No mês em que se comemora o Orgulho LGBTQIAPN+, um rapper trans brasileiro levantou uma discussão na internet sobre um novo termo de identificação de gênero. Segundo Jupitter Pimentel, de 31 anos, ele se considera um "boyceta". A declaração repercutiu e deu o que falar, dividindo opiniões e também causando dúvidas em quem ainda não tinha ouvido falar nessa expressão.
Jupitter contou aos seguidores que se enxerga como boyceta há muitos anos e que esse termo é para mulheres e homens transexuais que se identificam com o gênero masculino, mas não seguem o padrão de transição sexual com cirurgia de redesignação. Na prática, essas pessoas podem manter as partes íntimas femininas, mas continuam se considerando como homens.
"Nosso corpo é não-binário e fazemos a reivindicação desse corpo dissidente, de gênero e de espaço. Meu corpo tem buc&ta, tem peito avantajado, meu corpo tem peso, estria, celulite, meu corpo tem dobras, curvas, barriga (bastante barriga) e muitas dessas atribuições não se enquadram no que é dito masculino", explicou o rapper em um texto publicado em 2020, na plataforma Medium.
Veja como surgiu o boyceta
Apesar de ter dado visibilidade ao termo boyceta, Jupitter Pimentel explicou que não foi ele o criador dessa identificação. O rapper gravou um vídeo para explicar como essa expressão surgiu.
Assista:
A expressão foi criada por Roberto Chaska Inácio, "um boyceta indígena e PCD" que reivindicou a criação do termo, em 2020, no Facebook. A primeira vez que Jupitter teve contato com a identificação foi em 2017, em uma batalha de rimas em São Paulo, chamada de "Batalha Dominação".