Já é público o interesse do Bahia, hoje gerido pelo City Football Group (Grupo City), em administrar a Arena Fonte Nova. Em reunião com o governo do estado, o clube levantou a hipótese de gerir o equipamento público, cumprindo assim o padrão que o conglomerado inglês estabelece em todas as agremiações que administra.
O secretário estadual Davidson Magalhães (PCdoB), da pasta do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, afirmou, porém, que o governo da Bahia não possui interesse em antecipar o término do contrato atual de concessão da Arena Fonte Nova, que deve se encerrar apenas em 2028.
“De fato, o governo foi procurado, em uma audiência que tivemos com o Esporte Clube Bahia e o Grupo City, que hoje é a SAF [Sociedade Anônima do Futebol] que controla o Bahia. E, nessa oportunidade, eles levantaram o interesse de terem acesso a um ativo como a Fonte Nova. Onde o City faz investimento em um clube, eles também avançam para uma arena multiuso”, contou Davidson, com exclusividade ao portal A TARDE nesta sexta-feira (21).
“Mas o que acontece é que temos uma concessão até 2028, então, pelo contrato de PPP [parceria público-privada], nós não podemos, porque tem cláusulas, tem obrigações, tem responsabilidade. Não é intenção do Estado antecipar nada, mesmo porque nós temos outras PPPs e isso seria uma quebra de regra que não é interessante para o estado”, afirmou o secretário.
Davidson afirmou, em contrapartida, que vislumbra a possibilidade do Bahia e do Grupo City passarem a administrar a Fonte Nova a partir de 2028, em um novo contrato de concessão no modelo PPP. Para isso, a SAF teria que participar de um processo licitatório. O secretário ainda levantou a hipótese da concorrência ser antecipada, para definir já a futura substituta da atual concessionária.
“Há várias possibilidades a partir da conclusão dessa concessão, em 2028. O que pode ser feito e se pensou é uma antecipação do processo de concorrência para a partir de 2028, mas não antes”, disse o secretário, que contou ainda não haver nada oficial. “Hoje, o Esporte Clube Bahia é o principal player da Fonte Nova, mas não tem nenhuma configuração de proposta objetiva por parte do City”, complementou.
Uma outra alternativa ventilada por Davidson, além da disputa da concessão a partir de 2028, seria um acordo do Grupo City diretamente com a atual concessionária, desde que se mantenham as obrigações do atual contrato de concessão da Fonte Nova.
“O City e o pessoal que conduz a concessão podem entrar em acordo e participar do processo de concessão antes de 2028. Essa seria uma possibilidade, mas seria um acordo entre os entes privados. Não alterando o contrato de concessão, as regras com obrigações e direitos na Fonte Nova, não teria problema”, especulou.
“A outra opção é, depois de 2028, disputar a concessão. Sendo uma concessão pública, eles vão ter que ir para a concorrência. Não existe outro caminho que não seja a concorrência”, apontou Davidson, que disse ainda não ver grande possibilidade de venda em definitivo do equipamento multiuso.