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Especial Dia da Mulher - 08/03/2024, 08:20 - Léo Santana e Pedro Carreiro

Mulheres fortes usam as artes para romper barreiras

Com o Karatê ou o Krav Maga, elas passam por cima de obstáculos

Martinna Rey e Luana Bulhões representam o empoderamento feminino
Martinna Rey e Luana Bulhões representam o empoderamento feminino |  Foto: Arquivo Pessoal

É evidente que este 8 de março, Dia Internacional da Mulher, não deve servir apenas como uma celebração, mas também de reflexão sobre as conquistas e combates das mulheres ao longo dos séculos. Dias após dias elas travam lutas pela igualdade de gêneros e na arte não é diferente, seja marcial ou de defesa pessoal.

O machismo que ainda impera na sociedade chega também, por exemplo, ao Karatê. Martinna Rey, oito vezes campeã mundial da modalidade, sabe muito bem o que é isso e o quanto incomoda o tratamento diferenciado no esporte com o sexo feminino.

“Há um machismo estrutural. Perpassa pela fala de que luta é para meninos. Depois nos falam que não lutamos bem, que somos especialistas em kata. E não respeitam nossa graduação e nem nossas colocações técnicas e administrativas. Não conseguimos cargos de destaques em federações. Não nos notam enquanto responsáveis técnicas. Pensam que só damos aulas para crianças e mulheres quando na verdade temos capacidade para ministrar aulas para qualquer público”, descreveu a atleta ao MASSA!.

Já no Krav Maga, uma arte de defesa pessoal, acontece o mesmo. A instrutora Luana Bulhões convive com estes ‘perrengues’ e demonstra empenho em mudar a realidade atual. “O Krav Maga e o mundo das lutas ainda são um ambiente predominantemente masculinos. Apenas 30% dos alunos são mulheres. Na minha jornada, especificamente, é claro que escutei comentários machistas, afinal nos deparamos com o machismo o tempo todo, mas isso só me deu vontade de treinar mais e mostrar que nós mulheres também somos capazes e aguentamos o tranco. Hoje o meu maior desafio é trazer cada vez mais mulheres para a defesa pessoal”, destacou.

Apesar de serem diferentes, estas artes também podem agir como ferramentas eficazes para empoderar as mulheres, é o que garantem Martinna e Luana. “O empoderamento de uma lutadora vem de sua liberdade e autodeterminação. Assim sabemos o que queremos para nós, sabemos impor limites”, indicou a karateca multicampeã Rey.

“Para as mulheres, além dos benefícios físicos, o Krav Maga traz benefícios emocionais muito importantes, porque trabalha a relação com o medo e com a autoestima”, completou a instrutora Bulhões.

Martinna Rey encara desafios 
e quer derrubar o machismo 
estrutural
Martinna Rey encara desafios e quer derrubar o machismo estrutural | Foto: Arquivo Pessoal

Impacto e inspiração

Tanto Martinna Rey, quanto Luana Bulhões querem impactar e inspirar outras mulheres com as suas artes, seja como uma defesa ou como uma impulsão para as conquistas. “Como praticante de Krav Maga e instrutora, eu espero apoiar as mulheres para que, como eu, se sintam mais seguras, andem com mais tranquilidade nas ruas, tenham mais autonomia, possam se defender de agressões injustas e que não sejam mais um número nas estatísticas”, detalha a praticante da arte de defesa pessoal.

“Eu espero que eu seja vista como uma mulher que ninguém impõe limites. Que minhas superações mostrem que todas somos capazes de fazer qualquer coisa que nos dispusermos a fazer e realizar sonhos”, complementa a professora de Karatê.

Luana Bulhões demonstra  total empenho em mudar a realidade e igualar gêneros
Luana Bulhões demonstra total empenho em mudar a realidade e igualar gêneros | Foto: Arquivo Pessoal

Movimento pra ocupar lugares

A esperança é de que cada vez mais mulheres possam praticar as suas artes e ocupar lugares onde ainda não chegaram. “Sinto que mais mulheres têm buscado mais as artes. Esse movimento é muito importante, pois demonstra que o tatame também é o nosso lugar, afinal, lugar de mulher é onde ela quiser”, lembra Luana Bulhões.

Já Martinna Rey destaca que a educação é de fundamental importância para que as mulheres sejam cada vez mais inclusas em todos os meios. “Acredito que para promover inclusão feminina neste espaço a melhora da educação é a primeira ferramenta. A informação é a chave da evolução. Temos que conscientizar a população para a quebra de paradigmas preconceituosos. Depois precisamos de políticas públicas para que estimulem a inserção feminina em áreas consideradas masculinizadas”, conclui a karateca detentora de diversos títulos.

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