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CINE MASSA! - 23/01/2025, 12:28 - Artur Soares*

Sonho ou pesadelo? 'Anora' retrata o preço de acreditar em finais felizes

Longa é uma total subversão da história da Cinderela

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- |  Foto: Divulgação

Algumas mulheres crescem com o sonho de um dia encontrar o príncipe encantado e viver seu conto de fadas. Mas, e se esse sonho se tornasse um verdadeiro pesadelo? Um dos favoritos na temporada de premiações, o longa Anora chega hoje aos cinemas brasileiros. A trama acompanha Ani, uma prostituta que se vê mudando de vida depois de conhecer o filho de um russo cheio de grana.

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O roteiro apresenta uma proposta muito interessante. O diretor Sean Baker consegue construir uma narrativa que vai escalando gradativamente. O filme consegue manter o clima de euforia até o final, de modo que o público fica anestesiado querendo descobrir o encerramento daquela sucessão de eventos.

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O longa é uma total subversão da história da Cinderella. Quando Anora acreditava que seu mundo iria mudar, ela precisa lidar com o impacto do mundo real destruindo seus sonhos. Um dos pontos mais interessantes do longa é o modo como ele usa o silêncio. Muitas cenas não possuem trilha sonora, se apoiando apenas nos diálogos.

Se ligue no trailer:

Mikey Madison é uma das grandes surpresas da produção. A atriz consegue entregar uma performance cativante e cheia de emoção, que acaba roubando os holofotes da trama. Mark Eidelstein também está muito bem dando vida ao playboy inconsequente Ivan. Os dois desenvolvem muita química em tela.

A obra também é repleta de humor. A dinâmica entre os personagens rende diversos momentos engraçados. Embora algumas cenas cômicas estejam fora de tom, no geral, a comédia funciona muito bem.

Um ponto negativo do longa é a falta de aprofundamento em alguns temas. O filme poderia mostrar como a realidade de quem opta pelo mundo da prostituição, abordar os motivos que levaram a protagonista a estar naquela situação ou os impactos disso em sua vida. Por não se aprofundar nessas questões, o roteiro acaba ficando um pouco raso. Apesar disso, a proposta consegue se sustentar com uma boa direção.

Anora está chegando forte para o Oscar e faz por merecer. O filme mantém a energia caótica até o encerramento. Sean Baker manda bem na direção e conduz a história de uma forma que prende a atenção do público. O humor é bem utilizado, aliado a ótimas atuações dos protagonistas. A obra peca em não se aprofundar em seu roteiro, mas a experiência não é comprometida por isso.

Conclave é Game of Thrones dos papas

Outro filme que chega forte para o Oscar é Conclave, obra que acompanha o desenrolar da eleição de um novo papa. Com direção de Edward Berger, o filme é um verdadeiro Game of Thrones religioso, com um roteiro que aborda todas as implicações políticas por trás dessa escolha.

Berger entrega uma direção que trabalhava o suspense de uma forma excelente, encantando o público em meio àquele jogo de poder.

Veja o trailer:

A atuação de Ralph Fiennes merece ser elogiada. O ator entrega um protagonista magnético e que mantém a trama sempre focada nele. O resto do elenco também manda bem, principalmente Stanley Tucci, que brilha muito em tela.

A obra explica as dinâmicas de poder existentes naquele espaço de forma muito didática e bem explicada. Mesmo aqueles que não se interessam pelos bastidores do Vaticano serão fisgados por esse enredo que mistura poder, ambição e muita política.

*Sob a supervisão do editor Jefferson Domingos

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