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Bela atitude - 17/06/2024, 21:59 - Silvânia Nascimento

Projeto Sinais revoluciona com aulas de canoagem havaiana para todos

Iniciativa introduz crianças e adolescentes com deficiência auditiva e surdos ao esporte

Clube Kaiaulu Va’a junto com a SEMPRE promovem ação
Clube Kaiaulu Va’a junto com a SEMPRE promovem ação |  Foto: Olga Leiria / Ag. A TARDE

Em um cenário paradisíaco, calmo e de águas mornas, centenas de crianças e adolescentes surdos e com deficiências auditivas têm vivido a experiência única de praticar aulas de canoagem havaiana por meio do Projeto Sinais, na praia da Preguiça, em Salvador. A iniciativa, promovida pelo clube Kaiaulu Va’a junto com a Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (SEMPRE) e em parceria com a Associação de Remo Salvador (ARS), é considerada pioneira no Brasil, já que até então, nenhum outro local realiza esse tipo de atividade.

As aulas, que tiveram início no mês de maio deste ano, proporcionam à garotada benefícios importantes para a melhoria das suas condições de saúde como equilíbrio, capacidade muscular, condição física e outros. E, mesmo com pouco tempo de criação, o projeto - que além de ações esportivas também oferece atividades culturais e de cidadania - já tem sido muito procurado por pais e familiares de crianças e jovens que possuem esses tipos de deficiência.

Durante a execução das atividades os alunos são supervisionados por profissionais capacitados e, dentre eles, está Lorena Lago, gestora do clube Kaiaulu Va’a, que detalhou as vantagens dessa modalidade esportiva para o desenvolvimento dos praticantes. “A canoa havaiana é um esporte super inclusivo e democrático. Crianças a partir de 6 anos já podem remar, e aquelas que ainda não têm essa idade, podem desfrutar da experiência. Basta usar o colete e ir com o responsável. O remo realmente traz inúmeros benefícios para saúde física e mental. Ele movimenta o corpo inteiro e, com isso, a gente consegue atrelar o esporte ao lazer, o que acaba sendo uma terapia porque é um contato com a natureza, é a sincronia”, declarou em entrevista ao MASSA!.

Antes de irem para a parte prática, os alunos e seus responsáveis recebem, ainda na areia, instruções básicas sobre canoagem. Como o público das aulas é composto por pessoas surdas e com deficiência auditiva, essas orientações são passadas por profissionais do projeto que possuem conhecimento em libras. “A gente tem uma equipe preparada e qualificada para poder fazer atividade com toda a segurança. A gente rema dentro de águas abrigadas. Então, é uma condição ideal para praticar essa atividade esportiva de forma segura”, destacou Lorena Lago.

Esporte acessível inspira e auxilia todas as gerações
Esporte acessível inspira e auxilia todas as gerações | Foto: Olga Leiria / Ag. A TARDE

Procura pelas vagas é alta

Inicialmente, quando o Projeto Sinais foi idealizado, foram disponibilizadas 100 vagas para serem preenchidas. Porém, na prática, a teoria precisou ser reformulada pelos organizadores. Isso porque, no primeiro dia de aula, a quantidade de pessoas que compareceram na Praia da Preguiça superou o número de oportunidades ofertadas.

“A gente já atendeu mais de 180 pessoas. E o objetivo é que a gente continue atendendo todo mundo que tiver interesse. A ideia é, justamente, dar acessibilidade para o esporte, não só para quem nunca praticou a canoa, mas muitos que nunca vieram à praia. Vamos adaptando o esporte à necessidade de cada um. Percebemos que estamos atendendo, deficientes visuais, pessoas com baixa visão, amputadas, cadeirantes.

O esporte é para todo mundo”, pontuou Lorena, gestora do clube Kaiaulu Va’. Quem tiver interesse em saber como participar ou também ajudar o excelente projeto social pode entrar em contato através do contato: (71) 98419-6372 (WhatsApp).

Professores ajudam os alunos até mesmo usando as libras
Professores ajudam os alunos até mesmo usando as libras | Foto: Olga Leiria / Ag. A TARDE

Familiares vibram com oportunidade

Da areia, Crispina Santos da Conceição não escondeu a felicidade ao presenciar seu filho Caio Lima, 17 anos, no mar, fazendo aula de canoagem pela primeira vez. “Eu achei essa oportunidade muito boa porque as pessoas pensam que os adolescentes e crianças portadores de alguma deficiência não têm a capacidade para fazer coisas comuns. E a gente, como mãe, a gente faz o possível e o impossível pelos nossos filhos. Tá sendo muito bom saber que meu filho vai aprender uma coisa nova”, vibrou.

Quem também destacou a importância das aulas para a garotada foi a diretora de Políticas Públicas para Pessoa com Deficiência (DPCD) da Sempre, Daiane Pina. “A gente sabe que o esporte, muitas vezes, não é acessível a todo mundo, principalmente a canoa havaiana, que é um esporte caro. Nos orgulhamos muito dessas pessoas estarem conosco para fazer essas atividades porque a gente precisa ocupar espaços. É um projeto que conta com uma equipe toda preparada e qualificada com certificados em resgate e salvamento aquático pelo Salvamar”, lembrou a gestora.

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