O Ba-Vi, maior clássico do Norte/Nordeste e um dos mais importantes do Brasil, terá seu capítulo de número 500 escrito amanhã, na Arena Fonte Nova, válido pela 6ª rodada do Campeonato Baiano. E, ao longo de 93 anos de história, lendas, ídolos e momentos icônicos foram forjados para os dois lados da rivalidade.
Os clássicos ajudaram a eternizar nomes como Marcelo Ramos, Jean, Uéslei Pitbull, Nonato e Fahel na história do Bahia. Além disso, algumas das melhores lembranças da torcida tricolor vêm de confrontos marcantes, como o Ba-Vi de Raudinei em 1994, o épico 3 a 3 na final do Baiano de 2012 e a goleada por 4 a 1 no Brasileirão de 2018.
Entre tantos momentos históricos, alguns tricolores, especialmente os mais velhos, guardam com carinho não apenas um jogo específico, mas uma fase inesquecível: entre 1986 e 1988, o Bahia estabeleceu a maior sequência invicta no duelo, ficando 17 partidas sem perder. Um dos grandes destaques deste período de hegemonia foi Zé Carlos, ídolo do clube, tricampeão baiano no período e peça fundamental no título do Brasileirão de 1988.
“Disputei 23 Ba-Vis, venci 21, perdi dois e marquei vários gols. Um dos jogos mais especiais para mim foi a goleada por 5 a 0, apesar de não ter balançado as redes. Também vencemos por 4 a 1 em outra ocasião, e nesse jogo eu marquei”, relembrou o ex-jogador ao MASSA!.
Pelo lado do Vitória, ídolos como Ramon Menezes, Nadgol, Vanderson, Neto Baiano e Escudero consolidaram seus status de lendas com grandes atuações em Ba-Vis. Além disso, nenhum rubro-negro esquecerá jamais o ‘Ba-Vi de Índio’, a goleada por 5 a 1 na inauguração da Arena Fonte Nova ou as duas vitórias por 3 a 2, de virada, no Baianão de 2024.
Porém, entre os jogos mais marcantes para quase toda a torcida colossal, o emblemático 7 a 3, na Arena Fonte Nova, pela ida da final do Baianão de 2013, ocupa um lugar especial. O grande nome daquela partida, com quatro gols, foi Dinei.
“As melhores memórias da minha carreira são daquele jogo. Foi a partir daquele clássico que fiz a melhor temporada da minha vida. Fazer quatro gols no rival, ainda mais em uma final, é algo muito difícil, por isso até hoje sou lembrado por esse clássico”, celebrou o ex-atacante do Leão ao MASSA!.
“É um dos principais clássicos do Brasil. Quando se fala de Ba-Vi, se fala de uma rivalidade muito grande. Costumo dizer que um jogador contratado só estreia mesmo justamente no Ba-Vi”, descreveu Zé Carlos sobre o duelo entre os gigantes baianos. “O Ba-Vi é um campeonato à parte. A cidade para no dia do jogo, você pode ser herói e vilão ao mesmo tempo. Vencer te dá uma moral imensa pro restante do ano. A motivação é bem maior em comparação a qualquer outro jogo”, completou Dinei.
Com a dupla Ba-Vi em bom momento, os dois projetam um Ba-Vi 500 ‘pegado’, mas esperam que o seu lado saia vencedor. “Marcar um gol nesse jogo pode eternizar o nome de um atleta no confronto. Esperamos que tudo aconteça em paz, que os torcedores compareçam para apoiar e comemorar, ou seja, que o Bahia vença”, projetou o ídolo tricolor. “Clássico se decide nos detalhes, quem tiver mais concentrado e confiante vence. Espero que o Vitória possa vencer, vou estar sempre na torcida. E também é na Fonte Nova, a Fonte Nossa como diz a torcida do Leão”, brincou o ex-goleador rubro-negro.
*Sob a supervisão do editor Léo Santana