Cozinhar é uma tarefa que pode parecer complicada para quem não tem muita experiência com a gastronomia. Seja pela falta de tempo ou por acreditar que um bom prato requer ingredientes caros, muitas pessoas acabam passando longe da cozinha. Porém, se engana quem pensa que a culinária é um bicho de sete cabeças. Para o chef Henrique Fogaça, é possível fazer um bom rango mesmo com pouca grana e no meio de uma rotina corrida.
Fogaça, conhecido principalmente pelo trabalho no programa MasterChef, defende que cozinhar é, acima de tudo, sobre valorizar os ingredientes e a experiência das pessoas.
“É possível criar pratos incríveis com alimentos simples, usando técnica, criatividade e respeito pelo processo. O segredo é extrair o máximo do sabor e, claro, colocar alma no que está sendo feito”, contou em entrevista exclusiva ao MASSA!.
Receita de feijão top
Para quem quer incrementar o almoço de cada dia, o chef indicou uma receita de feijão com um caldo mais encorpado.
"Deixe o feijão de molho em água por 6 horas. Em uma panela de pressão, refogue a cebola, o alho e o bacon. Acrescente a capa do bacon e o feijão. Em seguida, coloque quatro vezes mais água. Deixe em fogo médio e cozinhe por 40 a 50 minutos. Aí eu abaixo o fogo e ele vai reduzindo, engrossando, ficando com aquele caldo maravilhoso"
Chef Henrique Fogaça
Rango barato
A falta de dinheiro também não é obstáculo para quem quer comer bem. O chef explica que dá para fazer bons pratos com aqueles ingredientes que acabam ficando esquecidos no fundo da geladeira. “Com carne, por exemplo, é possível ser versátil preparando um picadinho, iscas, fazer uma bolonhesa ou um belo ragu”, contou.
Até mesmo algo simples como uma farofa pode ganhar um toque especial se for feita com criatividade. “Você pode mudar os elementos, como acrescentar bacon e ovo, um pouco mais de alho, adicionar brócolis, acrescentar legumes e ir criando pratos diferentes”, pontuou Fogaça.
Pegue a visão no tempero
O jurado do Masterchef ainda acrescenta que os temperos são essenciais para o sabor ficar ainda melhor.
“Cebola, alho, pimenta-do-reino, ervas secas, orégano, alecrim, tomilho, sálvia e manjericão são ótimas opções para potencializar o sabor”
Chef Henrique Fogaça
Entretanto, ele acrescenta que o essencial para deixar a comida inesquecível não está disponível nas prateleiras do mercado. “No final, o que vai deixar seu prato bom de verdade é o sabor e a paixão por cozinhar”, revelou.
Culinária democratizada
Defensor de que comida não deve ser artigo de luxo, Fogaça ressaltou a importância de ensinar esses pratos mais simples para democratizar o acesso à culinária. “Uma das atitudes para democratizar esse acesso é a educação gastronômica, ensinar as pessoas a cozinhar com os ingredientes que têm à disposição, aproveitando ao máximo cada alimento. Oficinas e programas em escolas podem ajudar a espalhar essa cultura”, declarou.
Para aqueles que quiserem ir além dessas receitas e dar um passo a mais na cozinha, o chef revelou o segredo para se tornar um grande cozinheiro. “Acho que é preciso ter uma combinação de paixão, dedicação, disciplina e humildade. Você precisa amar o que faz, porque a cozinha é exigente e intensa. É necessário estudar, treinar e entender o papel dos ingredientes, das técnicas e das culturas que influenciam a gastronomia”.
Experiência no MasterChef
Embora já fosse conhecido no meio culinário, Henrique Fogaça acabou ganhando ainda mais holofotes depois que se tornou um dos jurados do MasterChef Brasil. Agradecido por fazer parte da história do Masterchef, Fogaça revela que aprendeu muito durante essa jornada.
“Ao longo das temporadas, conheci histórias e trajetórias, aprendi muito com os participantes e me surpreendi com o programa.Sou muito grato a tudo e vamos para mais temporadas”, contou.
Para ele, sua participação no programa foi intensa, gratificante e transformadora. “O programa abriu muitas portas, não só pra mim como chef, mas também para mostrar um lado da gastronomia para um público que talvez não tivesse contato com a complexidade e a beleza da cozinha profissional”, refletiu.
*Sob a supervisão do editor Jefferson Domingos