
O clássico das paixões, dos enredos e de grandes personagens. Esse é o Ba-Vi, duelo das duas maiores forças do futebol baiano, que acontecerá neste domingo (18), às 16h, na Arena Fonte Nova, pela 9ª rodada do Campeonato Brasileiro.

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Como toda grande história, os personagens são fundamentais. No Ba-Vi não é diferente. Preto Casagrande, Zé Carlos e Nadson são alguns dos nomes que construíram a grandeza do clássico baiano.
Por isso, o MASSA! 'trocou uma ideia' com esses craques para você conhecer um pouco mais da importância deste grande confronto nacional.
Torcida no Ba-Vi
Respeitado pelas duas principais forças baianas, Preto carrega uma história de admiração tanto pelo Bahia quanto pelo Vitória. Nascido no Paraná, ele relembrou a surpresa que teve ao ver a postura das torcidas nos estádios.

"Eu nunca tinha visto duas torcidas chegarem tão amistosamente para ver um clássico. Na época a Fonte Nova cabia mais de 60.000 pessoas. A diferença é justamente essa maneira com que o torcedor encara. Muda-se o ambiente da cidade. A torcida é muito apaixonada pelos seus clubes. Ou o cara é Bahia ou é ou é Vitória", destacou o ex-meia, que atuou em outros clássicos defendendo Vasco e Santos.
Nadson ou 'Nadgol', como é carinhosamente conhecido pela torcida do Leão, também jogou pelos dois lados, mas viveu o clássico apenas com o clube rubro-negro. "O Ba-Vi é totalmente diferente: concentração, ambiente, seriedade. Uma pena não ser torcida mista, faz muita falta. Jogo é pegado, é muito gostoso disputar Ba-Vi", destacou o campeão baiano e da Copa do Nordeste com o Vitória.
Já Zé Carlos, campeão brasileiro com o Bahia em 1988, relembrou quando ia ao Ba-Vi ainda como torcedor. "Eu tive a felicidade de jogar em Minas (Gerais), Porto Alegre, mas a diferença é que aqui eu ia para o estádio torcer pelo clube, pelo Bahia", indicou o ídolo tricolor.
Histórias no clássico
Para um jogador ficar eternizado na história de um clube, é necessário ter sido decisivo em clássicos e isso não falta para esses craques. Fera na bola parada, Preto Casagrande viveu dois momentos, um por cada lado, que parecem história de filme.
"Meu primeiro clássico Ba-Vi, jogando pela Vitória, na Fonte Nova, fiz um gol de falta, ganhando por 3 a 0. O gol de falta que eu fiz pelo Bahia, no Barradão, no Brasileiro de 2003, também é um momento emblemático. Duas faltas distintas, uma na base da força, outra na bola colocada. Vestindo as duas camisas", contou o volante campeão da Copa do Nordeste pelos dois clubes.
Zé Carlos carrega a boa fama de ser 'pé quente' no Ba-Vi. "Sempre fui muito feliz nos clássicos que joguei. De 23 que eu joguei, conseguimos ganhar 21. Então há um peso muito grande, uma felicidade também ganhar do seu maior rival", relembrou o atacante.
Nadgol, por outro lado, não carrega o apelido à toa. O centroavante foi protagonista de uma das histórias mais emblemáticas de todos os Ba-Vis. "Eu nasci para história em Ba-Vi. Todos sabem minha história em clássico. Vitória tomando 2 a 0, entrei faltando 14 minutos, consegui fazer três gol e entrar para história do clube, para história desse grande clássico. Isso foi importante demais para mim", relatou o jogador que também teve passagem pelo Bahia em 2009.

Projeção para o duelo de domingo
O primeiro clássico baiano deste Brasileirão chega em um momento diferente para as equipes. O Tricolor vem de três derrotas consecutivas, enquanto o Colossal embalou duas vitórias em sequência.
Diante disso, Casagrande enxerga o Bahia com mais qualidade, mas salientou o peso do Ba-Vi na hora de apontar favorito. "O Bahia leva uma pequena vantagem, justamente por ter um investimento muito maior. Mas o que a gente viu nos últimos anos não foi exatamente isso. Vitória tem sempre jogado de igual para igual, inclusive. A realidade que um clássico, como muita gente fala, o não se joga, se ganha", pontuou.
Já o artilheiro tricolor, Zé Carlos, também visualiza o Bahia favorito, mas destacou a importância de entrar concentrado na partida. "Bahia é claro que tem um time melhor, mas isso só não vence jogo. Tem a vantagem por estar jogando dentro de casa, com o seu torcedor, uma pequena vantagem, mas isso aí tem que ser provado dentro do campo".

Por fim, Nadson não ficou em cima do muro e declarou sua torcida para o Leão. "Todos nós sabemos que futebol é momento e para esse clássico o momento do Vitória é melhor. O jogo é jogado e os últimos clássicos têm sido assim. Espero que seja um grande jogo e que meu Vitória ganhe. Como todos também, sou Vitória", declarou o ex-jogador e atual torcedor rubro-negro.