Os bastidores da demissão do jornalista Rodrigo Bocardi da Globo vieram à tona. De acordo com Gabriel Vaquer, da Folha de S. Paulo, o ex-apresentador prestou diversos serviços para o Bradesco sem avisar e pedir permissão à emissora. A ação é contrária ao código de ética da empresa e ele acabou ‘rodando’ do cargo na última quinta-feira (30).
Leia mais:
Jornalista da Globo pisa na bola e vai para o olho da rua
Entenda porque a Globo mandou Rodrigo Bocardi 'pro olho da rua'
Segundo os documentos obtidos pela Folha, Bocardi prestou consultoria, media training e fez apresentação em eventos para a instituição financeira entre os anos de 2017 e 2023. O esquema foi descoberto a partir das notas fiscais emitidas pelas empresas ligadas ao jornalista. Ao todo, ele recebeu R$ 754 mil nos últimos seis anos.
"A Boc Produções e Palestras, uma de suas empresas, emitiu quatro notas entre 2017 e 2019, somando R$ 322 mil. Em 2019, a empresa foi renomeada como Diglon Produções. Já entre 2021 e 2023, outra empresa da qual Bocardi é sócio emitiu três notas, totalizando R$ 432 mil, por serviços de consultoria e media training", aponta a reportagem.
Antes da investigação, os superiores de Bocardi na TV Globo não faziam ideia da situação. Como a emissora tem proibições severas para impedir que os funcionários exerçam atividades em empresas que possam gerar conflitos de interesses, remuneradas ou não, a casa do apresentador caiu.
“Os integrantes da Globo não devem exercer atividades, remuneradas ou não, em organizações que tenham objetivos conflitantes com as diretrizes e os princípios estabelecidos neste Código ou tenham relação comercial com qualquer empresa, cuja contratação pelo Grupo Globo seja de responsabilidade direta ou indireta do integrante em questão, ou ainda que, por outros motivos, possa configurar conflito de interesses”, diz o texto.
leia também