Grande 'cabeça' da negociação entre Bahia e City Football Group, Guilherme Bellintani segue no ramo do esporte e se mostra inspirado com o trabalho feito no último ano de mandato. O ex-presidente da associação tricolor trabalhou diretamente com representantes do conglomerado que controla o futebol do clube, mas hoje já embala sua própria rede multiclubes em pleno Brasil. Foi assim que surgiu a empresa Squadra.
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Não exatamente com todos no mesmo modelo, mas Bellintani já pode dizer que administra o futebol de quatro clubes: Londrina, Ypiranga-BA, Linense-SP e VF4-PB. A Squadra é dona de 90% da SAF do clube paranaense, com investimento de R$ 100 milhões em seis anos, vai gerir o departamento de futebol do time baiano por 10 anos, possui 85% da S.A da equipe paulista, além de 50% do clube paraibano, que é do ex-lateral Victor Ferraz.
"Eu me perguntava muito: por que o Brasil não criou o seu próprio multiclubes ainda? Criamos a Squadra, logo depois da minha saída do Bahia, e comecei a operar esse projeto", refletiu Bellintani, em entrevista ao ge.globo.
"Fiquei um ano trabalhando com o City ali, compreendendo o que é o COM [multi-club ownership], uma plataforma de clubes de propriedade de um mesmo grupo. Vi como é a lógica de funcionamento, o dia a dia da gestão, a estratégia de alocação de jogador, de aquisição de jogador jovem, depois você o joga num time um pouco mais de vitrine para projetá-lo, como é a lógica de participação nas competições, como você contrata um jogador não apenas para aquele clube específico, mas para a plataforma inteira", detalhou o dirigente.
Apesar de ter reconhecido que ser SAF não é exatamente "uma solução" para todos os clubes brasileiros, Bellintani afirma que sente ter deixado um legado positivo ao trazer o Grupo City para o país.
"Eu me orgulho muito disso, acho que o futebol brasileiro ganha com a chegada do Grupo City, e eu acho que o tempo vai mostrar que esse tipo de projeto, não apenas esse do Bahia com o City, mas esse tipo de projeto, que é cuidadoso, que é responsável, que cumpre as regras, que não quer fazer no oba-oba de dar resposta imediata, dizendo que vai assinar um cheque de milhões para o próximo ano para contratar jogadores de qualquer jeito, que vai com cuidado, esse projeto vai ser vencedor do futebol brasileiro, com certeza", projetou.
"Não existe uma única fórmula de dar certo ao futebol. Tem clubes que não precisam fazer SAF, que não querem, pela cultura de gestão da associação, por exemplo. O Flamengo não precisa fazer uma SAF, o Palmeiras não precisa fazer. Clubes que são muito poderosos do ponto de vista econômico e estão organizados da porta para dentro", comentou.