Quatro dias depois do atentado ao ônibus do Fortaleza no fim da partida diante do Sport na Copa do Nordeste, na madrugada da última quinta-feira (22), o CEO da SAF do clube, Marcelo Paz, revelou um desejo radical. De acordo com ele, o sentimento da equipe é de não jogar mais a competição regional.
"Olha, eu particularmente não quero ter desânimo. Eu quero ter mais coragem de trabalhar, de fazer o melhor. Eu acho que isso é um desafio para mim como profissional, como pessoa, como pai de família, como um agente do futebol, que ama o futebol, trabalhar e fazer algo melhor. Agora, talvez o certo mesmo era fortalecer, sair da competição. Talvez fosse o certo como um protesto, né?", questionou o dirigente em entrevista à TV Verdes Mares.
"Nós não podemos mais jogar uma competição que proporcionou isso aos nossos atletas. E a gente atuar de novo nessa competição, como se nada tivesse acontecido... Se fizer isso existem sanções financeiras e desportivas. O clube vai sair prejudicado. Mas o sentimento dos jogadores, meu e do Vojvoda, era esse de sair da Copa do Nordeste e não jogar mais essa competição", continuou.
Seis jogadores ficaram feridos no atentado: Escobar, Titi, Brítez, Dudu, Sasha e João Ricardo. O caso mais crítico é o do lateral Escobar, que levou 13 pontos entre a boca e a sobrancelha. Além das múltiplas lesões, foi diagnosticado com um traumatismo cranioencefálico.
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Durante a entrevista, Paz reforçou as cobranças aos órgãos de segurança. "A maior indignação é que até esse momento ninguém foi preso, ninguém foi identificado, não vi uma imagem de câmera de segurança. Até me surpreende porque hoje, em qualquer lugar do Brasil, nas cidades menores, em qualquer lugar, sempre tem uma câmera de segurança, que pega um deslocamento, que pega a alguma coisa e era muita gente porque eu vi, eu estava na primeira fileira do ônibus e eu vi o movimento deles correndo quando o nosso ônibus passou. Então, tinha muita gente ali que pode ser identificada e agora sinais de impunidade. Então, isso nos deixa indignados, além do sentimento ruim de ter vivido tudo isso".
Na última sexta-feira (23), a Polícia Civil disse ter identificado suspeitos de participar do ataque. A informação foi confirmada pelo chefe da PC, Renato Rocha. No entanto, ele não deu prazo sobre quando acontecerão as primeiras prisões do caso.