Símbolo do futebol italiano nos anos 1990, o ex-atacante Gianluca Vialli morreu aos 58 anos devido a um câncer de pâncreas, anunciou nesta sexta-feira a Sampdoria, um de seus ex-clubes.
Vialli, que também jogou na Juventus e no Chelsea, foi diagnosticado em 2017. Na Eurocopa disputada em 2021, foi auxiliar do técnico Roberto Mancini, seu ex-companheiro no time genovês, levando a seleção da Itália ao título em Wembley.
"Lembraremos de você como um garoto e um centroavante implacável", escreveu a Sampdoria em sua página na internet.
Transferência para a Juventus
Com a 'Samp', foi campeão da Recopa em 1990, do Campeonato Italiano em 1991 e chegou à final da Copa da Europa em 1992, perdida para o Barcelona.
Logo depois, se transferiu para a Juventus (1992-1996) por um valor muito alto para a época, o equivalente a 16,5 milhões de euros. Só então conseguiu conquistar a Liga dos Campeões, em 1996, antes de ir para o Chelsea (1996-1999), onde foi jogador-treinador em 1998.
Entre suas conquistas também estão a Copa da Uefa de 1993 pela Juve e outra Recopa (1998) pelos 'Blues'. Ele se aposentou em 1999.
Na seleção italiana, foram 59 jogos e 16 gols. Não ganhou nenhum título, que só veio como auxiliar de Mancini, seu grande amigo.
A imagem do abraço dos dois, campeões num momento em que Vialli já padecia do câncer, deu a volta ao mundo.
"É um companheiro de viagem indesejável, mas tenho que seguir em frente, viajar com a cabeça baixa e não desistir, esperar que se canse e me deixe viver muito tempo", disse Vialli sobre sua doença em um documentário transmitido pela Rai em 2021.
O anúncio da morte de Gianluca Vialli provocou uma onda de emoção no futebol da Itália.
Decepção e glória em Wembley
"Adeus Gianluca, sempre nos recordaremos de você", publicou a seleção italiana em sua conta no Twitter.
"Não vamos esquecer seus 141 gols, seus chutes aéreos, suas camisas de caxemira, seu brinco, seu cabelo loiro platinado, sua jaqueta. Você nos deu tanto", acrescentou a Sampdoria.
A melhor época como jogador de Vialli foi ao lado de Mancini. Ambos nascidos em 1964, receberam o apelido de 'os gêmeos do gol', levando a Sampdoria ao topo no final dos anos 1980 e início dos anos 1990.
A equipe foi campeã da Serie A em 1991 com Mancini na construção e Vialli na definição - foi o artilheiro com 19 gols.
Ganhador de três Copas da Itália nesta época dourada, a Sampdoria ficou a um gol do maior título. Em 1992, uma cobrança de falta ensaiada de Ronald Koeman deu a vitória ao Barcelona da final da Copa da Europa em Wembley.
Quase 30 anos depois, Vialli e Mancini tiveram sua redenção levantando a Eurocopa no mesmo estádio.
"Havia amor, amizade, medo também... Estas lágrimas estavam cheias de muitas coisas", disse Vialli sobre o abraço que protagonizou com seu 'gêmeo'.