Os Jogos Olímpicos da Antiguidade ocorriam na Grécia, entre os anos 776 a.C. e 393 d.C, até serem suspensos pelo imperador Teodósio I. Entre os esportes praticados, como corrida, arremesso de disco e salto em distância, estava a luta olímpica, também conhecida hoje em dia como wrestling e considerada um dos esportes mais antigos da humanidade. O estudante Pedro Arapiraca, nascido em Riachão do Jacuípe e criado em Feira de Santana, de apenas 16 anos, é um dos que fazem com que o esporte continue persistindo por mais de 15 mil anos.
O jovem baiano já praticou judô e jiu-jitsu, mas foi no wrestling que se encontrou. “Escolhi o caminho do wrestling porque eu me apaixonei completamente pela modalidade, foi a primeira vez que eu encontrei satisfação e felicidade em cada momento dentro do esporte, desde as aulas até o momento mais tenso de competição. Eu me sinto feliz durante todo o processo”, contou ao MASSA!.
Além da felicidade, Pedro também encontrou as medalhas: é tetracampeão dos Jogos Escolares Brasileiros e tem duas medalhas de bronze em campeonatos mundiais. O próximo passo da jornada já tem destino definido: a cidade de Mentor, em Ohio, nos Estados Unidos. É o local onde fica a Lake Catholic High School, escola em que Pedro conseguiu uma bolsa de 70% para estudar e treinar wrestling. “Além de ter uma estrutura incrível tanto na educação quanto no esporte, o técnico de wrestling se mostrou muito entusiasmado com meu potencial de superação, talento e a família que vai me receber lá foi muito carinhosa e atenciosa. Eu espero crescer muito nos EUA tanto como pessoa quanto como atleta. Acredito que vou desenvolver muito o meu wrestling com eles e vou aprender a ser mais independente, amadurecer e a lidar com os desafios da vida”, detalhou Arapiraca.
Nos Jogos de Paris 2024, o Brasil só teve uma representante no esporte: Giullia Penalber, na categoria até 57kg, que ficou em 5º lugar ontem e fez a melhor campanha brasileira na história do esporte em palcos olímpicos. Agora, o sonho de Pedro é fazer com que esse número aumente. “Os Jogos Olímpicos são a razão para todas as minhas loucuras, sacrifícios e abdicações. Sonho com isso desde os meus 3 anos de idade. Meu maior sonho é ser um grande atleta olímpico, trazer medalhas pro meu país e, após a minha carreira olímpica, desejo criar um projeto social para crianças que tenham o mesmo sonho que eu. Quero ajudá-las e apoiá-las do jeito que puder, mudar vidas através do esporte assim como o wrestling mudou a minha”, completou o atleta.
Recordes na modalidade
Um dos recordes olímpicos mais relevantes de todos os tempos foi estabelecido recentemente, nos Jogos de Paris, e vem do wrestling. O cubano Mijain Lopez, aos 41 anos, foi campeão da modalidade greco-romana na categoria até 130kg e se tornou o primeiro atleta a ser medalhista de ouro na mesma prova em cinco Olimpíadas diferentes. No feminino, uma marca importante também foi estabelecida na luta olímpica: Kaori Icho, japonesa que luta pela modalidade livre, se tornou em 2016 a primeira mulher a ter quatro medalhas de ouro em esporte individual.
“O recorde do Mijain é incrível e tenho muita admiração por ele. A Kaori Icho também foi incrível durante sua carreira olímpica e eu acredito que não é que o wrestling permite esses recordes, a verdade é que são pessoas fora da curva que conseguem se manter dominantes durante muito tempo, por esforço e muito talento. A idade é bastante determinante no wrestling, mas no estilo do Mijain Lopez, que é o estilo greco-romano, não exige tanto esforço físico e mobilidade, já que é proibido usar pernas”, explicou.
Ajuda de custos
Pedro Arapiraca faz parte da seleção brasileira de wrestling na categoria sub-18 e, mesmo antes de estrear na Olimpíada, já a tem marcada no corpo: os arcos olímpicos estão tatuados no seu peito.
Agora, ele está arrecadando doações de pessoas que queiram contribuir com seu sonho e também está em busca de patrocínios, uma vez que, mesmo com a bolsa de estudos para os Estados Unidos, os custos serão altos por lá. Para ajudar, a chave Pix de Pedro Arapiraca é o celular do jovem baiano (75) 99213-3553.
*Sob a supervisão do editor Léo Santana