
Copos quebrados, atrasos inesperados, falhas em aparelhos eletrônicos... Quando uma sequência de eventos caóticos acontece, muitos já apontam o culpado: a sexta-feira 13, considerada por muitos como o dia mais azarado do calendário. Em 2025, ela ocorre apenas neste 13 de junho, mas em 2026, aparecerá três vezes: em fevereiro, março e novembro.
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Mesmo pessoas que se consideram céticas ou ateias podem ser influenciadas por superstições. Segundo o historiador religioso David Kling, da Universidade de Miami, em entrevista à Futurity ,experimentos laboratoriais mostram que até ateus autodeclarados podem apresentar comportamentos supersticiosos.
Para ele, essas crenças funcionam como uma forma de lidar com recompensas e punições sobrenaturais, oferecendo a sensação de controle diante do imprevisível.
Entre espelhos quebrados, escadas a evitar e gatos pretos a desviar, a superstição da sexta-feira 13 é, sem dúvida, uma das mais temidas — e populares — da cultura ocidental. Mas de onde vem essa fama sombria?
Origem da crença
A má reputação da sexta-feira 13 resulta da combinação de dois elementos historicamente negativos: o número 13 e o dia da semana sexta-feira. No cristianismo, acredita-se que Jesus foi crucificado em uma sexta-feira.
Outros relatos bíblicos também apontam eventos trágicos ocorridos nesse dia, como a ingestão do fruto proibido por Adão e Eva, o assassinato de Abel por Caim, a partida da Arca de Noé e a destruição do Templo de Salomão.
A ideia de que a sexta-feira 13 traz azar ganhou força no século 20. Em 1907, o livro Friday, the Thirteenth, de Thomas Lawson, narra a história de um corretor da bolsa que escolhe essa data para causar um colapso financeiro proposital. Pouco tempo depois, em 1908, o The New York Times se tornou um dos primeiros veículos a abordar diretamente as superstições ligadas ao dia.
Nos anos 1980, a estreia da franquia de terror Sexta-feira 13, estrelada pelo icônico vilão Jason Voorhees, ajudou a solidificar a fama sombria da data na cultura popular.

A história do número 13
O número 13 há muito tempo é cercado por desconfiança. Na mitologia nórdica, conta-se que o deus Odin teria convidado 12 deuses para um jantar. Loki, o deus da discórdia, apareceu sem ser chamado e causou a morte de Balder, um dos convidados, transformando o encontro em tragédia.
No cristianismo, a última ceia de Jesus também é vista como um marco simbólico: Jesus se reuniu com seus 12 apóstolos — totalizando 13 pessoas — e, entre elas, estava Judas, o discípulo que o traiu.
Ao longo dos séculos, a combinação do número 13 com a sexta-feira — tradicionalmente associada a sofrimento e castigo — passou a ser vista como um presságio de azar.
Mesmo que a origem dessas crenças esteja enraizada em mitos e tradições antigas, o fato é que a sexta-feira 13 segue desafiando a lógica e alimentando a imaginação coletiva — misturando história, religião, cultura pop, e um toque de mistério.