Com anos de serviços prestados ao City Football Group, o diretor de futebol do Bahia, Carlos Santoro, concedeu sua primeira entrevista fora do ambiente do clube, onde contou detalhes de como foram realizadas algumas das contratações e revelou alguns processos dentro do Tricolor que estão sendo feitos pensando no médio e longo prazo.
Na entrevista concedida ao podcast Futebol S/A, o dirigente ressaltou que não veio para o Bahia apenas trabalhar e iniciar um novo projeto e pontuou a relação de sua família com o Tricolor e com a cidade de Salvador.
“A minha família está apaixonada pela cidade. O nosso evento da semana é o jogo, eles querem ir no jogo, meus filhos pequenos querem entrar em campo com os atletas, o meu enteado Breno, quer ir no meio da torcida. Quem vive a zona mista sempre vê, no final do jogo, meus filhos pequenos correndo”, disse Cadu.
“A gente também vive o Bahia de uma forma que eu posso afirmar: eu não vim aqui pra passar, sabe? Eu vim aqui porque eu quero liderar, iniciar esse projeto, mas marcar a época aqui, marcar a história. E quero que a minha família viva isso. Hoje, meus filhos que tem 9 e 5 anos, se você perguntar, são torcedores do Bahia, não têm um clube do outro estado que a gente morava e mudaram pra cá e tem outro aqui. São torcedores do Bahia”, complementou.
Apesar de não comentar sobre negociações atuais, Santoro deu detalhes sobre a reformulação do elenco após o retorno para a Série A e a intenção de fazer cada vez menos contratações, trazendo jogadores pontuais, que possam causar um impacto maior.
“Eu falei na minha primeira entrevista que o nosso objetivo no ano zero era se manter na série A sem sofrimento e não foi o que aconteceu. Não podemos fugir dessa questão, fugir desse ponto. A gente montou um elenco onde a gente precisou fazer operações em julho porque a gente sentiu a necessidade, não tinham coisas previstas. A operação do Gilberto é um bom exemplo, que foi muito elogiada no momento e a gente sabe que, como qualquer atleta, às vezes vai oscilar um pouquinho, agora fez um ótimo jogo de novo. Quando a gente faz uma operação dessa, é porque o grupo também está entendendo que a competição está num nível mais alto do que era esperado”, detalhou.
“Naturalmente, com o passar do tempo e com contratos longos, a gente vai reduzir o quantitativo de atletas na janela. A gente teve um primeiro ano com muitas contratações, porque a gente tinha que mudar completamente o perfil do elenco. Nesse segundo ano foram coisas mais pontuais que chegaram e impactaram, como Cuesta, Arias, Jean Lucas, Caio, Everton Ribeiro”, prosseguiu.
Cadu Santoro também deu detalhes do processo de contratação de Cauly, que foi o principal destaque da equipe em 2023 e foi alvo de muitos clubes no fim da temporada. A renovação com Thaciano, um dos principais jogadores do time nesse início de temporada 2024, também foi citada como importante operação.
“Cauly foi muito assediado. Se falou muito do Palmeiras, mas não foi só o Palmeiras, foram muitos clubes que vieram por ele. Eu tenho que valorizar muito meu departamento de scouting que foi quem identificou esse jogador jogando no Ludogorets, numa liga com pouquíssimo movimento de entrada de jogadores de lá pra cá fora, totalmente fora do radar. É importante falar que quando a gente chega no Bahia a gente sai de um scouting para cinco só do Bahia, mais toda a equipe do Grupo City, que também alimenta o Bahia”, revelou.
“Outro exemplo é o Thaciano, que tinha contrato até o final do ano que vem. Eu não posso entrar com um atleta como esse no último ano de contrato. Porque se eu entro com um jogador como esse no último ano de contrato, tenho duas soluções para tomar. Ou eu vendo ele, ou eu utilizo ele mais um ano só pelo nível de performance, sabendo que eu vou perder de graça, porque em seis meses ele vai poder assinar um pré-contrato”, concluiu.
A entrevista completa com Carlos Santoro, diretor de futebol do Bahia, estará disponível no Canal Futebol S/A, no YouTube.