanha, mas caiu nas quartas de final, na disputa de pênaltis, para o CRB.
Base fatura títulos locais
Os Meninos de Aço atingiram o topo do cenário estadual neste ano, mas ficaram no ‘quase’ nos torneios nacionais. Tanto no sub-20 quanto no sub-17, os tricolores venceram o Baianão. Já nas competições pelo Brasil, o sucesso não foi o mesmo. A equipe sub-20 caiu na semifinal da Copa do Brasil pelo segundo ano seguido, e no Brasileirão, assim como o sub-17, não se classificou ao mata-mata.
Mulheres de Aço brocam
O ano de 2024 foi histórico para as Mulheres de Aço. A equipe feminina do Bahia conquistou seu primeiro título nacional, a Série A2 do Campeonato Brasileiro, com direito ao acesso à primeira divisão. Além disso, manteve a hegemonia estadual e conquistou, em cima do Vitória, o quinto Baianão consecutivo. Por fim, a nível internacional, ficou com o vice-campeonato da Brasil Ladies Cup.
Ceni fecha temporada
Depois de salvar o time do rebaixamento em 2023, o treinador Rogério Ceni foi mantido no cargo e fechou a temporada como treinador, fato que não acontecia no clube desde 2007. Ele teve a missão de elevar o nível da equipe, com a chegada de novas peças e o amadurecimento do trabalho. Até conseguiu em certo momento, mas fechou o ano sem títulos e com a vaga na pré-Libertadores.
Torcida dá show de novo
O ano de 2024 foi de arquibancadas lotadas na Arena Fonte Nova. Nesta temporada, o Bahia atingiu 75 mil sócios-torcedores, recorde histórico no clube. Além disso, levou mais de um milhão de torcedores ao estádio: 1.198.267 foi a soma do público nos 35 jogos na capital baiana, uma média de 34.236 por partida. Na Série A, o Bahia foi o time com o quarto maior público: 684.409 torcedores.
*Sob a supervisão do editor Léo Santana