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É arte marcial - 14/07/2025, 07:00 - Lucas Santos*

Projeto leva o jiu-jitsu para todos e forma cidadãos no CT Fight Club

Iniciativa, em parceria com o ISEN e o Instituto Igor Nogueira, ensina arte marcial gratuitamente

32 jovens, entre homens e mulheres, participam de treinos
32 jovens, entre homens e mulheres, participam de treinos |  Foto: Raphael Muller / AG. A TARDE

Os esportes mudam vidas, realidades, famílias e trazem o crescimento físico e mental. Foi pensando nisso que o CT Fight Club Brotas, em parceria com o ISEN (Instituto de Saúde e Educação do Nordeste) e o Instituto Igor Nogueira, montaram um projeto social para crianças de famílias com baixa renda aprenderem a lutar jiu-jitsu de maneira gratuita. A iniciativa atende jovens de 11 até 18 anos, com todos matriculados em alguma escola, e teve início no mês passado.

“Eu sempre tive vontade de fazer um projeto social, de fazer pelo outro. Ajudar as pessoas através das artes marciais é o meu propósito de vida”, destacou o sensei Marcelo ‘T-Rex’, fundador do local, ao MASSA!.

Para além do aumento de força física, velocidade e outros atributos, o jiu-jitsu traz consigo ensinamentos para a formação de pessoas. “No tatame, todo mundo é igual. A única diferença entre as pessoas é a cor da faixa. Além disso, a gente trabalha valores como o combate à vaidade e ao ego, a humildade de reconhecer a vitória do adversário, autocontrole, autoconfiança e outras formas que possam moldar um ser humano para além da luta”, completou um dos idealizadores.

Professor Marcelo T-Rex  e Jubrã Ferreira, do ISEN, estão à frente
Professor Marcelo T-Rex e Jubrã Ferreira, do ISEN, estão à frente | Foto: Raphael Muller / AG. A TARDE

Esta união de ideias foi responsável por trazer o apoio do ISEN. “O esporte une saúde e educação, tudo a ver com o que a gente faz. Num país de exclusão, o esporte é um dos braços da educação. O esporte inclui, não só formando atletas, mas formando cidadãos”, descreveu Jubrã Ferreira, presidente do instituto.

Atualmente, o projeto atende 32 jovens, tanto homens quanto mulheres. As inscrições contam com o apoio do ISEN e podem ser feitas presencialmente no CT, na Rua Comendador Pereira da Silva, no bairro de Brotas, em Salvador.

Valto Cyclop também é sensei
Valto Cyclop também é sensei | Foto: Raphael Muller / AG. A TARDE

Esporte que transforma

Nas aulas, que duram uma hora, os alunos aprendem as técnicas de maneira teórica, assistem ao professor as realizando e partem para o “rola”, em que a turma é dividida em duplas que lutam entre si, colocando em prática os aprendizados. “Quero ir longe com o projeto. Era algo que eu já queria fazer e hoje eu foco em ir o mais longe possível com ele”, projetou Valto ‘Cyclop’, professor de jiu-jitsu da iniciativa ao MASSA!.

Um exemplo de como o esporte é capaz de mudar e melhorar vidas vem do próprio Marcelo ‘T-Rex’. “Quando perdi minha filha, faltando 15 dias para nascer, a única coisa que eu consegui fazer, depois de dar suporte para minha esposa, era treinar jiu-jitsu. A partir dali eu consegui criar forças para seguir em frente e ajudar minha família. O esporte me fortaleceu muito mentalmente, me deu segurança para resolver problemas que acho que nada me daria. Ele é meu alicerce”, desabafou.

Cesar Serapião auxilia nas aulas
Cesar Serapião auxilia nas aulas | Foto: Raphael Muller / AG. A TARDE

Mudanças e gratidão total

Dentro do projeto, além dos professores, Cesar Serapião auxilia na condução das aulas, mesmo sendo faixa roxa, duas abaixo da preta. “Eu estava sem fazer nada, nem estudava e nem trabalhava, há 9 anos e passei a fazer coisas erradas. Minha mãe encontrou um amigo que dá aula aqui e falou pra que ele me levasse para cá e eu saí amarradão. Além desse amigo, ‘T-Rex’ mudou a minha vida. Me deu uma profissão e me moldou como homem”, descreveu o jovem.

Sobre dar aula para pessoas que vêm de uma realidade similar a dele, Cesar demonstrou ainda mais gratidão e satisfação naquilo que faz. “O jiu-jitsu hoje é a minha vida e eu vivo dando aula. Eu me vejo como eles. Antigamente eu chegava bem cedo, limpava a academia e vinha treinar. Hoje eu me espelho nos grandes nomes e vejo muito do Cesar de 17 anos nesses meninos”, completou o aluno.

*Sob a supervisão do editor Léo Santana

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