
Existem esportes que fazem parte da vida das pessoas mesmo antes de serem vistos como modalidades competitivas. Afinal de contas, quem nunca correu e pulou em meio a uma brincadeira de criança? Outro esporte que se encaixa nessa categoria é a natação, já que, segundo pesquisa da Lloyd’s Register Foundation Word Risk Poll, 45% das pessoas do mundo sabem nadar.
Ensinada na infância, a natação veio de braçada na vida de Nalanda Passos, que aos 12 anos ficou com a medalha de prata nos 500m em mar aberto, no “Finais Inema”, realizado entre os dias 21 e 23 de novembro, na praia privada que leva o nome do evento. “Foi uma mistura de medo e alegria. Era a primeira vez que ia participar dessa competição de mar aberto. Vieram várias emoções, eu não sei explicar direito a sensação, mas foi muito legal”, destacou a jovem nadadora em entrevista ao MASSA!.
A promissora carreira da garota começou, como tantas outras por aí, graças a um movimento social. Cria do IAPI, Nalanda começou a nadar por influência da mãe no projeto Natação em Rede, do Governo do Estado, realizado na Piscina Olímpica, na Avenida Bonocô.
“O projeto é abençoado. É um projeto maravilhoso, que tira as crianças da rua. Em vez de ficar na rua já tem atividades para fazer pelas manhãs e tardes, que é algo muito importante”, lembrou Joselita Carvalho, avó ‘coruja’ de Nalanda.
Antes de começar a nadar, o plano era que a atleta fizesse nado artístico, mas a vida a levou a outro caminho, sendo auxiliada pela Sudesb, com direito a treinadora particular. “Meu sonho é defender o Brasil nas Olimpíadas um dia. Vi a do ano passado e me apaixonei. Espero muito conseguir”, descreveu a garota sobre o futuro no esporte.
Obstáculo é superado
Nadar 500m em mar aberto é desafiador, mas não se compara ao desafio máximo que uma pessoa pode enfrentar: a luta pela vida. Ainda aos 9 meses, Nalanda enfrentou uma meningite bacteriana e sobreviveu. O que começou como uma dor de cabeça, virou uma doença que mata, em média, 12,6% dos infectados. “O médico chamou a gente e falou disse ‘se o adulto não resiste a essa meningite bacteriana imagine ela uma criança com 9 meses. Se ela sobreviver ela vai ficar vegetando em cima da cama, não vai andar e não vai falar”, contou Joselita ao MASSA!.
“Fui na igreja, peguei a água gota do milagre, levava escondido e molhava com algodão na boca da minha neta. Quando foi fazer o exame de novo, o médico disse que minha neta estava curada”, completou a avó da criança.

Apoio vem de casa
O apoio familiar foi crucial no começo de carreira da jovem Nalanda. Principalmente com as presenças do pai, Nilton Passos, e da avó, que vivem cada momento da jornada esportiva da criança, incluindo os 500m em mar abertos, disputados em Inema. “Foi uma mistura de medo com alegria. Era a primeira vez que ela ia participar dessa competição de mar aberto, então eu tinha medo, mas veio uma alegria tão grande. Eu não sei explicar direito a sensação, mas foi muito legal”, descreveu Joselita Passos.
*Sob a supervisão do editor Léo Santana
