Os sites e casas de apostas fizeram aflorar as fraudes de manipulação de jogos de futebol brasileiro. Essa é a opinião do deputado Júlio Arcoverde (PP-PI), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga os contornos do escândalo recente.
"Acho que este problema aflorou mais com apostas eletrônicas, que facilitou o livre acesso e também para que os jogadores sejam corrompidos. Em 2005 teve a Máfia do Apito, mas era uma coisa mais específica, localizada. Hoje acaba aumentando, tem apostadores de cartão amarelo, de lateral... isto aí é o submundo das apostas", disse o parlamentar que também é ex-presidente do River-PI.
Na condução dos trabalhos, o deputado defende que a CPI puna os envolvidos nos esquemas, mas que também busque soluções para o setor. No plano de trabalho da comissão, que será apresentado oficialmente nesta terça-feira (23), consta a apresentação de projetos de lei para regulamentação das apostas no Brasil.
"A CPI tem que ser punitiva e propositiva. É uma questão muito sensível que estamos passando no futebol. A gente tem que ter muita tranquilidade e sapiência. Todos os membros são pessoas que já passaram por clubes, federações, associações, e isto vai nos dar uma substância maior na comissão."
Instalada na Câmara há quase uma semana, a CPI irá investigar a atuação de quadrilhas que aliciam jogadores para cometerem ações específicas em partidas de diversos campeonatos para lucrarem com apostas.
A comissão é formada por 34 deputados titulares e 34 suplentes, entre os quais muitos são dirigentes ou ex-dirigentes de clubes de futebol. Além do presidente, também estão neste grupo os deputados José Rocha (União-BA), que já foi presidente do Vitória; Eduardo Bandeira de Mello (PSB-RJ), outro que presidiu o Flamengo; Paulinho Freire (União-RN) foi presidente do América-RN; e André Figueiredo (PDT-CE) foi presidente do conselho do Ceará. Maurício do Vôlei (PL-MG) também faz parte.