A mãe de Luis Rubiales, suspenso de seu cargo no comando da Federação Espanhola de Futebol (RFEF) pelo beijo forçado na jogadora Jenni Hermoso, começou nesta segunda-feira (28) uma greve de fome em apoio ao filho, anunciou uma prima de Rubiales.
Ángeles Béjar começou seu protesto dentro da igreja da Divina Pastora na cidade de Motril, Andaluzia (sul), até Hermoso "dizer a verdade", afirmou a prima de Rubiales, Vanessa Ruiz Béjar, em frente à igreja.
"Sua mãe, que é uma pessoa muito religiosa, se refugiou em Deus, começou uma greve de fome e não quer sair da igreja", disse Ruiz Béjar, que denunciou uma campanha de "assédio" e tentativa de derrubar Rubiales.
"Queremos que Jenni diga a verdade, porque ela mudou sua declaração três vezes. Tivemos que sair de casa, não param de nos assediar, isso não é justo, queremos que nos deixem em paz e que a justiça seja feita", acrescentou a prima de Rubiales.
Rubiales, que cresceu em Motril, foi suspenso no sábado pela Fifa "de todas as atividades relacionadas ao futebol em nível nacional e internacional" por 90 dias "enquanto tramita o processo disciplinar" aberto contra ele pelo beijo em Hermoso.
O beijo de Rubiales na boca da jogadora da seleção feminina espanhola, na cerimônia de entrega das medalhas da Copa do Mundo feminina, vencida pela Espanha, suscitou inúmeras críticas e reações de condenação nacional e internacional.
Logo após o beijo, Hermoso afirmou, referindo-se ao ocorrido, por meio de uma mensagem do Instagram: "Não gostei, hein!".
Pouco depois, um comunicado da RFEF citou a jogadora que, segundo o texto, disse ter sido um "gesto mútuo totalmente espontâneo pela imensa alegria que a conquista de uma Copa do Mundo proporciona".
Mas na sexta-feira, a jogadora de 33 anos afirmou que se sentiu "vulnerável e vítima de agressão" quando recebeu o beijo de Rubiales e que, na sua opinião, foi "um ato impulsivo, machista, inadequado e sem qualquer tipo consentimento da minha parte".
Na mesma sexta-feira, Rubiales recusou-se a renunciar durante uma assembleia geral extraordinária da RFEF, onde alegou que o beijo foi "consentido".