Professora, atleta e apaixonada pelo karatê, Martinna Rey, 37 anos, luta constantemente para superar os desafios da vida e do esporte. O início nos tatames foi ainda criança, aos três anos, e desde então, ela vem colocando em prática tudo que aprendeu durante este período, conquistando grandes marcas e títulos na carreira. Recentemente, a lutadora fez bonito e levou a Bahia ao topo do pódio ao conquistar o título mundial na Eslovênia.
“Eu escolhi fazer o karatê desde muito pequena, por volta dos três anos de idade. Fui influenciada pelos desenhos japoneses. Na época passavam Jiraya, Jiban, Jaspion e junto a isso aqui em casa a gente assistiu filmes de Van Damme, Stallone, Schwarzenegger. Tenho também um primo mais velho, que fazia karatê à época e a minha tia, mãe desse menino, tomava conta de mim para minha mãe ir trabalhar. Então quando ele ia pro karatê, eu ia junto assistir”, revelou a karateca em entrevista exclusiva à reportagem do MASSA!.
Mais do que um esporte, a modalidade representa para a campeã mundial transformação de vida e salvação. “Desde que o karatê entrou em minha vida eu nunca deixei de treinar. No máximo eu me afasto para tratar uma doença, mas eu ainda vivo o karatê. Ele que me dá forças para superar as doenças, eu sou uma pessoa que sofri algumas depressões na vida e um dos mecanismos de cura foi a prática do karatê. Foi ele que me deu forças para me reerguer, para sair da doença, para superar. Me ensinou a ter resiliência”, destacou.
Apesar das conquistas e paixão pela modalidade, Martinna ressalta que enfrenta muitas barreiras na vida profissional. “A maior dificuldade como atleta é questão do patrocínio. A gente sabe que no Brasil, tirando o futebol nenhum outro esporte é enaltecido. Então todos nós que somos atletas, principalmente os amadores, corremos atrás dos patrocínios e normalmente não conseguimos. Na minha vida eu tive alguns patrocínios pontuais, em determinadas competições, eu consegui o apoio de alguém. Mas na grande maioria delas, eu e minha família tivemos que arcar com os custos”, explicou a professora.
Por causa dessas dificuldades, a atleta criou uma espécie de ‘vaquinha’ para quem quiser ajudá-la a custear as despesas das próximas competições. Qualquer ajuda é bem-vinda e a doação pode ser feita no PIX (CPF): 024.573.625-55.
Preparação afiada para ir ao pódio
Os próximos desafios enfrentados por Martinna Rey serão a partir de abril. No entanto, os preparativos para conquistar novos troféus já iniciaram a todo vapor. “Como a gente está em pré-temporada e as competições só vão começar a partir de abril, eu estou em um processo de perda de peso, processo de emagrecimento e fortalecimento de massa muscular. E começando os treinos técnicos de limpeza de movimentos”, explicou a lutadora.
Com o objetivo de subir no lugar mais alto do pódio em mais um torneio, ela garante que está confiante para passar por cima das adversárias. “Tenho que pensar positivo. Minhas expectativas são as melhores possíveis. Quero voltar novamente a ser a primeira do ranking, quero ser novamente campeã brasileira e quero manter meu título de campeã Pan-Americana de karatê tradicional”, completou.
Conquistas servem de motivação
Depois de um ano difícil em 2021 ao encarar uma depressão, a lutadora deu a volta por cima no passado conseguindo recuperar as boas atuações e as medalhas. Porém, ela se recorda que a preparação para o Mundial, realizado na Eslovênia, não foi fácil. “Se eu não treinasse karatê para minha vida, eu não teria um bom resultado no Campeonato Mundial. Porque eu não pude fazer uma preparação física e técnica adequadas, devido ao meu quadro de trabalho. Então a preparação foi mais mental para eu me equilibrar e focar naquilo que eu deveria fazer na competição”, recordou.
Por causa de todas essas adversidades, as medalhas conquistadas no torneio tiveram um sabor especial de superação profissional e pessoal. “A sensação de ter ganhado duas medalhas nessas circunstâncias, foi um estímulo para mim. Eu me vi no meio dos melhores atletas do mundo e estando ali em pé de igualdade com elas, mesmo sabendo das minhas dificuldades, mostrou que eu sou uma excelente atleta”, vibrou Martinna.
*Sob a supervisão da editor Léo Santana