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Arte suave - 05/06/2023, 12:44 - Wiliam Falcão*

Projeto social de jiu-jitsu resgata crianças e jovens na Boca do Rio

Iniciativa 'Social Prayer', realizada em espaço cedido pela Igreja Batista do Cordeiro, salva vidas na comunidade

Com tatames e kimonos doados, alunos aprendem a técnica do esporte de luta
Com tatames e kimonos doados, alunos aprendem a técnica do esporte de luta |  Foto: Arquivo Pessoal

Com o intuito de atender dezenas de jovens da comunidade da Boca do Rio, o Projeto Social Prayer Jiu-Jistu, localizado na Rua Heitor Dias, na Igreja Batista do Cordeiro, tem feito a alegria da galera há mais de um ano. Por meio da iniciativa, adolescentes e crianças já entendem desde cedo que podem sonhar em ser um atleta de alto nível, além de encontrar no esporte um caminho diferente da criminalidade.

O professor Lucas Santos, 39 anos, é o responsável por treinar e manter as esperanças vivas dos alunos que praticam a modalidade. “Iniciamos (o projeto) com o chamado de um amigo meu, professor de capoeira. Ele me convidou e perguntou se tinha interesse em dar aula de jiu-jitsu, em um projeto social abrir, uma turma. Tenho 18 anos de jiu-jitsu, mas estava parado por conta de lesões, desde a pandemia, mas resolvi aceitar esse desafio, né?”, destacou o sensei, que é publicitário, ao MASSA!.

Segundo o idealizador do projeto, há a importância de formar futuros atletas, mas o real objetivo de ter topado dar aulas é ajudar a garotada. “Tirar as crianças da comunidade da rua, voltar para o esporte. Porque arte suave, o jiu-jitsu em si, tem toda aquela didática. Que você precisa ter disciplina, respeito, amor, entre outras coisas. Então, aqui a gente foca bastante sobre disciplina”, afirmou.

Esporte e educação caminham sempre juntos, por isso para se fazer parte do programa é necessário que a criança ou adolescente reconheça essa importância. “Todas as crianças e adolescente têm que está estudando, bem em casa com a sua família, com seus pais, na escola. Os pais mandam o boletim para a gente, a gente conversa, existem diversas questões sociais. Existem crianças com problemas de separação, os pais que usam drogas. Então a gente acaba trazendo para dentro da igreja, bate um papo antes ou depois do treino com a criança”, destacou Lucas.

Arte suave é passada pelo sensei à garotada que sonha em se tornar profissional
Arte suave é passada pelo sensei à garotada que sonha em se tornar profissional | Foto: Arquivo Pessoal

Para que haja a melhor assistência possível para os jovens, é necessário o apoio da comunidade, e isso a Igreja Batista do Cordeiro tem feito. O espaço onde os alunos do Prayer treinam foi cedido pelo templo religioso, além dos tatames que foram doados pelo pastor Celso Amorim. Contudo, o espaço irá passar por uma pequena reforma para aumentar a capacidade de alunos no projeto e é necessária a compra de novos tatames e kimonos. Por isso, a chave PIX (e-mail): [email protected] foi disponibilizada caso alguém tenha interesse em ajudar.

Gratidão por igreja apoiar

A palavra gratidão é a principal do vocabulário de Lucas, quando ele se recorda de tudo que foi feito pelo pastor Igreja Batista do Cordeiro, Celso Amorim, que não perde a fé em ver os jovens da comunidade da Boca Rio trilhando caminhos de sucesso por meio do esporte. “Só gratidão por doar o espaço, porque não é só o tatame, é o espaço, é água, energia. A igreja dá lanche às vezes, dá suco. Então, o pastor que é o representante da igreja pra esse projeto esportivo, que dá todo apoio que é o pastor Celso Amorim”, lembrou.

Apesar do treino ser realizado no espaço religioso, não há cobrança por parte dos líderes da igreja para que os jovens frequentem o templo. “Não obriga ninguém vim pra igreja orar, nem as crianças, nem os adolescentes. O que eles querem é que as crianças da comunidade estejam dentro da igreja treinando, entendeu? Cada um escolhe seu seguimento, sua direção sejam os pais ou os filhos”, completou o professor.

Professor Lucas Santos ensina golpes ao pequeno João Davi, de apenas 12 anos
Professor Lucas Santos ensina golpes ao pequeno João Davi, de apenas 12 anos | Foto: Arquivo Pessoal

Iniciativa que muda destinos

Pai de João Davi, 12 anos, um dos jovens que encontrou no jiu-jistu um novo caminho para a vida, Israel Leal rasga elogios ao projeto que ajudou seu filho. “Gostaria de expressar minha enorme gratidão ao projeto, pois foi um divisor de águas no desenvolvimento do meu filho, ao ingressar no projeto, ele ficou mais disciplinado, focado, pode desenvolver uma atividade e dessa forma não ficar ocioso na frente de um celular ou na rua”, celebrou ao MASSA!.

Ele também reconhece o esforço feito pelo professor Lucas para acolher o máximo de jovens possível. “O trabalho que realizam aqui com muito esforço e dedicação é de fundamental importância para comunidade e para nossas crianças. Só gratidão a todos do projeto por acolherem não só ao meu filho, mas a todas as crianças com responsabilidade, amor, zelo e profissionalismo”, completou Israel.

*Sob a supervisão do editor Léo Santana

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