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Derrubando barreiras - 08/09/2025, 07:00 - Lucas Santos*

Morganti jiu-jitsu é filosofia de vida e vai em busca do sonho mundial

Equipe baiana pratica a arte marcial no bairro de Itapuã e luta para disputar competição

Disputa em novembro é o principal objetivo dos dedicados atletas
Disputa em novembro é o principal objetivo dos dedicados atletas |  Foto: Raphael Muller / AG. A TARDE

Todo mundo busca ou vive sob um propósito de vida. Algo que guia os passos de uma pessoa, e que por tantas vezes aparece quando menos se espera. Há 31 anos, Renilton Santos viajou até São Paulo, aprendeu uma arte marcial local, a trouxe para a Bahia e hoje, apesar de tantas dificuldades, levará sua equipe ao Campeonato Mundial da modalidade, que será disputado no dia 20 de novembro, em Florianópolis: o Morganti Jiu-jitsu.

Mas antes, é bom explicar o que é o Morganti e como ele surgiu. Criada na década de 90, por Ricardo Morganti, a luta se difere bastante do jiu-jitsu, mais popular no Brasil. “No símbolo do Morganti, você percebe que existem três imagens. Tem a pessoa lutando em pé, tem a pessoa projetando e tem a pessoa fazendo chão. Esse é o Morganti Jiu-Jitsu. As três fases da luta como arte marcial”, explicou o mestre Renilton ao MASSA!, diferenciando seu estilo de luta do jiu-jitsu, majoritariamente feito no chão.

Apesar do pioneirismo e de empilhar conquistas a nível nacional e continental - sendo cinco títulos brasileiros e um sul-americano -, a sua equipe Morganti Bahia, que realiza treinos na Rua da Ilha, no bairro de Itapuã, encara dificuldades para viajar até Santa Catarina e já chegou até a passar aperto para se manter. “É uma guerra. Começa logo com o espaço (de treinos). A gente não consegue bancar o espaço. Por exemplo, esse daqui é de um professor de Santos, que é herança dele. A gente estava em Mussurunga, Cabula. A gente não aguenta pagar o espaço, tem que entregar. É uma guerra porque a gente vai lá, o pessoal (alunos) vai ter que juntar, vai ter que fazer uma ajuda aí. Todo mês é a mesma história, é a mesma guerra”, desabafou o mestre.

No Mundial da modalidade, que começou a ocorrer em 2010, contando com uma de suas edições em Salvador, a prova por equipes é a principal, juntando atletas de diferentes pesagens para se enfrentarem, lembrando o judô por equipes que estreou na última Olimpíada. Mas até para ter competidores em diversas categorias, há dificuldade. “A gente tem aqui x atletas que estão conseguindo ir. Com toda a dificuldade estão conseguindo ir. Mas ainda não é o ideal. Os atletas estão conseguindo, mas eles já têm outros (dentro da própria equipe) no peso deles. Tem dois, tem três. E aí o que acontece? Como aquela pessoa que é no peso, que está mais leve. Chega lá com a equipe desfalcada e vai para a luta faltando gente”, apontou o shihan, que significa “mestre instrutor”.

Bruno Lima é carioca, mas representará escola baiana no Mundial
Bruno Lima é carioca, mas representará escola baiana no Mundial | Foto: Raphael Muller / AG. A TARDE

Expansão por novos horizontes

Segunda escola de Morganti Ju-Jitsu no Nordeste, a Morganti Bahia já conseguiu expandir horizontes para além de campeonatos e do estado. Um dos futuros competidores, Bruno Lima, é carioca e tirou a faixa preta no Rio de Janeiro, mas luta pela escola baiana.

“Fui muito bem acolhido na equipe Team Bahia. Principalmente pelo Sensei George. As expectativas com relação à nossa competição são das melhores. Todos nós estamos aqui um pelo outro. Gostaríamos de ter a oportunidade de levar mais pessoas, que mais gente acreditasse no que a gente tem para passar para as demais pessoas e até mesmo tendo mais visibilidade”, destacou ao MASSA!.

“Se a gente não conseguir trazer o título, a gente vai atrás dele. E eu aposto que, mais para frente, a gente tendo essa visibilidade da equipe, trazendo mais pessoas para cá, o Morganti possa crescer e ter a visibilidade que merece”, comentou o faixa preta carioca.

Renilton Santos batalha por alunos e realiza sonhos com o esporte
Renilton Santos batalha por alunos e realiza sonhos com o esporte | Foto: Raphael Muller / AG. A TARDE

Projeto é ótima iniciativa

Mas nem tudo é sobre competição na Morganti Bahia. Às terças e quintas-feiras, a partir das 19h, os seis atletas habilitados a competirem no Mundial da categoria (Bruno Lima; Ronaldo Santos; George Nascimento; Rafael dos Santos; Jaci Assis e Thainam Garrido) treinam com garotos com as mais diversas faixas. Para os interessados que quiserem se inscrever nas aulas, basta entrar em contato com o mestre Renilton nas redes sociais (@shihanrenilton) ou com a própria equipe (@morgantibahia).

*Sob a supervisão do editor Léo Santana

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