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Eleição tricolor 2024 - 10/11/2023, 06:00 - Santiago Oliveira - Atualizado em 10/11/2023, 09:43

Bahia Mais Independente: Marcus Verhine promete proximidade com a SAF

Ex-presidente do Conselho Fiscal é o segundo entrevistado da série especial com candidatos ao cargo da Associação

Marcus Verhine, candidato à presidência do Bahia
Marcus Verhine, candidato à presidência do Bahia |  Foto: Reprodução / Redes Sociais

O economista e gestor Marcus Verhine, de 49 anos, integrante do Grupo Mais Bahia, será candidato à presidência da ‘Associação’ Esporte Clube Bahia e é o segundo entrevistado da série de matérias que o MASSA! vem fazendo com os postulantes ao pleito. Ex-presidente do Conselho Fiscal do Bahia, ele forma a chapa 'Bahia Mais Independente' com Rogério Silveira, de 52 anos, ex-conselheiro do clube e integrante do grupo 'Independente Tricolor', que pleiteia o cargo de vice-presidente.

Marcus teve participação atuante em dois momentos históricos do Bahia. Como presidente do Conselho Fiscal, teve papel importante durante a constituição da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) no Esquadrão, e também esteve presente no processo de independência do clube.

No bate-papo com o MASSA!, o candidato expôs suas primeiras demandas caso seja escolhido pelos sócios do Bahia no dia 2 de dezembro, na Arena Fonte Nova, e também detalhou estratégias para adquirir recursos financeiros. Além disso, revelou que pretende ter uma relação próxima com a SAF do Tricolor.

Confira a entrevista completa:

Quem é Marcus Verhine?

MV - Marcus Verhine, um economista, gestor, tricolor de coração, apaixonado, que aprendeu desde criança que o impossível não existe para o Bahia. Foi assim em 1981, quando o Bahia ganhou de 5 a 0 em Santa Cruz. Eu tinha quase 7 anos naquela época, e aquele jogo marcou minha vida. Participei ativamente do processo de democratização do clube. Em 2004, eu ingressei na Associação Bahia Livre (ABL), e pela ABL participei de diferentes fóruns, discussões, manifestações, liderei grupo de trabalho. Me envolvi em todas as frentes, sempre em busca da democratização, transparência e profissionalização do nosso clube. Em 2013, finalmente, conseguimos a intervenção, participei também de todo esse processo e, a partir disso, com o Estatuto Democrático, em agosto de 2013, participei do Conselho de Deliberativo. Por dois mandatos, fui coordenador da Comissão de Administração e Finanças do clube, e depois do Conselho Fiscal e fui presidente do Conselho Fiscal por seis anos.

Candidato é tricolor desde criancinha
Candidato é tricolor desde criancinha | Foto: Reprodução / Arquivo Pessoal

Partindo deste novo momento dentro do clube, qual a importância do apoio financeiro que a SAF presta para a Associação?

MV - O Bahia passa por um momento único e especial, e lembrando que quase todas as receitas do clube foram migradas para a SAF. O que ficou na prática foram exatamente as contribuições dos sócios, dos sócios do clube, não do acesso garantido. Então, esse apoio financeiro da SAF é importantíssimo para a Associação, para que ela tenha estrutura mínima. É um aporte de R$ 2,5 milhões anuais, que vão ser reajustados conforme a inflação e é claro que após a SAF registrar lucros acima de R$ 25 milhões, o clube terá direito a 10% daquele lucro. Então passa desses R$ 2,5 milhões. Mas sem dúvida nenhuma esse apoio é importante, sobretudo nesse início de projeto.

Caso seja eleito, quais são os seus planos à frente do Bahia?

MV - Posso focar em quatro grandes eixos [dos planos à frente do clube]: Primeiro, relação com a SAF, fiscalizá-la, mas sempre procurando agregar valor, ou seja, criando um canal de escuta com o torcedor. O outro eixo seria o programa de sócio do clube, pois será preciso redesenhar a rede de parceiros e benefícios e estimular a vitalidade social, fazer com que o sócio viva o clube. Terceiro eixo é o dos esportes olímpicos, paralímpicos e e-sports. A ideia é avançar nesse sentido e uma vez definido o critério de seleção da modalidade esportiva que será apoiada, nós vamos sair na captação de recursos, primeiro por via de lei de incentivo, mas em seguida através de parceria com empresas privadas e outros parceiros. E o outro eixo, finalmente, é o que a gente chama de 'Meio Ambiente, Responsabilidade Social e Governança'. Então, governança é o que já falei, teremos planejamento estratégico, vamos adotar medidas de compliance, avaliar o momento de implantação de auditoria interna e gestão transparente; no meio ambiente, adesão ao pacto global da ONU, com compromissos do ODS 2030, além da elaboração do relatório de sustentabilidade do Bahia; e na área de responsabilidade social, criar um núcleo de responsabilidade social e participar dos fóruns de instituições filantrópicas e, de forma mais específica, aderir ao selo de diversidade étnico social da Prefeitura Municipal de Salvador, essas seriam as primeiras medidas a serem tomadas.

Qual o maior desafio de quem vai assumir a Associação? Para você, um plano de sócios atrativo é um obstáculo a ser superado?

MV - Será um grande desafio sim, porque o sócio ainda não percebeu a importância do clube nesse processo novo, então a comunicação tem que ser reforçada. O sócio tem que ser estimulado a viver o clube, então eu foco muito na questão da vitalidade social no sentido de envolver o sócio, seja através da criação de um canal de escuta, para captar a percepção do sócio em relação à SAF e como a gente pode contribuir para a SAF, seja redesenhando a rede de parceiros, benefício do clube, seja também através de uma gestão transparente e participativa, sempre consultando o sócio. Então o desafio é muito grande, mas vamos superar sim. Assim que o sócio perceber a importância da associação, do fortalecimento da Associação, ele vai se engajar e vai participar da vida do clube. Outro ponto importante relacionado à participação do sócio é o envolvimento das embaixadas. As embaixadas têm um espírito de amor condicional. É importante a gente disseminar esse espírito por todo o clube, em todos os sócios.

O que pretende fazer quanto a captação de recursos financeiros e em qual modalidade pretende integrar logo de início (caso essa seja a ideia)?

MV - Primeiro, a ideia não é já escolher a modalidade antes de consultar o sócio. Então vamos estabelecer um critério para seleção dessas modalidades que serão estimuladas, abraçadas pelo clube. Primeiro critério será, obviamente, o critério de consulta aos sócios: Quais são as modalidades preferidas dos sócios? Segundo critério é a análise da relação das modalidades com a cultura, com a nossa cultura. Então, por exemplo, não pretendemos entrar na área de esporte de inverno, que não tem relação nenhuma com a Bahia. Outro critério é analisar a viabilidade financeira daquele projeto e a possibilidade de parcerias. Então, com base nesses três pilares, teremos a seleção das modalidades que serão incentivadas, modalidades individuais ou coletivas que serão incentivadas. E em relação à captação de recursos, vamos começar com a Lei de Incentivo ao Esporte. Lembrando que, tanto pessoa física, quanto pessoa jurídica, podem participar desse processo de captação de recursos, então sócios também serão, na verdade, a torcida será estimulada a participar desse processo de captação de recursos e há recursos também no Comitê Brasileiro de Clubes e do Comitê Brasileiro de Clubes Paralímpicos. E também pretendemos formatar projetos específicos para a captação junto a empresas privadas, começando pelas parceiras da própria SAF do City Football Group. Esses serão as principais fontes de captação no início, na sequência, após o desenvolvimento do esporte, há médio e longo prazo vamos procurar aferir receitas relacionadas ao match day, vamos tentar explorar o match day.

Verhine participa do processo democrático do clube
Verhine participa do processo democrático do clube | Foto: Reprodução / Arquivo Pessoal

Sua gestão tem plano de explorar os esportes olímpicos?

MV - Sim, como já disse, tem planos de explorar esportes olímpicos, paralímpicos e e-sports. Haverá um critério claro e transparente de seleção das modalidades que serão abraçadas pelo clube e uma vez escolhendo-as, nosso objetivo é o nosso lema: 'Nascer para vencer'. Ser competitivo nessas modalidades, não é apenas fazer uma participação, ser figurante, mas ter uma atuação destacada. Afinal de contas, a torcida do Bahia ama, acima de tudo, o Bahia. Ela quer o time vencedor, qualquer coisa que faça, qualquer modalidade esportiva, ela vai querer sempre vencer.

Você tem apoio da atual gestão?

MV - Não. Não tenho apoio da atual gestão, mas não tenho a menor dúvida que eu tenho respeito e consideração deles, porque acompanhei, eles conhecem o meu trabalho no Conselho Fiscal e sabem da minha forma técnica muito aberta e respeitosa, e ética de interagir. Então, não tenho apoio, mas entendo que há um respeito grande em relação à minha pessoa.

Por fim, por que o sócio deve votar em você?

MV - O Bahia vive um momento especial, um momento de construção de um novo modelo de atuação. Está tudo muito novo e é importante que as questões políticas, as brigas políticas fiquem de lado e nós possamos todos construir um novo modelo, que não seja apenas um modelo de governo, um programa de governo, mas seja um programa de estado que fique, que seja permanente. Então, o meu perfil é um perfil técnico, de planejamento, e é um perfil de conciliação, eu transito bem entre os diferentes grupos, tenho respeito deles. Acompanhei todo o processo de constituição da SAF, conheço profundamente, e acompanhei todos os embates políticos, mas não me envolvi nesses embates porque eu estava no Conselho Fiscal, uma função técnica, então sei muito bem ter essa possibilidade de reunir diferentes grupos em torno de um projeto de construção desse modelo de atuação. O que precisamos agora é de gestão, planejamento e de união para que a gente tenha um modelo permanente e que seja perpetuado no Bahia, ou seja, os esportes que serão escolhidos serão incentivados, serão mantidos. Você não pode ter uma mudança. Muda o presidente e aí muda o esporte? Não pode. Nós precisamos de um projeto de longo prazo e eu tenho esse perfil para fazer essa condução.

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