Desde o ano passado, a defesa do Vitória tem sido decisiva. Com uma dupla entrosada, formada por Wagner Leonardo e Camutanga, acompanhados pelo paredão Lucas Arcanjo e os laterais Zeca e Patric Calmon, a missão dos adversários de marcar gols no Rubro-Negro não é fácil. Não é fortuito que o time finalizou a fase de grupos com a marca de melhor defesa do Campeonato Baiano – apenas cinco gols sofridos.
Desconsiderando os clássicos, o Vitória fez 17 jogos no ano, e não foi vazado em 10 deles, o que é um desempenho significativo. Apesar desse desempenho na temporada, a realidade tem sido bem diferente nos confrontos com o Bahia.
Nas três partidas realizadas até então, o Leão sofreu dois gols em todos os jogos. Nas duas ocasiões em que saiu vencedor, precisou marcar três, porque o Tricolor havia feito dois, primeiro, em uma virada no placar, e no segundo, pelo primeiro jogo da final, abrindo dois tentos de diferença no Barradão. No Ba-Vi da Copa do Nordeste, na Fonte Nova, depois de fazer 1 a 0, deixou escapar o triunfo e acabou perdendo por 2 a 1, em um apagão do sistema defensivo ainda na etapa inicial.
Se o sistema defensivo conseguir retomar o ritmo de outras partidas no ano e fechar completamente a porteira na decisão de amanhã, na Fonte Nova, o Colossal garante o título baiano após sete anos. O último conquistado foi em 2017, no Barradão, após dois empates nas finais.
O técnico Léo Condé tem, portanto, o desafio de fazer a zaga rubro-negra, que segue com Wagner Leonardo e Camutanga, funcionar plenamente também contra o rival para confirmar a taça. Para isso, a equipe realizou a preparação procurando treinar os mecanismos de neutralização do Bahia.
Provavelmente, a equipe entrará no esquema com um trio de volantes formado por Willian Oliveira, Rodrigo Andrade e Dudu, buscando encaixar a marcação no forte meio de campo tricolor. Ao mesmo tempo, jogando na Fonte Nova, deve explorar os contra-ataques com Matheuzinho, Osvaldo e Alerrandro, que devem ser os titulares no ataque, repetindo a escalação do primeiro jogo.
“Nos gols que sofremos, cometemos alguns erros, mas também teve mérito do adversário. A cada pós-jogo, estudamos bastante o que devemos fazer de diferente. Aproveitamos a semana para tentar neutralizar os pontos fortes do adversário e explorar os pontos vulneráveis”, disse o treinador do Vitória, em entrevista coletiva, ontem, na Toca do Leão.
Promessa de equilíbrio
Sobre o desafio do Colossal de vencer longe dos seus domínios, o Barradão, onde tem sido soberano, o técnico defende que a equipe tem demonstrado equilíbrio tanto dentro quanto fora de casa. “Desenvolvemos, em um ano e um mês de trabalho, uma equipe equilibrada sempre. Jogando em casa ou fora, tentamos manter o mesmo padrão. Claro que, jogando em casa, você acaba tendo uma imposição maior perante ao adversário. Mas o Vitória, mesmo longe da torcida, não é uma equipe reativa”, afirmou.
A leitura do treinador rubro-negro é que o confronto da final está em aberto por conta da pequena diferença no placar no jogo de ida. “É um placar mínimo. A decisão, no todo, está aberta. Vamos batalhar muito. Demos um passo importante, mas tem esse jogo da volta. É um adversário qualificado, que vai ter o apoio de seu torcedor. Esperamos chegar bem preparados e fortes para conquistar mais um título”, completou Condé.