Mais líder do que nunca da Série B do Brasileirão e bem perto de confirmar o retorno para a elite nacional, além do título, o Vitória depende apenas de si para conquistar o acesso antecipado e poder cair na festa com a torcida. No entanto, parece que a ansiedade tem atrapalhado o elenco do Leão de conquistar o objetivo diante dos adeptos, no estádio Barradão.
Nas últimas rodadas, o Rubro-Negro baiano teve as chances de comemorar junto dos torcedores e decretar de vez o retorno à elite do futebol brasileiro dentro de seus domínios. Porém, o elenco não supriu as expectativas e apenas amargou empates, com Juventude e Vila Nova, adiando a comemoração para os jogos seguintes.
Diante destes tropeços atuando sob forte pressão da sua torcida, a psicóloga Nicole Ornellas explicou ao Portal MASSA! como a ansiedade pode ter atrapalhado os jogadores do Vitória. “A ansiedade se inicia quando inconscientemente estamos tentando ter o controle de alguma situação, que não depende exclusivamente da gente ou de apenas um fator, em relação ao time, não depende apenas de um jogador, e sim de mais 10, além de alguns fatores externos”, detalhou.
De acordo com a profissional, tal sentimento afeta o atleta, desencadeando um misto de sensações, como “sudorese, arritmias, falta de ar, dor no peito”, que podem acabar atrapalhando no desempenho do jogador durante as partidas, principalmente as que precisam de decisão para atingir um objetivo.
“Imagine todo esse sistema desregulado no seu dia a dia? O primeiro a ser atingido, é o seu sono, e sem ele, seu rendimento cai em 50%. Logo em seguida caem sua concentração e percepção, e para um jogador são fatores que fazem toda a diferença no momento do jogo”, completou a psicóloga.
Esta montanha russa de emoções vividas pelos jogadores do Leão na reta final do Campeonato Brasileiro Série B, inclusive, foi citada até mesmo pelo treinador Léo Condé, em entrevista coletiva pós-empate contra o Juventude, no Barradão. “É normal, todos querem resolver o quanto antes. Acho que ninguém imaginava chegar nessa condição com a pontuação que a gente tem. A gente sabe que tem os adversário que também irão criar dificuldade. O sentimento é da gente resolver o quanto antes a questão do acesso. Isso é totalmente normal, a gente liga como ser humano. Já saímos de momentos adversos que o grupo já mostrou maturidade e experiência para passar por adversidades”, destacou o comandante, apontando o nervosismo dos atletas ao tentar definir as jogadas de ataque.
Drible na ansiedade
Para driblar as adversidades apresentadas e ter uma mente blindada, a terapeuta aponta o caminho. “O ideal é entender primeiramente que temos o controle das situações até certo ponto, e a partir daí, tentar montar novas estratégias para conviver e se adaptar às adversidades e imprevisibilidades que podem acontecer durante o campeonato e principalmente na reta final”, destacou Nicole, listando também um passo-a-passo para “equilibrar a ansiedade”, nesses momentos:
- Primeiro passo: Trabalhar a aceitação em campo, e entender que não se tem o controle 100% do processo, e tudo bem;
- Segundo passo: Relembrar do objetivo do time, o seu papel em campo e o foco no resultado desejado;
- Terceiro passo: O controle das emoções, fazer trabalho de respiração ou falar palavras de autoafirmação que podem ajudar na confiança antes de entrar em campo.
"De forma equilibrada, as chances da vitória só irão aumentar", finalizou a 'psi'.