Considerado um dos maiores festivais de cultura negra do mundo, o Afropunk arrasta um grande público, atrai turistas e movimenta a economia da capital baiana. O evento começou neste sábado (9) e encheu o Parque de Exposições de Salvador de pessoas de diversos lugares.
Em entrevista ao Portal MASSA!, um grupo de amigos do Rio Grande do Sul contou que se programou o ano inteiro para vir à Bahia para viver a experiência do Afropunk.
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Ângela Chaves dos Santos, de 68 anos, moradora da cidade de Canoas, revelou que a representatividade do evento e a diversidade da Bahia a atraíram.
"Eu estou aqui em Salvador desde o dia 4, e pro evento estamos prestigiando pelo segundo ano. Já estivemos aqui no ano passado, então já virou tradição, e a Bahia é tudo de bom, né? Aqui a gente se vê, se enxerga e a gente se sente muito bem acolhido", declarou.
Para conseguir manter a tradição de participar do evento, o grupo combina tirar férias do trabalho em novembro.
Tomas Edson Silveira, de 38 anos, explicou o processo de organização: "A gente já organiza as férias lá do Rio Grande do Sul pra chegar aqui em Salvador, na Bahia, próximo ao festival. Então a gente fica geralmente em torno de 15 dias pra aproveitar as praias, enfim, passear pela cidade, participar desse processo cultural que é estar aqui em Salvador. E aí a gente então se prepara para o dia do festival do Afropunk".
Roupas que não podem faltar na bagagem
Além do planejamento para a viagem, outro quesito importantíssimo para eles são as roupas que vão usar nos dois dias de evento. Cada um dos amigos pensou estrategicamente para montar um look especial. Eles decidiram procurar microempreendedores para comprar as peças de roupa.
"A inspiração vem de pesquisas, insights de roupas africanas e da minha querida costureira Regine lá do Rio Grande do Sul, de Canoas, do bairro Matias Velho. Ela tem esse dom de confecção".
Quem também se preparou para arrasar no festival foi Lucas Eduardo, de 27 anos. Ele escolheu usar uma camisa confeccionada pelo irmão dele, com a estampa do cantor Bob Marley, um dos maiores artistas negros do mundo.
"Eu até já tive dreads por um tempo, pretendo por de novo, que é algo que pra mim faz bastante diferença. Eu sempre gostei de me representar assim. Então eu escolhi esse artista pra vir nesse evento hoje e acho que me sinto representado aqui e nada mais justo do que representar de volta, né?", contou.