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Representa grandão! - 30/06/2025, 07:30 - Kaiky Menezes*

É potência: brasileiro Pedro Matos voa alto no kitsurf mundial

Carioca foi campeão do mundo com 18 anos e segue fazendo história

Atleta começou a surfar ainda criança e depois migrou pro kite
Atleta começou a surfar ainda criança e depois migrou pro kite |  Foto: Divulgação

O kitesurf vem em uma crescente mundial após uma estreia de sucesso total nas Olimpíadas de Paris, em 2024, e também já está confirmado para os Jogos de 2028, em Los Angeles. Só que, apesar de estar se destacando mais nos últimos anos, o esporte já tem uma longa trajetória e, para o Brasil, ela é muito bem representada por Pedro Matos.

O carioca foi campeão mundial em 2016, com apenas 18 anos, e de lá pra cá seguiu fazendo história, conquistado o Campeonato Sul-Americano e Brasileiro, além do 3º lugar do Mundial nas últimas três edições. Agora, ele quer ir ainda mais longe e representar o país em Jogos Olímpicos, mais precisamente no kitewave, sua modalidade.

E, para contar um pouco mais sobre a sua história nesse mundo esportivo, Pedro Matos conversou em entrevista exclusiva com o MASSA!, contando sua trajetória desde os primeiros passos, passando pelo momento atual, e projetando o seu futuro e do kitesurf.

Como você explicaria o kitesurf para o público?

Pedro Matos - O kitesurf é um esporte aquático radical que combina alguns elementos do surfe, wakeboard, windsurf e do parapente. No kitesurf usamos uma prancha presa aos pés e uma pipa (kite), que é controlada com uma barra ligada ao corpo por um trapézio. A minha modalidade, que é o kitewave, é mais focada em surfar as ondas usando o kite como propulsão.

Você começou no surfe, quando migrou para o kitesurf?

PM - Comecei a surfar ainda criança e desde então foi um amor à primeira vista. No início, cheguei a treinar jiu-jitsu com a minha irmã e também disputei campeonatos jogando tênis, porém minha paixão pelo mar sempre falou mais alto. Como aqui no Rio, a depender da hora, o mar ficava muito mexido por causa dos ventos, enxerguei o kitesurf como uma alternativa para continuar dentro da água. A Praia do Postinho, na Barra da Tijuca, é um ponto famoso para a prática do kite e foi um berço para mim. A partir dos meus 12 anos, decidi que queria velejar, e depois o resto é história. Fiquei apaixonado pela modalidade e hoje é ela que me permite sonhar no esporte.

Como é representar todo o Brasil não só em uma competição, mas sendo o principal nome do esporte?

PM - É uma satisfação imensa estar entre os melhores, nós batalhamos e trabalhamos muito para podermos chegar nesse status. Assim como eu, também há outros grandes brasileiros no kitesurf, então é importante estarmos no topo para consolidarmos cada vez mais o kitesurf como um esporte de grande relevância, principalmente no Brasil.

Sua família é muito ligada com esportes, qual foi a importância de ter crescido nesse ambiente, visto sua carreira até aqui?

PM - É fundamental ter exemplos tão vitoriosos ao meu lado. Minha família é e sempre será a minha referência, independente se estiverem ou não ligados ao esporte. Claro que por estarem dentro deste meio acaba sendo um facilitador, e isso é um privilégio. Minha mentalidade vencedora vem de berço, e pelo histórico familiar, a responsabilidade é grande. Mas eu gosto dessa sensação e eu sempre tive o apoio deles para ser o melhor.

O kitesurf e o próprio surfe viraram sua ferramenta de trabalho, quando você está de férias, o que gosta de fazer? Se desliga do mar ou continua nesse ambiente?

PM - Pra mim é muito difícil estar longe do mar pois é algo que eu amo, adoro estar em contato com a natureza. Sempre que possível, estou fazendo algo ao ar livre. Mas além disso, gosto de compor canções e escrever algumas músicas. Toco violão desde pequeno e tenho isso como um hobbie. Também gosto de ler livros, principalmente sobre mentalidades vencedoras no esporte, isso acaba me ajudando nas disputas dos campeonatos e a ser um atleta de alto nível cada vez melhor.

Surfista foi terceiro lugar do Mundial nas últimas três edições em sua modalidade
Surfista foi terceiro lugar do Mundial nas últimas três edições em sua modalidade | Foto: Divulgação

Recentemente você venceu a etapa do Circuito Mundial em Cabo Verde, qual foi a sensação de ter levado o título?

PM - Foi uma sensação especial, principalmente por ter me tornado o primeiro brasileiro a vencer esta etapa, onde até então havia um domínio dos cabo-verdianos. É muito importante começar o ano com essa vitória. Além de ter sido extremamente disputado, com adversários como o Airton Cozzolino e o Gabriel Benetton, essa conquista levanta a nossa moral para os próximos desafios que virão pela frente. Espero que seja a primeira vitória de muitas, pois a meta ao final do ano é voltar a conquistar o Campeonato Mundial.

O kitesurf estreou nas Olimpíadas em 2024, mesmo que em uma modalidade diferente da sua. Como você vê a entrada do esporte nos Jogos Olímpicos, e espera ver o kitewave também por lá?

PM - Eu penso que só temos a ganhar. O Brasil, assim como no surfe, está bem servido no kitewave e ano após ano estamos demonstrando isso. Atualmente, temos três brasileiros no Top 10 e dois no Top 2 mundial, contando comigo. Já tivemos anteriormente o surfe ganhando esse destaque, o skate com duas modalidades, então seria bacana ter o kitesurf sendo representado por mais modalidades. Acho que não só eu, mas todo atleta sonha em um dia poder estar representando o seu país nos Jogos Olímpicos.

Você ainda tem algum grande sonho ou meta a atingir no esporte?

PM - Como atleta, sempre almejo estar no topo. Então, meu grande objetivo nesta temporada é voltar a conquistar o mundo.

Você tem quase 200 mil seguidores numa rede social, é um dos principais símbolos do esporte no Brasil, e é inspiração de jovens, qual sua importância?

PM - Como havia dito, é gratificante poder representar o kitesurf como um dos melhores atletas da modalidade. É importante não só para mim, mas para os brasileiros e também para a modalidade do kitewave. Espero que a minha história possa inspirar os jovens a ingressarem no esporte, especialmente no kitesurf.

*Sob a supervisão do editor Léo Santana

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