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Grandonas! - 08/03/2025, 09:32 - Pedro Carreiro*

Dia da Mulher: poderosas no comando do apito são resistência

Odilene Nascimento e Rafaela Maciel são árbitras que dão vermelho ao machismo

Árbitras trabalhando no futebol amador
Árbitras trabalhando no futebol amador |  Foto: Arquivo Pessoal

Entre 1941 e 1979, o futebol feminino foi proibido por lei no Brasil e só passou a ser regulamentado em 1983. Embora essa proibição faça parte do passado, nacionalmente, o esporte segue sendo um espaço predominantemente masculino, com investimentos limitados às mulheres e, em muitos momentos, hostil.

Apesar disso, ao longo da história várias guerreiras não baixaram a cabeça e lutaram para tornar o esporte menos desigual, como são os casos de Odilene Nascimento e Rafaela Maciel. No comando do apito, elas vêm tornando o futebol baiano cada vez mais feminino, sendo bastante requisitadas na várzea, onde também já sofreram e ainda sofrem muito com o machismo.

“No início, ouvi muitas piadas de torcedores, frases machistas como “lugar de mulher é na cozinha, não no campo de futebol”, relatou Odilene ao MASSA!. “Ainda é um grande desafio lidar com o comportamento de alguns jogadores quando o comando da partida está nas mãos de uma mulher. Muitos, por machismo, ainda resistem a aceitar a nossa autoridade dentro de campo”, detalhou Rafaela.

Com vasto conhecimento das regras e caráter disciplinador dentro das quatro linhas, as duas representam o crescimento da arbitragem feminina no estado. Odilene, que apita desde 2003, é filiada à Federação Bahiana de Futebol desde de 2012, além de ser diretora de uma entidade de arbitragem em Salvador. Já Rafaela, motivada pela sua paixão pelo futebol, começou a apitar mais recentemente, em 2022, mas já vem se destacando.

“O espaço para árbitras tem crescido constantemente, com mais cursos, qualificações e oportunidades. Até mesmo nos babas da várzea, os times fazem questão da presença da arbitragem feminina”, destacou Odilene. “É gratificante ver que estamos conquistando nosso espaço e que, agora, há mais oportunidades do que quando comecei na arbitragem”, celebrou Rafaela.

Odilene Nascimento e Rafaela Maciel
Odilene Nascimento e Rafaela Maciel | Foto: Arquivo Pessoal

Abrindo portas para outras mulheres

Neste Dia Internacional das Mulheres, as duas celebram não só a jornada que vêm traçando, mas também o fato de estarem abrindo cada vez mais espaços para as mulheres no meio esportivo.

“Ser árbitra é extremamente gratificante. Sinto-me uma vencedora, pois sei que a caminhada não foi fácil”, relembrou Odilene. “É gratificante ver outras mulheres ingressando na arbitragem, pois, além de ampliarmos nossa representatividade, também abrimos portas para que mais mulheres façam parte do esporte”, comemorou Rafaela.

E para aquelas mulheres que sonham em ingressar no mundo dos esportes, mas ainda sofrem com barreiras e preconceitos, elas deixam uma mensagem: “Acreditem nos seus sonhos”.

“Tenham persistência, fé e amor pela arbitragem. Façam seu trabalho com dedicação e nunca desistam, porque, com fé em Deus, a vitória sempre chega”, disse Odilene. “Somos fortes, capazes e podemos alcançar tudo aquilo que desejamos. Com dedicação, trabalho duro e fé, conseguimos conquistar nosso espaço e fazer a diferença naquilo que amamos”, reforçou Rafaela.

*Sob a supervisão do editor Léo Santana

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