O Grupo City já viveu o seu primeiro grande fracasso no Bahia. Desde que assumiu o clube, a concessionária buscou os melhores resultados. Investimentos nas equipes masculina e feminina ocorreram, e a expectativa era de um bom desempenho. As Meninas de Aço, no entanto, não atingiram o esperado na temporada. Até começaram bem o Brasileirão e chegaram a brigar por vaga entre as primeiras colocadas, mas a equipe acabou rebaixada no campeonato nacional.
O time sofreu cinco derrotas consecutivas, e a quinta foi a mais dolorosa de todas. O revés para o Corinthians, por um largo placar de 5 a 1, no Estádio de Pituaçu, trouxe uma dor imensurável. Menos de um ano após garantir o acesso para a série A1, o time volta à segunda divisão.
No mês passado, Ferran Soriano, CEO do City, esteve em Salvador e garantiu compromisso com a modalidade. “O objetivo é tratar da mesma forma que tratamos o futebol masculino, com menos orçamento. Ontem, falei com as Mulheres de Aço. Disse para contarem com nosso esforço”, afirmou o cartola.
Com a concretização da queda, há de se analisar os próximos passos da direção Tricolor. Se as palavras de Ferran se mostrarem, de fato, reais, e o objetivo é tratar o feminino da mesma maneira que o masculino, o rebaixamento pode ser considerado um desastre.
Igor Morena, treinador das Tricolores desde 2019, esteve à frente das Meninas no acesso em 2022 e, agora, no rebaixamento. O técnico vem sendo questionado pelos resultados em campo. A confirmação da queda sucedeu um comunicado do clube destacando uma reformulação no departamento de futebol.
“Com o objetivo de dar a volta por cima de maneira imediata, o clube intensificará o processo de reestruturação já a partir da disputa do Campeonato Baiano, previsto para julho, quando buscaremos o tetracampeonato consecutivo”, pontuou a nota oficial.
Além disso, também foi destacado o processo de profissionalização interna. “O departamento passará a contar com profissionais específicos para a gerência e a supervisão de futebol, além de ampliar a equipe nas diversas áreas de saúde. Recentemente, também como parte do processo, chegaram reforços para preparação física, auxiliar técnico e Dade (Departamento de Análise de Desempenho)”, informou.
A reportagem buscou contato com integrantes do departamento de futebol para entender o fracasso na temporada, mas não foi disponibilizado nenhum dirigente para falar sobre o assunto. Na própria nota divulgada, foi comentada a frustração de chegar a sonhar com as melhores posições e terminar caindo.
“Nosso time chegou a sonhar com uma inédita classificação, conseguiu triunfos marcantes, mas infelizmente sofreu com lesões e oscilou justamente na reta final da competição”, finalizou o comunicado oficial.
Nas redes sociais, algumas jogadoras lamentaram o ocorrido e pediram desculpas aos torcedores. Nathane, que terminou o torneio como artilheira do time, com sete gols marcados, foi uma das que se retrataram. “Estávamos lá com força de vontade e comprometimento com o Bahia e essa nação linda. Peço desculpas a todos os torcedores por não conseguir essa permanência, saibam que demos nossos 100%”, afirmou a atacante.
Ailda, experiente zagueira, destacou a tristeza com o resultado. “Só Deus sabe o gosto amargo quando o triunfo não vem! Só Deus é testemunha do nossos esforços, e da vontade de querer algo maior com esse clube”, escreveu. A reformulação anunciada pelo clube é o primeiro passo para fortalecer a modalidade. O Baianão, que ainda não tem data para começar, por sua vez, é a primeira missão nesse recomeço.