O gol é o momento mais importante do futebol. Sem ele, não há time, projeto ou elenco que se sustente. No Bahia, essa tem sido uma premissa importante na teoria, mas difícil de ser colocada em prática. Desde a saída de Gilberto para o Al Wasl, dos Emirados Árabes Unidos, o clube busca um substituto à altura. Quase um ano depois e em novos tempos, com a chegada do Grupo City, o time baiano foi ao mercado, confirmou sete reforços e tem outros engatilhados. Mesmo assim, a torcida ainda olha o plantel e a pergunta segue: onde está o homem-gol?
O tricolor teve, ao longo de 2022, diversas tentativas nessa busca. Rodallega, por exemplo, começou o ano bem, marcando com frequência no Baiano e Copa do Nordeste, alcançando 12 gols. Na série B, porém, deixou muito a desejar, marcando apenas um gol. No decorrer da competição, Matheus Davó e Vitor Jacaré ganharam projeção e desbancaram o colombiano. Davó terminou o campeonato com nove gols, que fizeram dele o artilheiro do Bahia. Jacaré finalizou com 12 participações diretas em gols, com seis tentos, sendo assim o vice-artilheiro do time, e seis assistências.
A perspectiva de 2023 é uma incógnita. Rodallega, artilheiro do ano passado, e Davó deixaram o Bahia. Apenas Jacaré seguirá, dentre os principais nomes remanescentes do setor. Caio Vidal, que chegou em agosto e não balançou as redes, é outro que permanece. Na remessa de novas contratações do clube para este ano, Biel e Everaldo, já confirmados, e Kayky, provável reforço, chegam para o ataque. Chama atenção o fato de que nenhum dos três fez muitos gols na última temporada. Enquanto Kayky pouco jogou no Paços de Ferreira, de Portugal, e não marcou nenhum, Everaldo terminou o ano com apenas sete em 27 jogos, sendo titular em seis, pelo Kashima Antlers, do Japão.
Biel, que chega como reforço mais caro da história do Tricolor, marcou cinco gols em 33 jogos na Série B, pelo Grêmio, e atuou aberto pelas pontas. Se por um lado o gol não é o forte dele, Biel apresenta uma característica importante para municiar os centroavantes: registrou seis assistências e nove grandes chances criadas pelo Tricolor gaúcho, sendo um dos destaques da competição no quesito. O novo reforço, inclusive, afirmou que o comandante Renato Paiva já conversou com ele sobre preferências em campo: “Já conversei com o mister. Ele me perguntou se preferia jogar por dentro ou fora. Eu deixei a critério dele. Onde ele me enxergar bem quero estar disponível”.
Importância comprovada
Na última Série B, os números reforçaram a importância de um homem-gol. O aproveitamento do Bahia nos jogos em que algum dos jogadores de ataque marcou foi de impressionantes 83%, enquanto em partidas onde os mesmos passaram em branco, foi de 29%. Considerando, dentro desse levantamento, também gols de Ricardo Goulart, que atuou por muitas vezes como jogador da linha de ataque, apesar de ser meio-campista de origem.
De contrato renovado, Goulart quer uma temporada de afirmação, já que produziu apenas quatro participações diretas em gols ano passado, balançando as redes duas vezes e deixando outras duas assistências em 16 jogos. Na coletiva de ontem, no CT Evaristo de Macedo, falou sobre a expectativa para o ano: “Nessa temporada creio que vamos colher frutos, porque está vindo um investimento bem alto e vão querer resultados. Eu quero levantar algumas taças com a camisa do Bahia”.
Na lista de investimentos a que Ricardo se refere estão, além dos citados acima, Marcos Felipe, goleiro, Kanu, Marcos Victor e David Duarte, zagueiros, e o uruguaio Nicolás Acevedo, volante. Todos já confirmados. Além desses, o clube vive expectativa por alguns que devem ser anunciados em breve, como Raul Gustavo, zagueiro, Diego Rosa, meio-campo, e Kayky, atacante.
A respeito de possibilidades, Santi Rodríguez, meia-atacante uruguaio que atuou no New York City na última temporada, e Jhoanner Chávez, lateral esquerdo de 20 anos do Independiente del Valle e que trabalhou com Renato Paiva na equipe do Equador, são nomes que podem pintar no Esquadrão nas próximas semanas.
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