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Mercado da Bola - 27/12/2022, 10:57 - Celso Lopez

Cheio da grana, Bahia 'mete o pé' na porta e alcança outro patamar

Tricolor aumenta investimentos em compra de atletas como nunca antes na história

Marcos Vitor (de azul), de 21 anos, é um dos reforços adquiridos
Marcos Vitor (de azul), de 21 anos, é um dos reforços adquiridos |  Foto: Felipe Oliveira/E.C. Bahia

O Bahia chegou a outro patamar com a transformação em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Pode parecer um pouco apressado afirmar isso ainda na pré-temporada, mas é possível perceber essa mudança só pela forma que o clube lida com as negociações de jogadores até aqui.

Antes, a instituição tinha um perfil muito mais tímido na época de mercado; agora, vive o dia a dia como se o décimo terceiro caísse o tempo todo, sem se preocupar com o preço das coisas. Além disso, ainda há uma explícita preferência por atletas mais novos, com possibilidade de revenda no futuro.

Marcos Victor, Christian e Biel são os nomes que dão a cara do Bahia no mercado de transferências. O primeiro já foi anunciado e treina no CT sob os olhares do técnico Renato Paiva, enquanto o segundo se despediu do Athletico-PR e o terceiro já chegou a Salvador para finalizar a negociação com o Tricolor.

O que eles têm em comum? Todos são jovens promessas que o clube, agora comandado pela SAF, apostou para a temporada de 2023. O mais velho deles é o volante Christian, que tem seus 22 anos, enquanto o zagueiro Marcos Victor, que fez aniversário ontem, e o atacante Biel, ainda têm 21.

Com o cofre em um nível bem maior do que no passado recente, o Esquadrão de Aço se deu ao luxo de finalmente investir pesado antes das competições. Um levantamento do perfil ‘ECBahia Números’, do Twitter, mostrou a disparidade entre um mês de SAF e 29 anos sem ela.

Desde 1994, o Bahia comprou 11 jogadores com valor acima de R$ 1 milhão e gastou um total de R$ 30,7 milhões. Só com as cifras envolvidas nas negociações do novo trio, já foram R$ 29,8 milhões. Após a conclusão de compra de Christian, o Tricolor estabelecerá a mais cara aquisição da história de um clube nordestino. Inclusive, o recorde se tornaria do próprio Esquadrão quando aceitou os R$ 10,5 milhões por Biel.

A diferença para as temporadas passadas já é gritante e não há sinal de que a instituição vai diminuir o ritmo. Dos últimos 29 anos, só em seis temporadas o Bahia havia realizado compras milionárias. A distância da primeira vez que isso ocorreu para a segunda também foi grande, já que tudo começou com Bebeto Campos e Uéslei, lá em 1998, e só voltou a ser feito com Jackson, ex-Internacional, em 2016.

Meu passado me condena

A realidade é, de fato, completamente distinta de todas as temporadas anteriores. Claro, não há como julgar com a mesma régua, já que o poder aquisitivo do clube também era completamente diferente, mas ainda há conclusões válidas a se tirar de uma pequena análise.

No ano passado, o Bahia fez uma compra milionária: o paraguaio Óscar Ruiz, já em seus 29 anos de idade. Sem brilho, o jogador foi emprestado para o juventude. Em 2020, foi a vez de adquirir Clayson, do Corinthians, por R$ 4 milhões. O atleta chegou mais jovem, aos 24 anos, mas pouco rendeu e terminou sua passagem pelo clube rapidamente, com uma rescisão contratual. O Bahia repassou o atacante sem receber nenhum dinheiro pela negociação.

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