Bira Afrosambah, ex-músico da banda Olodum, está se preparando para gravar o 'Bira Samba', seu mais novo projeto audiovisual, neste domingo (5), às 15h, no Mocambar, no bairro do Trobogy, em Salvador. Com entrada gratuita, o evento contará com participações especiais de Marquinhos Marquês, Paparicco, Binho do Mistura Atrevista e outros.
"A minha expectativa para a gravação é muito boa, pois, além de ser a gravação do nosso audiovisual, estaremos dando início ao 'Bira Folia' com participações especiais. No projeto vou misturar o samba-reggae com o samba-rock, onde estarei trazendo para o meu repertório canções de Vander Lee, Luiz Caldas, Moraes Moreira, hits da lambada dos anos 70, além de autorais e uma música inédita que Pierre Onassi fez para mim", declarou o cantor em entrevista exclusiva ao Portal MASSA!.
Essa mistura é para mostrar para o público os grandes artistas que contribuíram com a música brasileira e principalmente com o samba-reggae
Bira Afrosambah
A direção da gravação do audiovisual de Bira Afrosambah será assinada por José Carlos (Nego), ex-presidente do Olodum e autor da música 'Requebra', um dos grandes sucessos da banda.
Música do carnaval?
Bira Afrosambah revelou que a música de trabalho do audiovisual se chama 'Preta, Pretinha' e explicou detalhes sobre a composição de sua autoria, juntamente com Wostinho Nascimento.
"Ela fala sobre a valorização da mulher negra que vem do gueto, que cada vez mais está buscando o seu espaço dentro do mercado de trabalho. Que saiu da cozinha e foi para a faculdade se formar. Aquelas mães que antigamente só ficavam em casa olhando os filhos, hoje em dia elas estudam, se formam e viram advogadas e juízas. A música é inspirada nelas", declarou o artista, detalhando que a sua mãe foi uma das fontes de inspiração no momento da composição.
"Não deixe o samba-reggae morrer..."
Por fim, Bira Afrosambah refletiu sobre a falta de espaço e baixa do samba-reggae no cenário musical brasileiro. Ele ainda afirmou que seguirá lutando para manter vivo o gênero musical nascido no estado da Bahia e criado pelo maestro Neguinho do Samba.
"Eu sinto a falta da renovação do samba-reggae, pois há falta do apoio dos artistas e do governo e dos artistas para os outros grandes cantores que ainda não estão dentro do mercado [da música]. É por isso que a música afro-brasileira está em decadência. O meu trabalho é para mostrar e dizer que o samba-reggae está vivo e presente", completou.
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