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Carrasco tricolor! - 09/04/2024, 06:50 - Pedro Carreiro*

"O Bahia é a minha maior vítima", admite o 'pastor' Mateus Gonçalves

Protagonista da final do Baianão, atacante do Vitória concede entrevista exclusiva ao MASSA!

Jogador feliz com seu primeiro troféu de campeão estadual
Jogador feliz com seu primeiro troféu de campeão estadual |  Foto: Victor Ferreira / EC Vitória

O atacante Mateus Gonçalves foi sem dúvidas um dos grandes protagonistas do Vitória na conquista do título do Campeonato Baiano de 2024, o 30ª da história do clube. Apesar de ter ficado marcado pelos gols no primeiro jogo da decisão, ele também havia sido fundamental no Ba-Vi da primeira fase. Entrando no intervalo, quando o Bahia vencia por 2 a 1, mudou a cara do jogo, deu a assistência para Osvaldo marcar o gol de empate e ajudou o time a chegar ao 3 a 2.

Mas foi no jogo de ida da final, 11 dias após ter sido expulso contra o Bahia, pela Copa do Nordeste, que ele marcou seu nome na história do Vitória, ao sair do banco de reservas e anotar dois gols na virada épica por 3 a 2 sobre o rival, no Barradão

Por isso, em entrevista exclusiva ao MASSA!, Mateus Gonçalves falou sobre a emoção da conquista, a redenção após ter sido expulso e sobre o faro de gols contra o grande rival. Além disso, comentou sobre o apelido de “pastor” e projetou o restante da temporada do Colossal. Confira abaixo o bate-papo completo:

Qual a sensação de conquistar o seu primeiro campeonato estadual e por conta de todo contexto do título, o que ele representa para você?

Mateus Gonçalves - A sensação de conquistar o meu primeiro campeonato estadual é muito boa. Na verdade, é um mix de sentimentos. Gratidão, alegria, envolve muita coisa, incluindo o contexto também. Todo o enredo, principalmente, da minha parte. Tive a questão da expulsão, depois dei a volta por cima, pude ajudar com dois gols. É muito gratificante e representa algo mágico para mim. Acho que vai ficar marcado, na história do clube, na minha também. E é aquela coisa de título, querendo ou não, entra pra história. Daqui 10, 15 anos, quando eu voltar a Salvador com a minha família, eu vou estar escrito na história do Campeonato Baiano de 2024.

Antes da disputa em 180 minutos começar, você se imaginava sendo um dos protagonistas da decisão e um dos principais responsáveis pelo título do Vitória?

MG - Qualquer jogador quando vai pra uma final de campeonato, ele se imagina sendo protagonista, ajudando de alguma forma, fazendo gol na final. E sim, eu me imaginava sendo protagonista, até pelo trabalho que vem sendo feito. Um trabalho muito sério, com muita humildade, porém, sempre me esforçando bastante. Então, eu imaginava que na hora certa o meu momento certo iria chegar, e chegou logo numa final, então fico muito feliz.

Você foi para o 1º jogo das finais com uma motivação maior para poder se redimir da expulsão no Ba-Vi pela Copa do Nordeste?

MG - Com certeza. Acho que foi uma motivação maior pelo fato da expulsão e por poder voltar a jogar contra o mesmo rival tão rapidamente. Então sim, claro que foi uma motivação para poder mostrar quem é o Mateus Gonçalves de verdade, que não é o daquela imagem que eu tinha deixado naquela expulsão. Então foi sim como um combustível a mais.

Brocador festeja um dos gols marcados sobre o Bahia na primeira decisão do Baiano
Brocador festeja um dos gols marcados sobre o Bahia na primeira decisão do Baiano | Foto: Victor Ferreira / EC Vitória

Além dos dois gols marcados no 1º jogo das finais, você também mudou a partida quando entrou no 1º Ba-Vi do ano. Além disso, desde os tempos de Ceará você sempre teve boas atuações quando enfrentou o Bahia. Como você explica esse rendimento muito acima da média contra o Bahia?

MG - Eu penso que são coisas naturais do futebol. O Bahia acaba sendo a minha maior vítima, porém são coisas naturais. Felizmente ou infelizmente, podemos dizer que o Bahia foi o premiado das equipes brasileiras. O Bahia é a minha maior vítima, inevitavelmente.

O Vitória não conquistava o Campeonato Baiano desde 2017. Ao longo do campeonato e principalmente nas finais, você sentiu uma pressão nos bastidores do clube para sair da fila no Estadual?

MG - Só por ser final, já existe uma pressão natural, ainda mais contra o nosso principal rival. Então, com certeza, existia uma pressão. A gente sabia que seriam jogos difíceis. Porém, ficava aquela coisa de já ter bastante tempo que o clube não era campeão, que não chegava na final. Então, sim, existia uma certa pressão.

Qual sua opinião sobre as provocações direcionadas ao rival? Ainda mais agora com o Vitória campeão?

MG - As provocações são naturais, porém tem que ter um certo cuidado para não passar do ponto. Eu particularmente tenho amigos do lado de lá, então deixo essa questão da provocação mais para os torcedores mesmo. Até porque, o ano é muito longo, ainda vamos enfrentar eles no Campeonato Brasileiro e podemos enfrentar eles na Copa do Brasil. E é o que eu sempre digo, quem ri por último ri melhor, então acho que não é válido ficar provocando. Acho que tem que ser profissional, jogar futebol, pensar ali dentro de campo. Provocação eu deixo mais para torcedor mesmo, e que é algo sadio, desde que se tenha um limite.

Após conquistar a Série B no ano passado e fazer o time voltar a ser campeão baiano depois de 7 anos, você acredita que você e este elenco estão marcados de vez como um dos melhores da história do Vitória?

MG - Penso que com certeza sim. Ano passado fui campeão da Série B, primeiro título nacional do clube, e agora, já em seguida, veio esse estadual. Então, acho que sim, que o elenco já tá marcando história. A história já está escrita e temos que continuar escrevendo essa história. Mas eu acho que sim, com certeza tá marcado.

Atleta de muita fé é apelidado pela torcida como 'pastor'
Atleta de muita fé é apelidado pela torcida como 'pastor' | Foto: Victor Ferreira / EC Vitória

Desde o ano passado, o Vitória está acostumado a vencer jogos de virada ou com gols nos minutos finais. Já você, teve que superar muitas críticas após aquela expulsão na Copa do Nordeste para virar herói na decisão do Baianão. De onde você e o grupo como um todo encontram tanta força mental para superar essas situações de dificuldade?

MG - É como eu sempre costumo dizer: a gente tem que acreditar até o final. A gente já virou muitos jogos, principalmente no Barradão, jogos difíceis que pareciam até perdidos. Então, tem que ter uma certa resiliência, tem que ter superação. E eu tive que absorver muitas críticas, tive que lidar com aquela expulsão. Porém é isso, o mental tem que estar preparado, o corpo tem que estar preparado, porque o futebol te dá a oportunidade muito rápida de dar a volta por cima, como foi comigo. Então é muito psicológico, é muito treino pra poder superar e renascer das cinzas, assim como a Fênix.

A torcida carinhosamente te apelidou de "Pastor" após os gols marcados no jogo de abertura das finais. O que você acha deste apelido e acredita que seria chamado assim mesmo sem ter feito aqueles gols?

MG - Penso que esse apelido é muito positivo, a imagem de pastor, a figura de pastor é de alguém que cuida de pessoas. Então fico feliz, acho que estou comunicando coisas positivas para poder ter esse apelido. A questão das reuniões que nós fazemos na concentração, a minha rede social é aberta, para que eu possa sempre levar uma mensagem de reflexão, sempre levar uma mensagem de Cristo, que é algo que transformou a minha vida. Então fico feliz, acho que é um apelido carinhoso e de alguma forma eu estou comunicando coisas positivas, coisas benéficas que podem ajudar outras pessoas, então eu vejo com olhos positivos.

Quais os objetivos do Vitória nas demais competições do ano, Copa do Brasil e Série A? Você acredita que o título estadual vai dar uma tranquilidade maior para o time trabalhar sem tanta pressão nos próximos meses?

MG - O título dá tranquilidade sim. É um título da confiança, temos que desfrutar desse título, que foi muito difícil ganhá-lo, porém, já focar agora nas outras competições. Acho que o ano vai ser muito longo. O Campeonato Brasileiro é um muito difícil, temos a Copa do Brasil também. Então, dá uma certa tranquilidade, porém, tem que estar com o alerta sempre ligado, sempre preparado, porque agora o ano fica mais difícil.

Dos seus 16 jogos na temporada, 11 você participou vindo do banco de reservas. Pensando no restante da temporada, você espera seguir tendo esse papel de 12º jogador ou lutar para ganhar uma vaga entre os titulares?

MG - De 16 jogos, 11 eu vim do banco de reservas, porém o atleta profissional não se prepara apenas para jogar 20, 30, 40 minutos. Ele se prepara para estar sempre preparado. Acho interessante poder entrar e fazer a diferença, mas eu vou lutar pelo meu espaço no time titular. Estar sempre jogando, sempre oferecendo meu melhor para a equipe. A verdade é que estou sempre pronto, porque senão não conseguiria entrar nos jogos e fazer a diferença. Porém, vou lutar pelo meu espaço. Só que é aquela coisa: sendo titular ou sendo reserva, sempre vou estar dando o meu melhor, fazendo o meu melhor, com resiliência, que no momento certas as coisas começam a acontecer. Porém a intenção é ser titular sempre e ajudar a equipe. E acho que passa por aí, como eu falei, o jogador não se prepara para jogar 15, 20 minutos. Ele se prepara para jogar o jogo todo e eu estou preparado para jogar 90 minutos com a mesma intensidade que entro nos jogos.

*Sob a supervisão do editor Léo Santana

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