Certamente, você já ouviu o ditado “filho de peixe, peixinho é”?. Ele cabe na vida da lutadora de boxe Beatriz Ferreira, ou apenas Bia Ferreira. Nascida no dia 9 de dezembro de 1992, em Salvador, ela vem de uma família de pugilistas e teve como inspiração o pai, Raimundo Oliveira Ferreira, conhecido no mundo do boxe como Sergipe.
Sendo um dos grandes destaques do boxe feminino brasileiro, Bia Ferreira, de 31 anos, é um dos fortes nomes para conquistar a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos Paris 2024, nos meses de julho e agosto. A boxeadora vai embarcar para disputar a segunda Olimpíada da carreira.
Para entender melhor a trajetória de Bia Ferreira até conquistar a vaga nos Jogos Olímpicos deste ano, o Portal Massa! reuniu momentos marcantes da carreira da atleta.
Apesar do presente repleto de momentos especiais, a pugilista precisou passar por uma trajetória de muitos aprendizados. Com o pai, um dos grandes nomes baianos do boxe e bicampeão brasileiro, sendo o seu primeiro treinador, Bia Ferreira superou as dificuldades da vida para começar a trilhar o seu caminho no esporte.
O primeiro contato da lutadora com a Olimpíada aconteceu durante os Jogos Olímpicos Rio 2016. Naquele momento, Bia participou do projeto Vivência Olímpica, em que 20 revelações de diversas modalidades conviveram com os atletas olímpicos brasileiros. Dali pra frente, a pugilista apertou ainda mais o ‘start’ para se destacar no meio do boxe.
Títulos
Com treinos, foco e muito esforço, Bia começou a conquistar espaço e a fazer o seu nome no boxe Brasileiro. Em 2017, um ano após viver a experiência nos Jogos Olímpicos do Rio, a lutadora conquistou a medalha de bronze no Torneio Magomed-Salam Umakhanoy, na Rússia, e venceu o Torneio de Belgrado.
Seguindo embalada pelo ritmo frenético, Bia foi campeã dos Jogos Sul-americanos Cochabamba 2018, campeã dos Jogos Pan-americanos Lima 2019 e campeã mundial na Rússia, no mesmo ano.
Naquela época, a lutadora baiana já caminhava a passos largos para brilhar e não demonstrou medo ao fazer sua estreia nos Jogos Olímpicos de 2020. Chegando no Japão com o sonho de alcançar o pódio, a estrela de Bia brilhou e ela se tornou a primeira brasileira a disputar uma final olímpica no Boxe. Terminou com a medalha de prata.
A boxeadora possui, ao todo, 101 vitórias no boxe olímpico, mais de quatro dezenas de pódios em torneios internacionais e dois títulos mundiais amadores.
Carreira híbrida
Um novo capítulo foi aberto na vida de Bia quando, no final de 2022, ela iniciou a transição para a carreira híbrida, onde participa da modalidade do boxe profissional e do boxe olímpico. A ousadia de Beatriz Ferreira permitiu que ela vivesse os dois universos para ir em busca de cinturões e medalhas.
“É o mesmo esporte, mas é muito diferente. No Olímpico, a gente não fica parado, não tem isso de querer mandar com muita potência os golpes. ‘É consequência’, a gente fala quando acontece. No profissional é diferente, a gente treina muito focado nessa potência. Não tão rápido, com tanta explosão, mas com muita força”, esclareceu Bia, em recente entrevista ao Comitê Olímpico Brasileiro.
Desde o início da transição pra cá, a baiana começou a treinar de acordo com o calendário de competições e vem sendo treinada com a ajuda de Mateus Alves, head coach da Seleção Brasileira, e treinador pessoal da pugilista no boxe profissional.
Em 2024, Bia segue fazendo história e se tornou campeã mundial no boxe profissional ao conquistar o cinturão vago do peso-leve (até 61kg) da Federação Internacional de Boxe (FIB). Com a conquista, a pugilista se tornou a primeira medalhista olímpica do Brasil a ser campeã mundial.
Bia desconhece o gostinho da derrota no boxe profissional. Desde que estreou na modalidade, a boxeadora realizou quatro lutas e saiu com a vitória em todos os duelos.
Olimpíada
No dia 25 de outubro de 2023, a boxeadora conseguiu a primeira vaga para Paris 2024 do boxe brasileiro. Ao pisar os pés na capital francesa, Bia terá como objetivo conquistar o lugar mais alto do pódio, a medalha de ouro, única conquista que falta para ela na modalidade olímpica.
“Eu estou na equipe olímpica, eu quero participar de Paris, chegar lá e brilhar, trazer a mãe de todas: a dourada, desta vez”, afirmou Bia, em entrevista ao Comitê Olímpico do Brasil.
Caso conquiste a meta e traga felicidade para o Brasil, Bia se tornará a única pugilista campeã mundial no profissional e a ganhar uma medalha olímpica no mesmo ano.
O fim dos Jogos Olímpicos 2024 também será um sinal de parada para a atleta. Isso porque, após o fim da competição, Bia irá se despedir das Olimpíadas para focar, exclusivamente, na carreira profissional.