A situação do Bahia no Brasileirão é complicada. Contra o Athletico Paranaense, no último domingo (16), conheceu a oitava derrota nos quinze primeiros jogos da Série A 2023. É o porteiro da zona de rebaixamento com 13 pontos, que vieram de três triunfos e quatro empates. Trata-se do pior desempenho no comparativo direto com os anos em que o clube foi rebaixado.
O Bahia caiu para a Segundona em quatro oportunidades 1997, 2003, 2014 e 2021. Ocupa o 8º lugar no ranking nacional de clubes rebaixados - empatado com Vasco, Criciúma e Fortaleza. Até então, o pior desempenho era o de 2014, quando caiu pela terceira vez. Na ocasião, foram 14 pontos conquistados em 3 triunfos, 5 empates e 7 derrotas.
O economista Fred Flavio, responsável pelo levantamento feito com exclusividade para o Portal Massa!, acredita que os números são mais do que suficientes para acender o alerta nos comandados do mister Renato Paiva. "Em quinze rodadas perder oito jogos, é perder mais da metade dos jogos. Já passou do sinal amarelo, é sinal vermelho."
Em 2014, ao fim da 15ª rodada, o time do então técnico Gilson Kleina alcançou 31% de aproveitamento ao empatar em 1x1 com o Corinthians, na Arena Itaquera. Foi demitido no fim da 33ª rodada, após ficar dez jogos sem somar os três pontos.
De volta a 2023, o Bahia está há quatro jogos sem triunfos só pelo Brasileirão, tendo conquistado 28% dos pontos disputados. É possível que Paiva caminhe na mesma linha do técnico de 2014. "Nos últimos quinze jogos, contando também a Copa do Brasil, o Bahia ganhou somente uma partida que foi aquela contra o Palmeiras [pela 11ª rodada], no último minuto", pontua Fred Flavio.
Por coincidência, ou não, o próximo adversário do Bahia será justamente o Corinthians. Com o time já eliminado da Copa do Brasil, o portuga terá quase uma semana de preparação até receber o visitante na Arena Fonte Nova. O baba está marcado para 18h30 do próximo sábado. Se vencer, deixa de lado os comparativos com as campanhas de 2014 e, também, de 1997.
1997
Foi em 1997 o primeiro rebaixamento do Bahia. Menos de uma década após a conquista do bicampeonato nacional. Naquele ano, o Esquadrão fechou a 15ª rodada com a sexta derrota na conta. Foi amassado pelo Cruzeiro, no Mineirão (3x1). Permaneceu com 15 pontos somados em 3 triunfos e 6 empates.
Dias antes, o técnico Jair Pereira havia pedido a demissão de sete jogadores. O substituto de Geninho queria ter um elenco com somente 25 atletas para tirar o Bahia do sufoco. Não foi feliz na empreitada, embora tenha permanecido até o fim da competição.
2003
Já em 2003, o ano que marcou o início da Era dos Pontos corridos no Brasileirão, aconteceu a segunda e mais amarga queda do Bahia para a Série B. E da pior forma, com goleada para o Cruzeiro em pleno Estádio Octávio Mangabeira, a antiga Fonte Nova. Foram sete anos fora da elite do futebol brasileiro a partir daí.
A 15ª rodada daquela edição foi fechada com uma viola recebida do Santos na Vila Belmiro (4x0). Assim como Jair Pereira, Evaristo de Macedo também conheceu a sexta derrota do time nessa rodada, embora ainda detenha o melhor aproveitamento dessa nefasta lista, com 19 pontos conquistados em 5 triunfos e 4 empates. Pouco mais de um mês depois, ele entregou o cargo de sacola cheia: 6 a 0 para o Flamengo pela 24ª rodada. Osvaldo Alvarez, o Vadão, o substituiu.
2021
O último descenso do Bahia está no passado recente. Em 2021 precisava de somente um triunfo para se manter na Série A. Não rolou. Empatou com o Cuiabá em 1 a 1 na Arena Condá. Esse placar se repetiu na atual temporada, no mesmo estádio, com as equipes na mesma situação, só que 14ª rodada.
Há duas temporadas, o escrete comandado por Dado Cavalcanti chegava aos 18 pontos na 15ª jornada. Oscilava com 5 triunfos, 3 empates e 7 derrotas. Na rodada seguinte, novo fracasso: 2 a 1 para o Atlético Goianiense no estádio Pituaçu, em Salvador. E perdeu a cadeira para o argentino Diego Dabove, que durou só 44 dias na função.
Recuperação
Nota-se que a 15ª rodada para anos de rebaixamento do Bahia foram infelizes. Nada de triunfos. Dois empates e duas derrotas que podem significar a repetição de um caminho tortuoso para um destino já conhecido. Ou não. Dizem os deuses do Jornalismo que a pior mentira que existe é a estatística. Ela pode dar o contorno necessário para qualquer situação. E como não existe problema sem solução, Fred Flávio, dá um pitaco para resolver o atual.
"Atitude e qualificação para encontrar o caminho para pontuar. Porque em ano anteriores, o Bahia caiu bastante [de produção] no segundo turno. Começou mal, oscilou e caiu no returno. A gente espera agora que tenha começado mal o campeonato e volte a melhorar, muito, durante a competição", opinou o economista.
Confira os números do Bahia na 15ª rodada dos anos de degola:
1997 – 3V 6E 6D – 15 Pts
2003 – 5V 4E 6D – 19 Pts
2014 – 3V 5E 7D – 14 Pts
2021 – 5V 3E 7D – 18 Pts
2023 – 3V 4E 8D – 13 Pts