O presidente do Vitória, Fábio Mota, voltou a declarar publicamente que é contra a implantação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) no clube. Sem citar times, o dirigente criticou essa tendência no Brasil e deu uma provocada no rival Bahia. Na prática, a SAF é um modelo de gestão que permite que o clube de futebol se torne uma empresa.
Preocupado com a perda de controle e identidade do clube, Fábio Mota afirmou que o Vitória pertence à torcida, mas ressaltou que é à favor do investimento. A fala do presidente foi durante entrevista ao Canal do Dinâmico, nesta segunda-feira (25).
“O Vitória não virou SAF, por isso não morreu. O Vitória continua sem dono, quem manda no Vitória é a torcida e estamos vivos. Estamos na B e, com fé em Deus, vamos para A sem precisar vender a alma, ninguém precisa vender a alma, sem precisar vender seu patrimônio, sem precisar entregar o seu futebol a uma única pessoa, a uma única empresa. Isso eu sou contra, eu deixo isso para todo mundo. Eu não sou contra investimento, tanto que estou buscando investimento para fazer a nossa modernização do estádio”, declarou o dirigente, cutucando o rival Bahia, que vendeu a SAF para o Grupo City.
Mota ainda revelou que recebeu algumas propostas para vender a SAF do Vitória, mas que não quis nem negociar por entender que, na Série C, a marca do clube estaria desvalorizada.
“Desde o dia que eu assumi o Vitória, até então, foram várias propostas de SAF. Na Série C ofereceram R$200 milhões pelo Vitória. Eu nunca quis sentar para conversar. O Vitória da Série C não será o Vitória da Série A, a marca está desvalorizada. O Vitória é um instituição endividada, mas a dívida do clube não chega a 30% se comparada a clubes que viraram SAF no Brasil”, completou Fábio Mota.
Líder da Série B há nove rodadas do fim do campeonato, o Vitória caminha a passos largos rumo à elite do futebol brasileiro. Vale ressaltar que o título da Série B coloca o Rubro-Negro na Copa do Brasil de 2024, uma vez que o clube não conseguiu a classificação via Campeonato Baiano.