O tabu segue vivo. Desde 1963, o Bahia não vence o Sampaio Corrêa fora de casa. Neste domingo (22), no Castelão, perdeu por 1 a 0, em jogo de muito volume. Com direito a pênalti perdido por Lucas Mugni, o Tricolor amargou uma estreia com derrota na Copa do Nordeste.
O jogo teve como destaque positivo Luiz Daniel, goleiro do Sampaio Corrêa. Parou diversos ataques do Bahia, com jogadas cara a cara incluídas, e ainda defendeu a penalidade máxima. Marcos Felipe, por sua vez, teve erro crasso no gol da Bolívia Querida e é um dos principais responsáveis pelo resultado.
No aspecto ofensivo, faltou decisão ao Esquadrão. Criou oportunidades, elaborou boa dinâmica no ataque, mas não foi eficiente. O Sampaio montou boa defesa, reduziu espaços e jogou por uma bola. No saldo final, os donos da casa tiveram estratégia de maior sucesso.
Pela Copa do Nordeste, o Esquadrão só volta a atuar no mês que vem, em duelo dentro de casa, contra o Ferroviário. Agora, o Bahia concentra as forças no Campeonato Baiano, onde está empatado em pontos com o líder Itabuna. Na próxima quarta-feira, enfrenta o Jacobinense, fora de casa. Momento de virar a página e a chave, já que a temporada para Renato Paiva e seus comandados está só começando.
Primeiro tempo
A primeira etapa começou agitada para o Tricolor. Logo aos 5 minutos, o zagueiro Kanu levou um cartão amarelo, depois de deixar o braço no adversário. Parecia, no entanto, que essa seria a única notícia ruim para os visitantes. Isso porque o Bahia criou chances de gol e dominou a Bolívia Querida durante todo o tempo. Aos 12, teve sua primeira grande chance. Chávez, que estreou como titular neste domingo, saiu sozinho na grande área depois de receber lançamento primoroso de Raul Gustavo e desperdiçou a chance.
Outros ameaços vieram em seguida. Biel, de fora da área, obrigou o goleiro Luiz Felipe a trabalhar. Pouco depois, uma ótima jogada ensaiada no escanteio proporcionou uma oportunidade de ouro para Raul Gustavo abrir o placar. Desequilibrado, o zagueiro perdeu. Era uma verdadeira blitz do Esquadrão, até que a maior chance de todas apareceu: pênalti para o Bahia, depois de Chávez ser derrubado na área. Mugni, como já praxe, foi para a cobrança. Luiz Felipe defendeu a penalidade e, mais uma vez, estragou a festa e deixou o grito de gol engasgado.
Com Biel e Jhoanner na esquerda, o Bahia não parava de criar chances. Mugni, também por esse lado, ajudava no apoio, participava de tabelas e puxava contra-golpes. Kayky, pela direita, jogava um pouco mais avançado. A estratégia era clara: criar pelo lado esquerdo tendo Chávez como homem-chave e tentar definir no direito, com Kayky e Everaldo.
O time jogava bem, mas faltava o gol, o mais importante. Aos 43 minutos, ele saiu, porém, para o time da casa. Após recuo de Raul Gustavo, que até então fazia bem a função de parar Pimentinha pelo lado esquerdo da defesa, suprir as subidas de Chávez e impedir os ataques do Sampaio, o goleiro Marcos Felipe deu uma falha bizarra. Errou o domínio, deixou o gol escancarado e a bola no pé de Vinícius Alves, para o atacante abrir o placar.
Segundo tempo
Na volta do intervalo, o jogo esfriou. Com menos intensidade do que na primeira etapa, o Bahia pouco conseguiu criar nos primeiros 15 minutos. Por isso, aos treze minutos Renato Paiva entrou em ação. Logo de cara, lançou uma mudança tripla: saíram Kayky, Mugni e Chávez para as entradas de Jacaré, Daniel e Ryan, respectivamente.
A dinâmica no ataque não agradava o porugûes, nem tampouco o torcedor Tricolor. A paciência do treinador com Everaldo, então, acabou. Seis minutos após as três substituições, sacou o centroavante e colocou Ricardo Goulart, a fim de acrescentar movimentação e desequilibrar o bom bloco de defesa montado pela Bolívia.
Aos 28, primeira chegada contundente no segundo tempo. Após boa jogada de Jacaré pela direita, a bola chegou limpa em Acevedo, dentro da grande área, livre para finalizar. O meio-campista isolou o chute e desperdiçou bom ataque. Se na etapa anterior o Sampaio quase não tinha incomodado o Bahia, além do gol, nessa a situação foi diferente.
Com a necessidade no placar, os visitantes se lançaram mais ao ataque e deixaram espaços nas costas. Quando o relógio marcava 32 minutos, Gabriel Silva teve uma chance estupenda para o Sampaio. Bola na marca do pênalti passada pelo seu companheiro. Era a chance do segundo, mas ele isolou.
A entrada de Goulart ajudou a furar a última linha de defesa dos donos da casa, mas ainda foi pouco. Nenhuma chance clara de gol, a não ser por uma bola que passou na frente de Ricardo e Kanu, sem conseguir ser completada para dentro do gol, aos 34. O jogo ainda teve tempo de, no último minuto, arrancar suspiro das duas torcidas. Vinícius Alves, autor do gol da vitória, mandou uma bola no pé da trave de Marcos Felipe, após bom contra-ataque.
FICHA TÉCNICA
1ª rodada da Copa do Nordeste
Sampaio Corrêa 1 x 0 Bahia
LOCAL: Estádio Castelão, em São Luís (MA)
ÁRBITRO: Rodrigo José Pereira de Lima
ASSISTENTES: Francisco Chaves Bezerra Júnior e Ricardo Bezerra Chianca (Trio de Pernambuco)
CARTÕES AMARELOS: Nadson Emerson Souza (Sampaio); Kanu, Daniel e Acevedo (Bahia)
PÚBLICO: 2.344 pagantes
RENDA: R$ 50.820,00
GOL: Vincius Alves, aos 43 minutos do primeiro tempo (Sampaio Corrêa)
SAMPAIO: Luiz Daniel; Mateus Ludke (Yann), Joécio, Allan Godói e Vitinho; Wesley Dias (Emerson), Eloir (Maurício) e Nadson (Rafael Vila); Pimentinha, Vinicius Alves e Matheus Martins (Gabriel Silva). Técnico: Felipe Conceição.
BAHIA: Marcos Felipe; Douglas Borel, Kanu, Raul Gustavo e Chávez (Ryan); Rezende (Diego Rosa), Acevedo e Mugni (Daniel); Biel, Kayky (Jacaré) e Everaldo (Goulart). Técnico: Renato Paiva.
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