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Missão cumprida - 21/12/2024, 07:00 - Wiliam Falcão - Atualizado em 21/12/2024, 08:46

Da Série C à Sula: Fábio Mota revela como fez o Vitória ressurgir das cinzas

Presidente rubro-negro aponta o torcedor como grande protagonista da sua gestão

Presidente analisa os feitos da sua gestão ao longo dos últimos anos
Presidente analisa os feitos da sua gestão ao longo dos últimos anos |  Foto: Clara Pessoa / Ag. A TARDE

Quando assumiu a presidência do Vitória no fim da temporada 2021, com a equipe afundada na Série C do Campeonato Brasileiro, Fábio Mota sabia que teria que incorporar o ator norte-americano Tom Cruise e comandar uma 'Missão Impossível' para recolocar o Rubro-Negro de volta à Primeira Divisão do futebol nacional.

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O resultado do trabalho não poderia ter sido melhor. Acesso para a Série B, depois de ter apenas 2% de chance de se classificar para a segunda fase da Terceirona, título inédito da Segundona, campeão baiano e classificação para a Sul-Americana.

Em entrevista exclusiva ao MASSA!, o presidente do Vitória fez uma análise da sua gestão, escolheu o principal legado à frente do Leão, apontou as dificuldades que surgiram ao longo deste ano e defendeu o modelo de SAF que acha ideal. Confira abaixo tudo que o 'presida' rubro-negro disse:

Como você classifica o ano do Vitória?

Fábio Mota - Excelente ano. Quando você faz um planejamento vale o final do planejamento, não o início. Quando nós fizemos o planejamento do início do ano era ganhar um Campeonato Baiano, tinha seis anos que a gente não ganhava. Na segunda etapa, eu sempre projetei a Sul-Americana. É evidente que a gente tem dois discursos, o discurso do treinador, que é correto, de subir degrau a degrau, mas na minha cabeça era Sul-Americana.


Aspas

É evidente que a gente tem dois discursos, o discurso do treinador, que é correto, de subir degrau a degrau, mas na minha cabeça era Sul-Americana

Fábio Mota

Acredita que a empolgação com o título da Série B e do Campeonato Baiano atrapalhou o início do Vitória na Série A?


Aspas

Acho que isso atrapalhou sim, mas não foi só isso.

Fábio Mota

FM - Sabíamos que a Série B não servia de parâmetro para a Série A, mas a Copa do Nordeste poderia ser. Nós ganhamos do Fortaleza, lá no Castelão, por 1 a 0, e vencemos o Baiano ganhando dois Ba-Vis com um time bem competitivo. Enfrentamos dois times de Série A e vencemos os dois. Acho que isso atrapalhou sim, mas não foi só isso. O Vitória tinha muito tempo que não jogava a Série A e teve que reaprender, posso falar com muita propriedade isso porque disputei Série C, Série B e Série A. Então eu conheço todas as competições, a diferença da Série C para a B é enorme, mas a diferença da Série B para a Série A é um abismo.

O que foi fundamental para o Vitória ter se recuperado na Série A e conquistado uma vaga na Sul-Americana?

FM - Primeiro dizer que Léo Condé, pra mim, é o maior treinador da história (do clube). Ganhou a competição mais importante do Vitória e depois venceu o Baiano depois de seis anos. Dito isso, Série A é outra história e eu acho que a mudança de treinador foi importante porque você muda o estilo de jogo, motiva o grupo que estava de cabeça baixa, preocupado, achando que era um momento delicado.

Aspas

Se eu fosse ouvir a opinião externa teria que mudar tudo, se fosse ouvir Dito Lopes, Matheuzinho não estava aqui, se eu fosse ouvir Preto Casagrande, Alerrandro não jogava a Série A.

Fábio Mota

Outra coisa também foi confiar no trabalho que vinha sendo feito, se eu fosse ouvir a opinião externa teria que mudar tudo, se fosse ouvir Dito Lopes, Matheusinho não estava aqui, se eu fosse ouvir Preto Casagrande, Alerrandro não jogava a Série A.

Diante dos feitos alcançados como acesso para a Série B, o título da Segunda Divisão, o Campeonato Baiano depois de um longo jejum e já levar o Leão para a Sul-Americana no primeiro ano de Série A, o senhor se considera como o maior presidente da história do clube?

FM - Não. Não tenho essa pretensão, essa vaidade, não pretendo ser candidato a nada. Eu estou aqui porque amo o clube, fiquei 14 meses sem receber R$ 1, não vim pra cá ganhar dinheiro, fama, eu vim por amor e para resgatar a instituição. Quem quiser que faça seu julgamento, eu não estou aqui para ser melhor e nem pior, estou aqui para dar o melhor que eu tenho para a instituição que eu amo, que aprendi a gostar lá em Valente com meu avô. Realizei um sonho pessoal.




Dirigente destaca legado deixado no clube desde a sua chegada
Dirigente destaca legado deixado no clube desde a sua chegada | Foto: Clara Pessoa / Ag. A TARDE

O que foi fundamental para o Vitória conseguir dar a volta por cima e sair da Série C para a Série A em dois anos?

FM - Sem dúvidas meu maior legado nesses anos foi a aproximação da torcida. Se eu não tivesse o apoio da torcida, nada seria possível. Então se eu tiver que eleger um fator fundamental para o Vitória estar na Série A chama-se a maior torcida do mundo, que pra mim é a torcida do Vitória, principalmente a geração mais nova. Eu cheguei no Vitória nós tínhamos 4 mil sócios, hoje nós temos 41.531 mil.

Em relação ao modelo de SAF, o senhor acredita que o Vitória deve continuar com a maior parte do clube ou já mudou de pensamento?

FM - Continuo acreditando nesse modelo. É o modelo de quem não está quebrado, quem faz um modelo diferente é porque ou faz SAF ou fecha as portas. O Cruzeiro, o Vasco e o Botafogo ou faziam ou fechavam e o desespero foi tão grande que o Cruzeiro já está com seu segundo dono e o Vasco o primeiro dono chegou, gastou e deixou a bomba de R$ 1 bilhão e foi embora. O Botafogo, dos três, é o único que tem resultado esportivo.


Aspas

Para ter um SAF que resolve todos os problemas é preciso ter um investidor sério e hoje é difícil encontrar.

Fábio Mota

A SAF não é sinônimo de ganhar títulos. Se você pegar os seis primeiros colocados no Brasileiro, só tem o Botafogo que é SAF. O Fortaleza é SAF, mas é do próprio Fortaleza. Para ter um SAF que resolve todos os problemas é preciso ter um investidor sério e hoje é difícil encontrar.

O que faltou para concretizar a venda de Lucas Arcanjo?

FM - Quando a gente vai comprar a gente dá a garantia, quando a gente vai vender a gente quer a garantia do recebimento, então eu disse ao Fluminense que se eu vender o Lucas Arcanjo, independente de lista de jogador, a gente precisa ter uma garantia e o Fluminense tem dito que não consegue ter a garantia bancária, então a história de venda para Lucas deixou de existir. O que a gente está analisando agora é se a gente faz um empréstimo, levando em consideração o jogador, porque é uma proposta que muda a vida dele.

Existe a possibilidade de o Vitória disputar jogos fora do Barradão como mandante?

FM - Todos os jogos do Vitória serão no Barradão. Sul-Americana, Baiano, Copa do Nordeste, Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil. Por isso, o sócio do Vitória tem que correr e pagar logo agora em dezembro ou em janeiro, porque em fevereiro, provavelmente, vamos ter reajuste.

Circulou essa semana a possibilidade de Filipe Machado deixar o Vitória, mas o senhor negou e confirmou a permanência. Qual a real situação do atleta?

FM - Chegaram algumas propostas para Machado, mas é um jogador que tem contrato, nos interessa e vai continuar no clube.

Dirigente destaca legado deixado no clube desde a sua chegada
Dirigente destaca legado deixado no clube desde a sua chegada | Foto: Clara Pessoa / Ag. A TARDE

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