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Fez história - 13/10/2025, 07:15 - Lucas Santos*

Recorde no paraquedismo: baiano voa alto por um sonho

Fábio Samartin organiza equipe de Wingsuit e alcança marca com salto no interior de São Paulo

Modalidade utiliza um macacão com asas para os saltos
Modalidade utiliza um macacão com asas para os saltos |  Foto: Arquivo Pessoal

As atividades físicas são capazes de levarem o corpo humano ao extremo, e algo que chegou a ser o maior sonho da humanidade e parecia impossível a tempos atrás, tornou-se uma realidade: voar. Com os aviões e outros veículos aéreos, o sonho virou real e tornou-se também um esporte. É o caso do Wingsuit, uma modalidade de paraquedismo que utiliza um macacão com asas em que o Brasil atingiu uma marca histórica recentemente.

No último mês, 17 brasileiros e um argentino, na cidade de Boituva-SP, cravaram o primeiro recorde mundial em formação vertical, em que precisavam trocar de posição, de forma ordenada, em pleno ar e a 50km/h. E um dos líderes da impressionante iniciativa foi um baiano: Fábio Samartin, um dos dois nordestinos que estavam no salto.

“O recorde mundial era um desejo distante, o plano era fazer o recorde do clube Fly Brothers, paulista, brasileiro, latino americano e sul-americano. No meio do processo, nosso amigo e atleta Diego Kabid estudou as regras e viu que poderíamos fazer o 1º recorde mundial de formação vertical sequencial de 2 pontos. O êxtase já era grande no time e a vontade de estabelecer o primeiro recorde mundial no Brasil veio com tudo. Sim. Foi o primeiro recorde mundial de paraquedistas realizado no Brasil. Feito enorme para o esporte brasileiro”, descreveu o paraquedista nascido na Bahia ao MASSA!.

A marca foi alcançada no dia 19 de setembro, em que os paraquedistas, que realizaram o salto com roupas de planagem e paraquedas, tinham de se organizar em espaços alinhados enquanto caíam e trocaram de lugar depois de se fixarem em seus antigos espaços. A Federação Aeronáutica Internacional (FAI) reconheceu o feito brasileiro, apesar das dificuldades em organizar o evento.

“Precisamos trazer dois juízes para homologar o recorde, um brasileiro do Paraná e uma juíza que veio da Finlândia. Ele homologou o recorde brasileiro, paulista e do Clube, enquanto ela homologou recordes Sul-americanos e Mundial por ser habilitada na FAI para tanto. Além disso, outra dificuldade foi juntar todo o time, pois cada um é de uma região do Brasil e tem outras profissões, como médicos, advogados, dentistas e empresários”, destacou o organizador do projeto.

Galera do Clube Fly Brothers dá show de paraquedismo
Galera do Clube Fly Brothers dá show de paraquedismo | Foto: Arquivo Pessoal

Vem mais novidade à frente

Apesar do alto custo para a prática do paraquedismo, a equipe está focada no próximo passo, que pouco tem a ver com o esporte em si, mas sim com o entretenimento e a felicidade das pessoas. “Estamos desenvolvendo um projeto incrível que é o show de luzes nas capitais brasileiras. Já fizemos em Salvador no início do ano e algumas vezes em São Paulo. O resultado é incrível e a repercussão é muito positiva. O projeto consiste em um salto noturno, sobre a cidade, e saltamos com luzes de LED e uma chuva de prata e quem olha de baixo tem a sensação mais diversa possível. Já falaram que éramos meteoro ou um cometa. Foi um momento incrível da minha carreira”, detalhou o paraquedista cria da Bahia.

Fábio Samartin, um dos dois
nordestinos na iniciativa
Fábio Samartin, um dos dois nordestinos na iniciativa | Foto: Arquivo Pessoal

Custo é caro na prática esportiva

O custo para um salto de paraquedas recreativo na cidade de Boituva-SP, onde o recorde foi atingido, custa R$ 525,00, o que equivale a cerca de um terço do salário mínimo de R$ 1.518,00. No Nordeste, o salário médio é de R$ 2.809,00, sendo o menor do Brasil e explica a razão da baixa adesão ao paraquedismo na região e no país.

“No Nordeste tem poucos praticantes de Wingsuit, devido à falta de estrutura na nossa região e por isso é necessário um grande investimento para poder treinar e alcançar esses feitos. Fico muito feliz em poder levar o nome da Bahia e do Nordeste ao topo do mundo. Acredito que o esporte radical tenha pouco espaço no Brasil porque é um esporte de investimento caro, especialmente o paraquedismo, pois tem poucas fábricas no Brasil e por isso temos que trazer os equipamentos de fora”, opinou Fábio Samartin.

*Sob a supervisão do editor Léo Santana

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