Domingo é sempre um dia especial para reunir a família. E amanhã será ainda mais, já que neste dia 14 de maio será comemorado o Dia das Mães. Com papel fundamental na criação dos filhos, algumas destas heroínas se dividem entre o papel materno e o trabalho em um ambiente majoritariamente masculino: o futebol. No espaço que por muito tempo foi ocupado apenas por homens, hoje é possível ver mulheres provando a cada dia que pra ser mãe e uma profissional do esporte tem que ser um super-heroína.
A goleira Camila Ferreira, do Bahia, Maniele Gleize, gerente administrativa do Vitória, e Jamilly Oliveira, árbitra profissional do quadro da FBF, são estes exemplos de profissionais, que se tornaram mães e passaram a ter que exercer os dois difíceis papéis ao mesmo tempo: trabalhar e cuidar dos filhos.
“Diariamente às 7h30 deixo ele (o filho) na escola e venho trabalhar. Meio-dia pego, almoçamos e ele fica em casa com a babá. Volto ao trabalho, onde fico até 19h em dias normais e, em dias de jogos, só volto tarde. Mesmo assim ele está lá me esperando, pra brincar”, detalhou Many ao MASSA! sobre sua rotina com o filho de três anos, Noah.
A juíza Jamilly segue a mesma linha e explica que a rotina diária é puxada, mas que também se esforça para dar atenção ao filho Bernardo, de 7 anos. “Tem dias que é cansativo pela correria. Enquanto eu estou no trabalho, meu filho está na escola e no reforço escolar. Ser mãe foi a melhor coisa que me aconteceu, todo cansaço é válido”, afirmou.
Já a tricolor Camila revela que conta com a ajuda dos avós para cuidar do pequeno Théo. “Minha mãe e os avós paternos cuidam bem dele. Fico despreocupada, mas quero ter ele sempre perto de mim”, destacou a mamãe.
Mesmo com tanto amor e cuidado com os pequenos, às vezes bate o sentimento de culpa por eles ficarem longe das mamães por um bom momento. “No meu caso, muitas vezes tenho o sentimento de culpa, por ter uma rotina de muito trabalho e algumas ausências. Quem trabalha com esporte, não tem feriado ou final de semana de folga, como a maioria das pessoas”, explicou Many ao MASSA!.
Sensação é indescritível
Trabalhando com a arbitragem desde os 17 anos, Jamilly precisou parar as atividades por um tempo quando descobriu a gravidez. “Foi um período bom porque eu curti minha gravidez, esse momento ímpar na vida de uma mulher”, recordou a profissional da bola.
Para Maniele a sensação não é diferente. Mesmo com toda responsabilidade, ser mãe não tem preço. “A sensação de ser mãe é a melhor e mais indescritível sensação do mundo”, destacou a rubro-negra.
Por outro lado, a goleira do Bahia revela que já pensou em desistir do futebol, mas que continua pelo seu filho. “Pensei em parar de jogar várias vezes, mas eu gosto muito do futebol e vai ser bom pra ele também, para o futuro dele”, ressaltou a guerreira mamãe.
Crias estão sempre perto
E quando é necessário levar o filho para o local de trabalho? A árbitra Jamilly já passou por essa experiência com o pequeno Bernardo quando precisou ir com a criança a uma partida de futebol e o resultado foi o melhor possível. “Já precisei de levar em um jogo fora da cidade. Meu filho tem muita energia e ficou bem eufórico”, destacou.
Já Many lembra que o seu garoto já sabe que ela trabalha com esportes. “Apesar de ter três anos, ele sabe que tenho uma relação com o trabalho muito intensa. Também já reconhece que eu trabalho no Vitória e que aqui é um local de práticas esportivas. Porque sempre que ele vê um jogo, ele fala: ‘Vitória, gol’”, descreveu a mamãe.
Por outro lado, a goleira do Bahia, Camila Ferreira, detalhou a saudade que sente do bebê quando tem que viajar para jogar com o time. “É muito difícil ter que ficar longe, mas é pensando nele também. Sinto saudades. Vejo ele por chamada de vídeo e quando tem folga vou em casa ver ele. Tento estar sempre perto de alguma forma”, destacou a super atleta e mãe.