
A cantora e ministra da Cultura, Margareth Menezes, se posicionou contra a decisão de Claudia Leitte em modificar a letra de uma de suas músicas. A canção original faz referência a Iemanjá, mas passou a citar Yeshua, nome original de Jesus de origem hebraica.
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A mudança gerou repercussão negativa e foi vista por parte do público como um desrespeito às religiões de matriz africana. O caso acabou resultando em acusações de intolerância religiosa encaminhadas ao Ministério Público.
Durante entrevista à revista Veja, Margareth Menezes analisou a situação e ressaltou a necessidade de investimentos em educação racial no país.
"Precisamos de educação racial no Brasil. Esse episódio é mais um de desrespeito às matrizes africanas. A intolerância religiosa precisa ser tratada com a dimensão que ela tem. As simbologias de religiões como candomblé e umbanda são frequentemente alvo de ataques danosos. Em um país democrático, deve-se respeitar o direito de crença e expressão", disse a cantora.
Entenda o caso
A alteração na letra ocorreu no final do ano passado, mas ganhou força após a viralização de um vídeo de um show da cantora no Candyall Guetho Square, em Salvador, durante o projeto de verão "Soul De Rua". Nas imagens, Claudia Leitte canta "Eu canto meu Rei Yeshua [Jesus em hebraico]" em vez de "Saudando a rainha Iemanjá". Desde que se tornou evangélica, em 2014, a artista passou a adotar mudanças em sua conduta artística.
